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Sinais De Pontuação

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Por:   •  8/10/2014  •  7.391 Palavras (30 Páginas)  •  1.205 Visualizações

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Sinais de Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.

Vírgula ( , )

A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:

- Nas datas, para separar o nome da localidade.

Por Exemplo:

São Paulo, 25 de agosto de 2005.

- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.

Por Exemplo:

– Você gostou do vestido?

– Sim, eu adorei!

– Pretende usá-lo hoje?

– Não, no final de semana.

- Após a saudação em correspondência (social e comercial).

Exemplos:

Com muito amor,

Respeitosamente,

- Para separar termos de uma mesma função sintática.

Por Exemplo:

A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.

Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.

- Para destacar elementos intercalados, como:

a) uma conjunção

Por Exemplo:

Estudamos bastante, logo, merecemos férias!

b) um adjunto adverbial

Por Exemplo:

Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.

Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.

c) um vocativo

Por Exemplo:

Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.

d) um aposto

Por Exemplo:

Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.

e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)

Por Exemplo:

O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.

- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.

Por Exemplo:

O documento de identidade, você trouxe?

- Para separar elementos paralelos de um provérbio.

Por Exemplo:

Tal pai, tal filho.

- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.

Por Exemplo:

As flores, eu as recebi hoje.

- Para indicar a elipse de um termo.

Por Exemplo:

Daniel ficou alegre; eu, triste.

- Para isolar elementos repetidos.

Exemplos:

A casa, a casa está destruída.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!

- Para separar orações intercaladas.

Por Exemplo:

O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.

- Para separar orações coordenadas assindéticas.

Por Exemplo:

O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.

- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.

Exemplos:

Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.

Vá devagar, que o caminho é perigoso.

Estuda muito, pois será recompensado.

As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.

ATENÇÃO

Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:

1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.

Por Exemplo:

O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou".

2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).

Por Exemplo:

E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)

Por Exemplo:

Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).

Por Exemplo:

Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.

Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.

- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.

Por Exemplo:

A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.

Ponto e vírgula ( ; )

O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:

- Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:

O rio está poluído; os peixes estão mortos.

- Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

Por Exemplo:

O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

- Para separar itens de uma enumeração.

Por Exemplo:

No parque de diversões, as crianças encontram:

brinquedos;

balões;

pipoca.

- Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

Por Exemplo:

Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

- Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:

Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

Dois-pontos ( : )

O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:

- Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

Por Exemplo:

"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz :

– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)

- Para anunciar uma citação.

Por Exemplo:

Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."

- Para anunciar uma enumeração.

Por Exemplo:

Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.

- Antes de orações apositivas.

Por Exemplo:

Só aceito com uma condição: irás ao cinema comigo.

- Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

Exemplos:

Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.

Resultado: corri muito, mas não alcancei o ladrão.

Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.

Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações. Veja:

Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma.

Exemplos:

ratificar/retificar, censo/senso, etc.

Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua vez, isoladamente).

Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, melhorzinho, etc.

- Na invocação das correspondências.

Por Exemplo:

Prezados Senhores:

Convidamos todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.

Atenciosamente,

A Direção

Ponto Final ( . )

O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente:

- Para fechar o período de frases declarativas e imperativas.

Exemplos:

Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo.

Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.

- Nas abreviaturas.

Exemplos:

Sr. (Senhor)

Cia. (Companhia)

Ponto de Interrogação ( ? )

O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.

Exemplos:

Onde você comprou este computador?

Quais seriam as causas de tantas discussões?

Por que não me avisaram?

Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.

Por Exemplo:

Perguntei quem era aquela criança.

Note que:

1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parênteses.

Por Exemplo:

Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para atingir os resultados esperados.

2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo.

Por Exemplo:

Eu?! Que ideia!

Ponto de Exclamação ( ! )

O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente.

Exemplos:

Como as mulheres são lindas!

Pare, por favor!

Ah! Que pena que ele não veio...

Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.

