AGRICULTURA II: Aumento Da área De Plantio Nos EUA Deve Mudar Mercado

Em meio às preocupações com os fatores climáticos que atrapalharam o desenvolvimento do grão da soja entre janeiro e fevereiro, o ponto positivo para os sojicultores foi a estabilidade dos preços da commodity neste primeiro trimestre. Entre janeiro e março, a oleaginosa oscilou apenas R$ 2, sempre se mantendo acima dos R$ 60.

Em 2013, a ascensão foi mês a mês desde abril. O salto foi de 32% em nove meses. Neste ano, de acordo com o técnico do Deral Marcelo Garrido, são dois fatores que têm sustentado os valores da oleaginosa: a demanda chinesa pela produção brasileira e a procura dos americanos, que têm exportado mais do que esperado de sua produção, requerendo a soja brasileira para consumo interno.

De acordo com o último boletim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques da commodity do país norte-americano já somam 41 milhões de toneladas, enquanto que no mesmo período da temporada anterior, o volume era de 33 milhões de toneladas. A estimativa do USDA para as exportações nesse ano safra, que termina em 31 de agosto, é de 43 milhões de toneladas. "Os estoques ainda estão baixos nos EUA. Eles foram obrigados a comprometer uma quantidade do produto que não era esperada. Isso auxiliou na estabilidade dos preços."

O analista da Scot Consultoria Alcides Torres explica que na safra passada a seca nos Estados Unidos acabou deslocando as compras para o Brasil. "Agora, todo o mercado pode mudar, com a expectativa de produção deles para a próxima safra."

As projeções de mercado para o próximo relatório do USDA é que a área de plantio de soja nos EUA ganhe ainda mais espaço para a safra 2014/15. "Se isso se confirmar, a configuração do mercado muda um pouco. Teremos que aguardar qual será a reação no segundo semestre nos países da América do Sul, como Brasil e Argentina", decreta Garrido

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