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A Contextualização de Resistencia

Por:   •  21/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.436 Palavras (6 Páginas)  •  120 Visualizações

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Eixo 3. Juventude e seus territórios (Campo e Cidade): Território como Espaço de construção identitária, lugar em que jovens vivem suas experiencias e práticas coletivas.

A Contextualização de Resistencia da Juventude Quilombola na Região Alto do Acará.

Crystiane Amaral Coutinho – FAAD-UFPA¹.

RESUNO:

 A presente pesquisa encontrasse em andamento, algumas atividades planejadas não puderam ser efetivadas devido ao período de isolamento social provocado pelas medidas de prevenção ao COVID19.  A investigação visa analisar a configuração de resistência da juventude de remanescentes quilombolas do Alto Acará, que residem às margens do Rio Miritipitanga, Região do Alto Acará, Zona Rural do Município de Acará, Estado do Pará, conhecendo a historicidade local e a concepção de identidade de pertencimento dos envolvidos. Adotando o método a pesquisa participativa e a análise de conteúdos para examinar as falas dos jovens remanescentes e dos anciões da Comunidade. Os resultados preliminares, mostram a riqueza cultural da Comunidade; o processo de auto reconhecimento; a memória dos antigos guardadas na cultura interna e a luta pela titulação da área pretendida. No entanto a percepção e valoração da cultura local aos poucos vem perdendo espaço para elementos externos como tecnologia e doutrinas religiosas. Ao final do conteúdo pode-se observar a importante missão dos anciões em manter a identidade cultural viva entre no quilombo.

INTRODUÇÃO

Um dos objetivos deste artigo é proporcionar uma reflexão do cotidiano vivenciado por jovens remanescentes de quilombola, na região do Alto do Acará, Zona Rural do Município de Acará, contudo, trata-se de um estudo em processo de elaboração, não tendo sido possível concluir todo o método proposto na coleta de dados, por consequência do isolamento social, devido o COVID 19, antes fora iniciado as rodas de conversas.

A Cultura Quilombola, permite aos atores perpetuarem os valores e princípios entre o grupo, trata-se de um espaço onde há trocas e compartilhamentos de conteúdos simbólicos e afetivos, proporcionando ao sujeito a consciência de pertencimento do universo protegido por cada um ator que ali conviva. A análise histórica e cultural, ainda encontrasse em andamento, o grupo

 Estudante de Graduação do 5º semestre do Curso de Administração-FAAD-ICSA-UFPA; monitora voluntária no Projeto “IQ-Conhecimento e Resistencia”-ICSA-UFPA; ativista quilombola pela AMARQUALTA, Comunidade Quilombola do Alto do Acará; email: krys.coutinho@gmail.com 

de anciões que puderam contribuir com relatos de suas experiencias e memorias no quilombo, permitiram o conhecimento de fatos desconhecidos na região, a nova geração desconhece muito do que ocorreu com seus ancestrais, contudo percebesse que a interação e o convívio entre os sujeitos de uma mesma família recria de forma isolada dos demais a cultura, os costumes e muito dos hábitos vividos pelos negros da África e portugueses que ali habitaram, isso permiti incidir identidade e a subjetividade quilombola da região. Desdobrando a análise para a cultura, podemos compreender o caráter semiótico criado pelo próprio homem. E em meio ao contexto histórico-cultural do quilombo no Brasil, permeados pelo imaginário social que remete aos tempos de escravidão com histórias de resistência e luta.

Na região rural do Município de Acará, encontrasse quarenta e uma comunidades quilombolas registradas e auto declaradas como comunidades quilombolas.

Cultura, identidade e território: Para alguns pensadores contemporâneos do quilombo, a Cultura é o elo entre o que fomos, somos e o que seremos, permitindo a união fraternal entre gerações e promulgando o respeito entre seus pares. É a forma autêntica e o local de cada povo se constituir e resistir perante a globalização. A cultura que possibilita aos atores vivenciar uma rede de relações, a qual é entrelaçada por símbolos, signos, práticas e valores. Estes elementos da rede, permitem a percepção das regras para um bem viver do grupo, através dos códigos e dessa forma a conduta dos atores da comunidade quanto aos limites, direitos, deveres, respeito, cuidado com o próximo e o meio natural onde habitam, será conduzido para o bem comum.

Quanto a identidade, pode ser entendida como o produto da ação do próprio indivíduo e da sociedade, de tal maneira que se forme na confluência de forças sociais que operam sobre o indivíduo e na qual ele próprio atua e constrói a si mesmo (Baró, 1989, citado por González Rey, 2003). A respeito do conceito de identidade, Bauman (2005, p. 83) afirma que estar diante dessa palavra, deve-se ter ciência [...] de que está havendo uma batalha. O campo da batalha é o lar natural da identidade. Ela só vem à luz no tumulto da batalha, e dorme e silencia no momento em que desaparecem os ruídos da refrega. A identidade é uma luta simultânea contra a dissolução e a fragmentação; uma intenção de devorar e ao mesmo tempo uma recusa resoluta a ser devorado. (BAUMAN, 2005, p. 83), o autor observa que inicialmente os teóricos se empenharam em ligar a identidade com a questão genética. Nesse sentido, a identidade vincula-se a origem e as raízes do sujeito. O pertencimento e a própria identidade “não tem a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis” (2005, p. 17). A identidade entrelaça o sujeito ao contexto no qual está inserido, em que alinha sentimentos subjetivos a lugares objetivos que ocupa nas relações sociais e culturais. Dessa forma, nos projetamos em nossas identidades culturais, ao mesmo tempo em que absorvemos seus significados e valores, tornando-os parte de nós mesmos (Hall, 2000). A identidade seria, portanto, algo que se move em direção às diferentes representações a que somos interpelados pelos sistemas culturais.

Considerações finais

O movimento social do remanescente quilombola do Alto do Acará, ainda encontra limitações para efetivar a auto aceitação entre os atores da região, o branqueamento é forte e tradicional, uma herança dos portugueses que vem atravessando as gerações, quanto a cultura a cultura quilombola, que enfatiza as particularidades dos sujeitos, está sendo extinguidas de forma lenta porém constantes, hoje não se vê as festas dos santos, crendices populares e demais costumes típicos de localidade onde existiu o quilombo, a preservação dessa parte da cultura acarreta grandes danos na formação da identidade do negro que habita a região. O passado histórico e social esta sendo ameaçado e não consegue propiciar ao sujeito um posicionamento de aceitação e auto reconhecimento de sua essência negra.

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