Por Exemplo:

Ana! venha até aqui!

Reticências ( ... )

As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se:

- Para indicar continuidade de uma ação ou fato.

Por Exemplo:

O tempo passa...

- Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.

Por Exemplo:

Vim até aqui achando que...

- Para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.

Exemplos:

"Vamos jantar amanhã?

– Vamos...Não...Pois vamos."

Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade.

- Para realçar uma palavra ou expressão.

Por Exemplo:

Não há motivo para tanto...mistério.

- Para realizar citações incompletas.

Por Exemplo:

O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro:

"Deitado eternamente em berço esplêndido..."

- Para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.

Por Exemplo:

"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis)

Saiba que

As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.

Parênteses ( ( ) )

Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:

- Para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.

Por Exemplo:

Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo)que já apareceu anteriormente na frase.

- Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)

Por Exemplo:

" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)

- Para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.

Por Exemplo:

Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.

- Para delimitar o período de vida de uma pessoa.

Por Exemplo:

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987).

- Para indicar possibilidades alternativas de leitura.

Por Exemplo:

Prezado(a) usuário(a).

- Para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.

Por Exemplo:

Abelardo I - Que fim levou o americano?

João - Decerto caiu no copo de uísque!

Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!

(sai pela direita)

(Oswald de Andrade)

Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).

Por Exemplo:

No Brasil existem mulheres:

a) morenas;

b) loiras;

c) ruivas.

Os Parênteses e a Pontuação

Veja estas observações:

1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.

2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.

Exemplos:

É importante ter atenção ao uso dos parênteses. (Eles exigem um cuidado especial!)

Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.

Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.

Por Exemplo:

O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).

3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de fecho.

Travessão ( – )

O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:

- No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.

Por Exemplo:

– O que é isso, mãe?

– É o seu presente de aniversário, minha filha.

- Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.

Por Exemplo:

"E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis)

- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.

Por Exemplo:

"Junto do leito meus poetas dormem

– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –

Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

- Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.

Por Exemplo:

"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia)

Aspas ( " " )

As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:

- Antes e depois de citações ou transcrições textuais.

Por Exemplo:

Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada."

- Para representar nomes de livros ou legendas.

Por Exemplo:

Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.

Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo:

Ontem assisti ao filme Central do Brasil.

- Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia.

Exemplos:

O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja)

Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" rapidamente.

Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!

- Para realçar uma palavra ou expressão.

Exemplos:

Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".

Quem foi o "inteligente" que fez isso?

Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples.

Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis)

Colchetes ( [ ] )

Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:

- Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.

Por Exemplo:

amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)

- Para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.

Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:

1- Bo ta bon? [Você está bem?]

2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]

- Para inserir comentários e observações em textos já publicados.

Por Exemplo:

Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]

- Para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.

Por Exemplo:

"É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis)

Asterisco ( * )

O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:

- Nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos.

Por Exemplo:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.

- Nas substituições de nomes próprios não mencionados.

Por Exemplo:

O Dr.* conversou durante toda a palestra.

O jornal*** não quis participar da campanha.

Parágrafo ( § )

O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.

O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis.

Por Exemplo:

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Emprego dos Porquês

POR QUE

A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":

Exemplos:

Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.

Por que você comprou este casaco?

Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).

Exemplos:

Estes são os direitos por que estamos lutando.

O túnel por que passamos existe há muitos anos.

POR QUÊ

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo"que" passa a ser tônico.

Exemplos:

Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?

Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

PORQUE

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.

Exemplos:

Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.

Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

PORQUÊ

A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).

Exemplos:

Não consigo entender o porquê de sua ausência.

Existem muitos porquês para justificar esta atitude.

Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Veja abaixo o quadro-resumo:

Forma Emprego Exemplos

Por que Em frases interrogativas (diretas e indiretas)

Em substituição à expressão "pelo qual" (e suas variações) Por que ele chorou? (interrogativa direta)

Digam-me por que ele chorou. (interrogativa indireta)

Os bairros por que passamos eram sujos.(por que = pelos quais)

Por quê No final de frases Eles estão revoltados por quê?

