TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Poesia lírica

Seminário: Poesia lírica. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/8/2014  •  Seminário  •  472 Palavras (2 Páginas)  •  368 Visualizações

Página 1 de 2

A Maria dos povos, sua futura esposa

Gregório de Matos

Discreta e formosíssima Maria,

Enquanto estamos vendo a qualquer hora

Em tuas faces a rosada Aurora,

Em teus olhos e boca o Sol e o dia:

Enquanto com gentil descortesia,

O ar, que fresco Adônis te namora,

Te espalha a rica trança brilhadora

Quando vem passear-te pela fria...

Goza, goza da flor da mocidade,

Que o tempo trata a toda a ligeireza,

E imprime em toda a flor sua pisada.

Ó não guardes, que a madura idade,

Te converta essa flor, essa beleza,

Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Poesia lírica de exaltação à beleza como gradação de um enamoramento, este soneto de Gregório de Mattos representa em metáforas a passagem, a brevidade do tempo. Incita que Maria goze da mocidade, pois passa depressa. Carpe Diem no Barroco é uma escultura da angústia pelo fim, pela morte eminente. A consciência de que se vai morrer projeta a imagem de uma flor que se tornará pó, sombra e nada. A visão da aurora verte-se na visão da sombra dos pés do tempo sobre a flor. O viço está perdido tanto pela discrição quanto pela passagem inevitável do tempo. Belíssimo soneto conceptista, onde a beleza física tem na flor sua metáfora. O eu-lírico seduz a jovem Maria mostrando-lhe que a beleza e a juventude são efêmeras. Ele a deseja carnal e na sua inteiridade de mulher que desponta em frescor e vitalidade. “Carpe diem, memento mori”. Lembre-se que morrerá e aproveite a vida.

A Jesus Cristo crucificado estando o poeta para morrer

Meu Deus, que estais pendente de um madeiro

em cuja lei protesto de viver,

em cuja santa lei hei de morrer

animoso, constante, firme e inteiro;

neste lance, por ser o derradeiro

pois vejo a minha vida anoitecer,

é meu Jesus, a hora de se ver

a brandura de um pai, manso cordeiro.

Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo o pecar,

e não o vosso amor que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,

que, por mais que pequei neste conflito

espero em vosso amor de me salvar.

MATOS, Gregório de.

Culpa e perdão são os dois madeiros que crucificam os herdeiros de Cristo. Devido

...

Baixar como (para membros premium)  txt (2.9 Kb)  
Continuar por mais 1 página »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com