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ANALISE DOS ROUBOS DE CARGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Por:   •  4/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  7.240 Palavras (29 Páginas)  •  484 Visualizações

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ANALISE DOS ROUBOS DE CARGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Mario José Pinheiro da Rocha

Letícia Dexheimer

Carlos Oliva Pretto

Universidade Federal de Pelotas

Curso Superior de Tecnologia em Transporte Terrestres

RESUMO

Este estudo está inserido no campo dos transportes terrestres e trata dos roubos das cargas transportadas através do modal rodoviário no Estado do Rio Grande do Sul. Especificamente aborda a questão da segurança nas rodovias, somada as dificuldades que os órgãos de governo enfrentam em estudar melhor esse fenômeno, a fim de reduzi-lo. Se de certa forma movimenta-se sobre rodas, grande parte da economia do RS, por outro, também se desperta a cobiça por parte do crime organizado, uma vez que o roubo de cargas é um crime extremamente lucrativo, um sério problema para segurança pública e também para economia do Estado. O crime em geral cresce a cada dia com maior velocidade em nosso país, seja por falta de recursos e investimentos em segurança pública, seja pela ineficiência das leis existentes ou falta de mecanismos punitivos mais eficientes que amenizem a sensação de impunidade por parte da população. Sendo assim, o estudo propõe utilizar a Análise Criminal como ferramenta na identificação dos roubos de cargas, partindo-se de um método que propõe a contabilização, análise e, por fim, um diagnóstico dos roubos de cargas no Estado do Rio Grande do Sul.

ABSTRACT

This study is set in the land transport field and deals with the theft of cargo transported via road transportation in the state of Rio Grande do Sul. Specifically addresses the issue of security on the roads, plus the difficulties that government agencies face in this study better phenomenon in order to reduce it. If somehow moves on wheels, much of the RS economy, on the other, also awakens greed on the part of organized crime, since cargo theft is an extremely lucrative crime, a serious problem for public safety and also to the state economy. The general crime grows every day with greater speed in our country, either for lack of resources and investments in public safety, is the inefficiency of existing laws or lack of efficient punitive mechanisms that mitigate the feeling of impunity among the population. Thus, the study proposes to use the Criminal Analysis as a tool in identifying the cargo thefts, starting a method that offers accounting, analysis and finally a diagnosis of theft charges in the state of Rio Grande do Sul.

  1. INTRODUÇÃO

A sociedade moderna tem fortes preocupações com a violência que avança cada vez mais sobre as cidades de sul a norte do país. Com o crescimento desta criminalidade a sociedade acaba por ficar exposta e a mercê do crime organizado. O Poder Público por sua vez, faz esforços na tentativa de conter esta violência. Porém são raras às vezes em que as estruturas de segurança dos Estados são vencedoras deste conflito. Com isto, a Análise Criminal tem ganhado um precioso espaço, como ferramenta de suporte e, no assessoramento dos governantes e autoridades a frente das instituições de segurança. Esta ferramenta busca auxiliar na tomada de decisão quanto às políticas públicas de segurança, que visam mitigar e controlar a criminalidade. O presente estudo aborda uma destas vertentes criminosas existentes no Estado do Rio Grande do Sul, o roubo de cargas nas estradas.

O modelo de transportes utilizado atualmente no Brasil é reflexo do processo de colonização, no qual a Europa determinava o seu desenvolvimento. Primeiramente, o transporte estava ligado ao modal marítimo que exportava os produtos primários da colônia. Depois, para abastecer os navios, ou, melhor dizendo, para fomentar o modelo econômico exportador, foram criadas as primeiras ferrovias. Mas, diferentemente do sistema utilizado na Europa na época, as ferrovias brasileiras tinham como único fim o escoamento dos produtos primários, principalmente o café, para os países europeus. Assim, o sistema ferroviário tornou-se desarticulado, conectando as regiões produtivas apenas aos portos (Barat, 1978). Com a industrialização do país, o transporte passou por uma série de mudanças.

Até a década de 1930, a cabotagem[1] foi o principal modal para o transporte de cargas a granel. As rodovias passaram a receber grandes investimentos a partir dessa década, o que possibilitou sua rápida expansão e sua predominância, desde então, na matriz de transportes. Entre 1928 e 1955, a malha rodoviária cresceu cerca de 400%, enquanto a malha ferroviária cresceu apenas 20% (Padula, 2008).

O processo de industrialização no Brasil se aprofundou a partir da década de 1940, quando o transporte ferroviário já declinava no mundo e a indústria automobilística aumentava seu poder e, por consequência, se tornava mais acessível, colaborando com a determinação da atual matriz de transporte do Brasil (Silva Junior, 2004).

A partir da Segunda Guerra, com a escassez de investimentos, os modais, ferroviário e aquaviário entram em declínio ainda mais acelerado e o modal rodoviário passa a ser o principal modal de transporte brasileiro, aliando a vantagem da flexibilidade, o chamado porta a porta, atraindo fretes de cargas em geral e de alimentos, para atender ao mercado interno que estava em processo de ampliação (Barat, 1978). No Brasil, a matriz de transporte é predominantemente rodoviária, correspondendo a 96,2% do transporte de passageiros e a 61,1% da matriz de transporte de cargas (Padula, 2008).

No governo de Juscelino Kubitschek (1956 – 1960), deram-se a entrada e a transformação das linhas de montagens atuantes até então em grandes complexos industriais automobilísticos no Brasil, como a FORD, General Motors, Toyota, SIMCA, Willys Overland, Volkswagen, Mercedes Benz, Scania, Harvester, entre outras, além das empresas brasileiras Fábrica Nacional de Motores (estatal) e VEMAG. Todas as empresas automobilísticas se instalaram na grande São Paulo, nas cidades do ABC paulista, e passaram a fabricar veículos de passeio, ônibus, caminhões e tratores, que impulsionaram o desenvolvimento do transporte rodoviário brasileiro (Haffner, 2002).

O transporte rodoviário de cargas se consolidou no Brasil por apresentar diversas vantagens. Dentre elas, destacam-se por ser mais adequado para curtas e médias distâncias, ter baixo custo inicial de implantação, ser próprio para o serviço de entregas do tipo “porta a porta”, ter maior flexibilidade com relação a grande extensão da malha e ainda por integrar todos os estados brasileiros. Por outro lado também tem suas desvantagens, tais como: alto custo de manutenção, é muito poluente com forte impacto ambiental, é uma modalidade de transporte com velocidade moderada, tem custos altos para grandes distâncias, tem baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso. É o principal meio de transporte realizado no Brasil, contudo, devido às suas desvantagens em relação aos outros modais, houve uma mudança de pensamentos e ações com o passar dos anos, que devem influenciar e reduzir a sua participação na matriz modal. Essa redução propiciará aos outros modais a possibilidade de contribuir de forma mais eficiente para o transporte de passageiros e de cargas no Brasil (Brasil, 2014).

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