Ele não veio não sei por quê.

Porque Em frases afirmativas e em respostas Não fui à festa porque choveu.

Porquê Como substantivo Todos sabem o porquê de seu medo.

Emprego do Hífen

O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente, sugerindo a ideia de união semântica. As regras de emprego do hífen são muitas, o que faz com que algumas dúvidas só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário. Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o seu uso, ao observarmos algumas orientações básicas.

Conheça os casos de emprego do hífen (-):

1) Na separação de sílabas.

Exemplos:

vo-vó;

pás-sa-ro;

U-ru-guai.

2) Para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos e à palavra "eis".

Exemplos:

deixa-o;

obedecer-lhe;

chamar-se-á (mesóclise);

mostre-se-lhe (dois pronomes relacionados ao mesmo verbo);

ei-lo.

3) Em substantivos compostos, cujos elementos conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único.

Exemplos:

Amor-perfeito, arco-íris, conta-gotas, decreto-lei, guarda-chuva,

médico-cirurgião, norte-americano, etc.

Obs.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se sem hífen: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.

4) Em compostos nos quais o primeiro elemento é numeral.

Exemplos:

primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-tenente, segunda-feira,

quinta-feira, etc.

5) Em compostos homogêneos (contendo dois adjetivos, dois verbos ou elementos repetidos).

Exemplos:

técnico-científico, luso-brasileiro; quebra-quebra, corre-corre, reco-reco, blá-blá-blá, etc.

6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão, ou por forma verbal ou cujoselementos estejam ligados por artigos.

Exemplos:

Grã- Bretanha, Grão -Pará;

Passa-Quatro, Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes;

Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios,

Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.

Obs.: os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, etc. O topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.

7) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.

Exemplos:

couve-flor, erva-doce, feijão-verde, erva-do-chá,

ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (planta),

andorinha-grande, formiga-branca, cobra-d'água,

lesma-de-conchinha, bem-te-vi, etc.

Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido: bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen) e bico de papagaio (deformação nas vértebras, sem hífen).

8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem.

Exemplos:

além-mar, aquém-fontreiras, recém-nascido, sem-vergonha.

9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.

Exemplos:

anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliotecário, tele-entrega, etc.

10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que formam não uma palavra, mas umencadeamento vocabular:

Exemplos:

A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;

A ponte Rio-Niterói;

A ligação Angola-Moçambique;

A relação professor-aluno.

11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origemtupi-guarani que representam formas adjetivas, tais como -açu, -guaçu e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentuada graficamente, ou por tônica nasal.

Exemplos:

Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mirim, cajá-mirim, etc.

12) Usa-se hífen com o elemento mal antes de vogal, h ou l.

Exemplos:

mal-acabado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.

13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo naquelas já consagradas pelo uso.

Exemplos:

café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, tomara que caia.

Locuções consagradas:

água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,

pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Prefixos e Elementos de Composição

Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de composição. Veja o quadro a seguir:

Usa-se hífen com os prefixos: Quando a palavra seguinte começa por:

Ante-, Anti-, Contra-, Entre-, Extra-, Infra-, Intra-, Sobre-, Supra-, Ultra- H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO

Exemplos com H: ante-hipófise,

anti-higiênico, anti-herói,

contra-hospitalar, entre-hostil,

extra-humano, infra-hepático,

sobre-humano, supra-hepático,

ultra-hiperbólico.

Exemplos com vogal idêntica:

anti-inflamatório, contra-ataque,

infra-axilar, sobre-estimar,

supra-auricular, ultra-aquecido.

Hiper-, Inter-, Super- H / R

Exemplos: hiper-hidrose, hiper-raivoso, inter-humano, inter-racial,

super-homem, super-resistente.

