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A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA PROGRESSISTA NA EDUCAÇÃO

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Por:   •  30/9/2014  •  3.812 Palavras (16 Páginas)  •  517 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA PROGRESSISTA NA EDUCAÇÃO

Júlio César Lourenço, Verônica Yurika Mori

Resumo:

A busca por alternativas para o desafio de uma educação de qualidade tem sido atualmente tema de muitas pesquisas no âmbito educacional. A prática de propostas educacionais atuais destoa daquilo que habitualmente se refere como discurso de valorização para uma educação completa e crítica. Há uma necessidade de ampliarmos o debate sobre como dinamizar as potencialidades das instituições educacionais a fim de propor mudanças no sistema educacional que se encontra fragmentado e ineficaz. Nossa investigação tem o foco a reflexão sobre os objetivos educacionais da Pedagogia Progressista, refere-se às inquietações de Paulo Freire e outros autores que elaboraram propostas de ensino que podem se tornar parte da construção de uma educação com propósitos para uma formação mais completa aos estudantes brasileiros do ensino médio.

Palavras Chave: Paulo Freire; Pedagogia Progressista; Educação;

Introdução:

Este artigo traz algumas reflexões sobre os objetivos e metodologia da pedagogia progressista a fim de compreender sobre a superação da visão fragmentada e tecnicista do ensino. A consolidação da abordagem progressista é um desafio que deve ser transposto dia a dia. “A passagem para um novo paradigma não é abrupta e nem radical. É um processo que vai crescendo, se construindo e se legitimando” (BEHRENS, 2005, p.26).

O foco das nossas análises está na compreensão dos objetivos e metodologia da proposta de Paulo Freire. Durante a nossa realização de estágio na disciplina de sociologia, no contexto do ensino médio, observamos a necessidade de um paradigma educacional que trouxesse significado para a aprendizagem, além da única preocupação em aprovação nos vestibulares. O texto refere-se a um problema que é a dificuldade de inserção da Pedagogia Progressista na atualidade do contexto do ensino. Para tal mediação, estabeleceram-se os seguintes procedimentos metodológicos: Compreender a base teórica e o conceito da visão progressista da educação, discutir sobre a relação professor-aluno na metodologia progressista e propor uma discussão sobre os valores e aspectos da prática pedagógica no ensino médio mediante tal proposta de educação.

A Pedagogia Progressista é no Brasil um paradigma educacional que propõe a transformação social por meio da educação. Tal proposta, sintetizando, tem como cerne a maneira como o indivíduo se propõe a explicar determinada realidade. Segundo Behrens (2005), atualmente existem três propostas inovadoras que conduz os alunos a dialogarem sobre as problemáticas de seu espaço social: o modelo sistêmico, o progressista e a pesquisa de campo.

Os pressupostos da pedagogia progressista caminham no sentido de propiciar que o aluno questione os conceitos transmitidos pelas instituições escolares. Essa problematização dos temas sociais é fundamental para uma profunda e real transformação da educação brasileira. Enfatiza-se que se quisermos que o país tenha uma educação de qualidade, cabe-nos a tarefa de reafirmar a escola como um espaço de acesso a cultura elaborada, espaço de produção cultural e intelectual.

No âmbito nacional, segundo Libâneo (1990) a metodologia progressista se manifestou por meio de três pedagogias: a libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire, a libertária, que reúne defensores da autogestão pedagógica e a crítico-social dos conteúdos, que, diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. O enfoque de nossas análises consiste na pedagogia de Paulo Freire, por ser considerada crítico-social, com influência transformadora na educação.

Os Pressupostos da Metodologia Progressista levam em consideração o indivíduo como ser que constrói a sua própria história. Consiste em desenvolver atividades de ensino, nas quais, o centro do processo não é o professor, mas o aluno que se torna sujeito de seu aprendizado. Os interesses, os temas e as problemáticas do cotidiano do aluno, nesta perspectiva, devem constituir os conteúdos do conhecimento escolar. O conhecimento deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. Sendo assim, é uma das tarefas do educador explicitar as problemáticas sociais concretas e contextualizá-las, de modo a desmontar pré-noções e preconceitos que sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas para uma transformação social. O ensino deve ser encaminhado de modo que a dialética dos fenômenos sociais seja explicada e entendida para além do senso comum, uma síntese que favoreça a leitura das sociedades à luz do conhecimento científico.

Sob essa perspectiva, o professor atua como educador e também sujeito do processo, estabelece uma relação horizontal com os alunos e busca no diálogo sua fonte empreendedora na produção do conhecimento. O professor assume o papel de mediador entre o saber elaborado e o conhecimento a ser produzido. É importante ensinar aos alunos que as estruturas de um determinado espaço social variam de uma sociedade para outra e numa mesma sociedade, pois ela reflete as condições econômicas, políticas, sociais e culturais das sociedades em um determinado contexto, e ela está sempre em construção, por isto o cenário ideal não existe em nenhuma parte do mundo (FREIRE, 2005).

Atualmente, como reflete Behrens (2005), o aluno adquire uma visão fragmentada não somente da realidade, mas de si mesmo, dos valores e dos seus sentimentos. A tendência acentuada nas escolas do ensino médio tem caminhado no sentido de serem cada vez mais tecnicista, com a finalidade única e específica de preparação para os exames e avaliações do sistema nacional, principalmente os vestibulares. Para Behrens:

A visão fragmentada levou os professores e os alunos a processos que se restringem à reprodução do conhecimento [...]. A ênfase do processo pedagógico recai no produto, no resultado, na memorização do conteúdo, restringindo-se em cumprir tarefas repetitivas que muitas vezes, não apresentam sentido ou significado para quem as realiza (2005, p. 23).

Neste sentido Kuenzer (1999, p. 167) afirma que:

Essa pedagogia foi dando origem a propostas que ora se centraram nos conteúdos, ora nas atividades, sem nunca contemplar uma relação entre aluno e conhecimento que verdadeiramente integrasse conteúdo e método, de

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