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O uso da sociologia em vários campos da atividade humana

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Por:   •  26/3/2014  •  Artigo  •  3.171 Palavras (13 Páginas)  •  1.689 Visualizações

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Faculdade Estácio de Sá

Curso: Administração de Empresas

Disciplina: Fundamentos das Ciências Sociais

Professor: Bona

Aluna: Michelly Cristina da Silva Ricardo

Tópicos de Fundamentos das Ciências Sociais

O uso da Sociologia nos diversos campos da atividade humana

Assim como o leitor, o espectador de televisão e o cidadão comum sabem que existem técnicas relativamente eficazes para entender o comportamento social, profissionais das mais diversas áreas também não ignoram a validade do instrumental da sociologia.

Para empreender uma campanha publicitária, lançar um produto ou um candidato político, abrir uma loja ou construir um prédio, os profissionais especializados – o engenheiro, o agrônomo, o comerciante – procuram dados sobre características, tendências e composição da população com a qual querem interagir, procurando antever seu comportamento.

Não se constroem mais cidades; não se desenvolvem campanhas políticas; e não se declaram guerras sem levar em consideração as pessoas envolvidas, suas crenças, interesses, idéias e tradições, tudo aquilo que motiva sua ação e guia sua conduta. A sociedade tem características que precisam ser conhecidas para que aqueles que nela atuam atinjam seus objetivos. Isso significa que nenhum setor da vida social prescinde dos conhecimentos sociológicos, pois a ação consciente e programada exige pesquisa, planejamento e método. É por isso que a sociologia faz parte dos programas básicos dos cursos universitários que preparam os mais diversos profissionais – de dentistas a artistas, de engenheiros a jornalistas – e por issotambém o sociólogo integra equipes nos mais diversos setores da vida social.

O darwinismo social

A expansão da indústria, resultante das Revoluções Burguesas que atingiram os países europeus durante o século XIX, trouxe consigo a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade – a capitalista – estruturada no lucro e na produção ampliada de bens. Mas, no final desse século, amadurecido o capitalismo e estabelecidas as bases industriais de produção, a economia européia passa por novo choque: o crescimento do mercado não obedece ao ritmo de implantação da indústria, gerando crises de superprodução que levam à falência milhares de pequenas indústrias e negócios – há um excedente de oferta sobre a demanda, gerando uma guerra concorrencial que, por sua vez, provoca uma queda acentuada da taxa de lucro. Como conseqüência, as empresas sobreviventes se unem, disputando entre elas o mercado existente e a livre concorrência, que parecia ser a condição geral de funcionamento da sociedade capitalista, foi sendo substituída pela concentração das atividades produtivas nas mãos de um pequeno número de produtores. Começam a se formar grandes monopólios e oligopólios associados a poderosos bancos, que passam a financiar a produção por meio do capital financeiro, gerando dívidas crescentes que só poderiam ser pagas com a expansão do mercado e da produção. Ultrapassar os limites da Europa era a única saída para garantir a sobrevivência dessas indústrias e os lucros desses bancos.

Da mesma forma, não podendo continuar investindo apenas no mercado europeu sem causar novas crises de superprodução, o capital financeiro exigia expansão e a conquista de novos mercados consumidores. A Europa se volta, mais uma vez, para a conquista de impérios além-mar, tendo como principais alvos, nessa época, a África e a Ásia. Nesses continentes podia – se obter matéria-prima bruta a baixíssimo custo, bem como mão-de-obra barata. Havia também pequenos mercados consumidores, além de áreas extensas ideais para investimentos em obras de infraestrutura. Porém, a exploração eficaz das novas colônias encontrava resistência nas estruturas sociais e produtivas vigente nesses continentes que, de forma alguma, atendiam às necessidades do capitalismo europeu.

Os países europeus tiveram de lidar com civilizações organizadas sob princípios diferentes dos seus, como o politeísmo, a poligamia, formas de poder tradicionais, castas sociais sem qualquer tipo de mobilidade, economia baseada na agricultura de subsistência, no pequeno comércio local e no artesanato doméstico. Assim, tornava – se necessário organizar, sob novos moldes, as nações que conquistavam, estruturando – as segundo os princípios que regiam o capitalismo pois, de outra forma, seria impossível racionalizar a exploração da matéria-prima e da mão-de-obra de modo a permitir o consumo de produtos industrializados europeus e a aplicação rentável dos capitais excedentes nesses territórios.

Transformar esse mundo conquistado em colônias que se submetessem aos valores capitalistas requeria uma empresa de grande envergadura, pois dessa transformação dependiam a expansão e a sobrevivência do capitalismo industrial. A conquista, a dominação e a transformação da África e da Ásia pela Europa exigiam justificativas que ultrapassassem os interesses econômicos imediatos. Assim, a conquista européia revestiu – se de uma aparência humanitária que ocultava a violência da ação colonizadora e a transformava em “missão civilizadora”. Países como Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, Itália se apoderavam de regiões do mundo cujo modo de vida era totalmente diferente do capitalismo europeu, buscando transformar radicalmente sua tradição, seus hábitos e costumes. A “civilização” era oferecida, mesmo contra a vontade dos dominados, como forma de “elevar” essas nações do seu estado primitivo a um nível mais desenvolvido. Tal argumento baseava – se no princípio inquestionável de que o mais alto grau de civilização a que um povo poderia chegar seria o já alcançado pelos europeus – a sociedade capitalista industrial do século XIX.

Essa forma de pensar apoiava – se em modelos teóricos desenvolvidos pelas ciências naturais, especialmente o proposto pelo cientista inglês Charles Darwin para explicar a evolução biológica das espécies animais. Muitos cientistas e políticos da época leram as teses de Darwin como se fossem uma explicação teleológica da formação das espécies no sentido da sua adaptação ao ambiente, obrigando – as a se transformar continuamente com a finalidade de se aperfeiçoar e garantir sobrevivência. Em conseqüência, os organismos tendem a se adaptar cada vez melhor ao ambiente, criando formas mais complexas e avançadas de vida, que possibilitam, pela competição natural,

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