Sub-

B - H - R

Exemplos: sub-bloco, sub-hepático,

sub-humano, sub-região.

Obs.: as formas escritas sem hífen e sem "h", como por exemplo "subumano" e "subepático" também são aceitas.

Ab-, Ad-, Ob-, Sob- B - R - D (Apenas com o prefixo "Ad")

Exemplos: ab-rogar (pôr em desuso),

ad-rogar (adotar)

ob-reptício (astucioso), sob-roda

ad-digital

Ex- (no sentido de estado anterior), Sota-, Soto-, Vice-, Vizo- DIANTE DE QUALQUER PALAVRA

Exemplos: ex-namorada, sota-soberania (não total), soto-mestre (substituto), vice-reitor, vizo-rei.

Pós-, Pré-, Pró- (tônicos e com significados próprios) DIANTE DE QUALQUER PALAVRA

Exemplos: pós-graduação, pré-escolar,

pró-democracia.

Obs.: se os prefixos não forem autônomos, não haverá hífen. Exemplos: predeterminado, pressupor, pospor, propor.

Circum-, Pan- H / M / N / VOGAL

Exemplos: circum-meridiano,

circum-navegação, circum-oral,

pan-americano, pan-mágico,

pan-negritude.

Pseudoprefixos (diferem-se dos prefixos por apresentarem elevado grau de independência e possuírem uma significação mais ou menos delimitada, presente à consciência dos falantes.)

Aero-, Agro-, Arqui-, Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-, Hidro-, Macro-, Maxi-, Mega, Micro-, Mini-, Multi-, Neo-, Pluri-, Proto-, Pseudo-, Retro-, Semi-, Tele- H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO

Exemplos com H: geo-histórico,

mini-hospital, neo-helênico,

proto-história, semi-hospitalar.

Exemplos com vogal idêntica:

arqui-inimigo, auto-observação,

eletro-ótica, micro-ondas,

micro-ônibus, neo-ortodoxia,

semi-interno, tele-educação.

Importante

1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo que este se inicie por 'o' ou 'h'. Neste último caso, corta-se o 'h'. Se a palavra seguinte começar com 'r' ou 's', dobram-se essas letras.

Exemplos:

coadministrar, coautor, coexistência, cooptar, coerdeiro corresponsável, cosseno.

2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo diante de palavras começadas por 'e'.

Exemplos:

preeleger, preexistência, reescrever, reedição.

3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por r ous, estas consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.

Exemplos:

antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, autorretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco, infrassom, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.

Atenção:

Não confunda as grafias das palavras autorretrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da consoante 'r'. 'Porta-retrato', por outro lado, não possui prefixo: o elemento 'porta' trata-se de uma forma do verbo "portar". Assim, esse substantivo composto deve ser sempre grafado com hífen.

4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por vogal diferente, não se utilizará o hífen.

Exemplos:

antiaéreo, autoajuda, autoestrada, agroindustrial, contraindicação, infraestrutura, intraocular, plurianual, pseudoartista, semiembriagado, ultraelevado, etc.

5) Não se utilizará o hífen nas formações com os prefixos des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver perdido o "h" inicial.

Exemplos:

desarmonia, desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc.

6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao possuir função prefixal.

Exemplos: não violência, não agressão, não comparecimento.

Lembre-se:

Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os elementos "bi", "tri", "tetra", "penta", "hexa", etc.

Exemplos:

bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão, tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.

Observações:

- Em relação ao prefixo "hidro", em alguns casos pode haver duas formas de grafia.

Exemplos:

"Hidroavião" e "hidravião";

"hidroenergia" e "hidrenergia"

- No caso do elemento "socio", o hífen será utilizado apenas quando houver função de substantivo (= de associado).

Exemplos:

sócio-gerente / socioeconômico

Saiba Mais sobre o Uso do Hífen

- Travessão e Hífen

Não confunda o travessão com o hífen: o travessão é um sinal de pontuação mais longo do que o hífen.

- Hífen e translineação

Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, deve-se, por clareza gráfica, repeti-lo no início da linha seguinte.

Exemplos:

ex-

- alferes

guarda-

-chuva

Por favor, diga-

-nos logo o que aconteceu.

Conheça algumas diferenças de significação que o uso (ou ausência) do hífen pode provocar:

Significado sem uso do hífen Significado com uso do hífen

Meio dia = metade do dia Ao meio-dia = às 12h

Pão duro = pão envelhecido

Pão-duro = sovina

Cara suja = rosto sujo

Cara-suja = espécie de periquito

Copo de leite = copo com leite

Copo-de-leite = flor

Ortografia

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.

O Alfabeto

O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:

a A (á)

b B (bê)

c C (cê)

d D (dê)

e E (é)

f F (efe)

g G (gê ou guê)

h H (agá)

i I (i) j J (jota)

k K (cá)

l L (ele)

m M (eme)

n N (ene)

o O (ó)

p P (pê)

q Q (quê)

r R (erre) s S (esse)

t T (tê)

u U (u)

v V (vê)

w W (dáblio)

x X (xis)

y Y (ípsilon)

z Z (zê)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.

Emprego das letras K, W e Y

Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.

Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch

Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial "en".

Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)

3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez,xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.

Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem da palavra. Veja os exemplos:

gesso: Origina-se do grego gypsos

jipe: Origina-se do inglês jeep.

Emprega-se o G:

1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem

Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem

Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio

Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g

Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)

4) Nos seguintes vocábulos:

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear

Exemplos:

arranjar: arranjo, arranje, arranjem

despejar:despejo, despeje, despejem

gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando

enferrujar: enferruje, enferrujem

viajar: viajo, viaje, viajem

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica

Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j

Exemplos:

laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira

cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar

4) Nos seguintes vocábulos:

berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento

Emprego das Letras S e Z

Emprega-se o S:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical

Exemplos:

análise- analisar catálise- catalisador

casa- casinha, casebre liso- alisar

2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem

Exemplos:

burguês- burguesa inglês- inglesa

chinês- chinesa milanês- milanesa

3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa

Exemplos:

catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa

palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa

4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa

Exemplos:

catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose

5) Após ditongos

Exemplos:

coisa, pouso, lousa, náusea

6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados

Exemplos:

pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos

quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos

repus, repusera, repusesse, repuséssemos

7) Nos seguintes nomes próprios personativos:

Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás

8) Nos seguintes vocábulos:

abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.

Emprega-se o Z:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical

Exemplos:

deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar

raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez

frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

Exemplos:

civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização

colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita

Exemplos:

cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:

azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z

Exemplos:

cozer (cozinhar) e coser (costurar)

prezar( ter em consideração) e presar (prender)

traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos:

exame exato exausto exemplo existir exótico inexorável

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs

Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Observe:

Emprega-se o S:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir"

Exemplos:

expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão

estender- extensão suspender- suspensão converter - conversão repelir- repulsão

Emprega-se Ç:

Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"

Exemplos:

ater- atenção torcer- torção

deter- detenção distorcer-distorção

manter- manutenção contorcer- contorção

Emprega-se o X:

Em alguns casos, a letra X soa como Ss

Exemplos:

auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe

Emprega-se Sc:

Nos termos eruditos

Exemplos:

acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

Emprega-se Sç:

Na conjugação de alguns verbos

Exemplos:

nascer- nasço, nasça

crescer- cresço, cresça

descer- desço, desça

Emprega-se Ss:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"

Exemplos:

agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão

progredir- progressão transmitir- transmissão exceder- excesso repercutir- repercussão

Emprega-se o Xc e o Xs:

Em dígrafos que soam como Ss

Exemplos:

exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

Observações sobre o uso da letra X

1) O X pode representar os seguintes fonemas:

/ch/ - xarope, vexame

/cs/ - axila, nexo

/z/ - exame, exílio

/ss/ - máximo, próximo

/s/ - texto, extenso

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-

Exemplos: excelente, excitar

Emprego das letras E e I

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser nítida. Observe:

Emprega-se o E:

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar

Exemplos:

magoar - magoe, magoes

continuar- continue, continues

2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)

Exemplos: antebraço, antecipar

3) Nos seguintes vocábulos:

cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.

Emprega-se o I :

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir

Exemplos:

cair- cai

doer- dói

influir- influi

2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)

Exemplos:

Anticristo, antitetânico

3) Nos seguintes vocábulos:

aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Emprego das letras O e U

Emprega-se o O/U:

A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os exemplos:

comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)

soar (emitir som) e suar (transpirar)

Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.

Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.

Emprega-se o H:

1) Inicial, quando etimológico

Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh

Exemplos: flecha, telha, companhia

3) Final e inicial, em certas interjeições

Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.

4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico

Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

Observações:

1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados comobaiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.

2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos sempre são grafados com h. Veja:

herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas

1) Utiliza-se inicial maiúscula:

a) No começo de um período, verso ou citação direta.

Exemplos:

Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso."

"Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que à luz do sol encerra

As promessas divinas da Esperança…"

(Castro Alves)

Observações:

- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da letra maiúscula.

Por Exemplo:

"Aqui, sim, no meu cantinho,

vendo rir-me o candeeiro,

gozo o bem de estar sozinho

e esquecer o mundo inteiro."

- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.

Por Exemplo:

"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira)

b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.

Exemplos:

Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.

c) Nos topônimos, reais ou fictícios.

Exemplos:

Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.

d) Nos nomes mitológicos.

Exemplos:

Dionísio, Netuno.

e) Nos nomes de festas e festividades.

Exemplos:

Natal, Páscoa, Ramadã.

f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.

Exemplos:

ONU, Sr., V. Ex.ª.

g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou nacionalistas.

Exemplos:

Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, União, etc.

Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.

Exemplo:

Todos amam sua pátria.

Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:

a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.

Exemplos:

Rua da Liberdade ou rua da Liberdade

Igreja do Rosário ou igreja do Rosário

Edifício Azevedo ou edifício Azevedo

2) Utiliza-se inicial minúscula:

a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.

Exemplos:

carro, flor, boneca, menino, porta, etc.

b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.

Exemplos:

janeiro, julho, dezembro, etc.

segunda, sexta, domingo, etc.

primavera, verão, outono, inverno

c) Nos pontos cardeais.

Exemplos:

Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.

Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste.

Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.

Exemplos:

Nordeste (região do Brasil)

Ocidente (europeu)

Oriente (asiático)

Lembre-se:

Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.

Exemplo:

"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas:ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira)

Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:

a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.

Exemplos:

Crime e Castigo ou Crime e castigo

Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas

Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido

b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes sagrados e que designam crenças religiosas.

Exemplos:

Governador Mário Covas ou governador Mário Covas

Papa João Paulo II ou papa João Paulo II

Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor

Santa Maria ou santa Maria.

c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas.

Exemplos:

Português ou português

Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas modernas

História do Brasil ou história do Brasil

Arquitetura ou arquitetura

Notações Léxicas

Para representar os fonemas, muitas vezes há necessidade de recorrer a sinais gráficos denominados notações léxicas.

Emprego do Til

Til ( ~ )

O til sobrepõe-se sobre as letras a e o para indicar vogal nasal.

Pode aparecer em sílaba:

Tônica: balão, corações, maçã

Pretônica: balõezinhos, grã-fino

Átona: órgão, bênçãos

Outros Exemplos:

Capitães, limão, mamão, bobão, chorão, devoções, põem, etc.

Observação:

Se a sílaba onde figura o til for átona, acentua-se graficamente a sílaba predominante.

Por Exemplo: Órfãos, acórdão

Emprego do Apóstrofo

Apóstrofo ( ´ )

O uso deste sinal gráfico pode:

a) Indicar a supressão de uma vogal nos versos, por exigências métricas. Ocorre principalmente entre poetas portugueses

Exemplos:

esp´rança (esperança)

minh'alma (minha alma)

'stamos (estamos)

b) Reproduzir certas pronúncias populares

Exemplos:

Olh'ele aí...(Guimarães Rosa)

Não s'enxerga, enxerido! (Peregrino Jr.)

c) Indicar a supressão da vogal da preposição de em certas palavras compostas

Exemplos:

copo d´água, estrela d'alva, caixa d'água

CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o"a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:

Vou a a igreja.

Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:

Conheço a aluna.

Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino"a" ou um dos pronomes já especificados.

Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s)após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.

Veja os exemplos:

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.

Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:

- Penso na aluna.

- Apaixonei-me pela aluna.

- Começou a brigar. - Cansou de brigar.

- Insiste em brigar.

- Foi punido por brigar.

- Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.

Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:

Andamos a cavalo.

Fomos a pé.

Passou a camisa a ferro.

Fazer o exercício a lápis.

Compramos os móveis a prazo.

Assisitimos a espetáculos magníficos.

- Diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar.

Ela não tem nada a dizer.

Estavam a correr pelo parque.

Estou disposto a ajudar.

Continuamos a observar as plantas.

Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formassenhora, senhorita e dona:

Diga a ela que não estarei em casa amanhã.

Entreguei a todos os documentos necessários.

Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.

Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.

Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.

Isso não interessa a nenhum de nós.

Aonde você pretende ir a esta hora?

Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)

Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)

Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- Diante de numerais cardinais:

Chegou a duzentos o número de feridos.

Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- Diante de palavras femininas:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.

Sempre vamos à praia no verão.

Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.

Sou grata à população.

Fumar é prejudicial à saúde.

Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.

Usava sapatos à (moda de) Luís XV.

O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- Na indicação de horas:

Acordei às sete horas da manhã.

Elas chegaram às dez horas.

Foram dormir à meia-noite.

Ele saiu às duas horas.

Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa.

Por exemplo: Dormiram até as/às 14 horas.

- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:

à tarde às ocultas às pressas à medida que

à noite às claras às escondidas à força

à vontade à beça à larga à escuta

às avessas à revelia à exceção de à imitação de

à esquerda às turras às vezes à chave

à direita à procura à deriva à toa

à luz à sombra de à frente de à proporção que

à semelhança de às ordens à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:

Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)

Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)

Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)

Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)

Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)

Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.

Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:

Refiro-me a aquele atentado.

Preposição Pronome

Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.Veja outros exemplos:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.

Quero agradecer àqueles que me socorreram.

Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.

Não obedecerei àquele sujeito.

Assisti àquele filme três vezes.

Espero aquele rapaz.

Fiz aquilo que você disse.

Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.

O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer.

Esta foi a conclusão à qual ele chegou.

Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.

A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país.

Meu luto é ligado ao do meu país.

As orações são semelhantes às de antes.

Os exemplos são semelhantes aos de antes.

Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.

Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.

Suas perguntas são superiores às dele.

Seus argumentos são superiores aos dele.

Sua blusa é idêntica à de minha colega.

Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A Palavra Distância

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:

Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.)

Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:

Os militares ficaram a distância.

Gostava de fotografar a distância.

Ensinou a distância.

Dizem que aquele médico cura a distância.

Reconheci o menino a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:

Gostava de fotografar à distância.

Ensinou à distância.

Dizem que aquele médico cura à distância.

Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

- Diante de nomes próprios femininos:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:

Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.

A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.

Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada. Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada. Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

- Diante de pronome possessivo feminino:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:

Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.

A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.

Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.

Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele.

Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.

- Depois da preposição até:

Fui até a praia. ou Fui até à praia.

Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.

A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.

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