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AVA 4 Semestre

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Por:   •  6/10/2014  •  7.917 Palavras (32 Páginas)  •  323 Visualizações

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1. Defina os quatro exemplos de contextos de aplicação das brinquedotecas.

2. Descreva, em no máximo 15 linhas, os benefícios da brinquedoteca em cada contexto que citou como exemplo.

Contexto 1:

Contexto 2:

Contexto 3:

Contexto 4:

3. Complemente sua atividade, enfatizando a importância da brinquedoteca no contexto escolar, em no máximo 15 linhas.

O método mútuo e a formação docente no Brasil no século XIX: a qualificação da escola e a desqualificação do trabalho docente.

Luciano Mendes de Faria Filho

Walquíria Miranda Rosa

Marcilaine Soares Inácio

Este texto propõe-se a analisar a divulgação e implantação do método mútuo em Minas Gerais, nas décadas iniciais do século XIX, como estratégia fundamental de institucionalização da educação escolar e momento fundador da discussão da formação de professores entre nós. Tal perspectiva de análise possibilita-nos pensar a história da escola como estando relacionada, portanto, tanto com a constituição de mecanismos internos e de uma materialidade própria à escola, quanto com a produção da própria noção de educabilidade da infância e, ainda, com o deslocamento operado nas formas anteriores de educar e instruir as novas gerações. A escola, ao constituir-se como agência responsável pela educação e instrução das novas gerações o faz não de forma pacífica e consensual, mas de forma conflituosa, buscando agressivamente resgatar a infância de outros espaços-tempos de formação, notadamente a família, a religião e o trabalho.

Há grandes evidências, hoje, de que tais processos ocorreram de maneira bastante diferenciada nos diversos países do mundo ocidental. Mas, os estudos mostram, também, que nos três últimos séculos este fenômeno sofreu um impulso jamais visto, e acabou por legar-nos toda uma tradição e cultura no trato da infância, escolarizada ou não. No Brasil, não resta dúvida de que, mesmo considerando a existência de instituições escolares anteriores ao início do século XIX e que a marca da cultura letrada se faz presente desde o momento inicial de nossa história pós 1500, foi no período pós independência que o processo de escolarização foi grandemente impulsionado.

Esse fato, no entanto, não quer dizer que a influência da instituição escolar não tenha se feito sentir, ao longo de nossa história, lá onde ela não existia ou por aqueles que não a freqüentaram. Pelo contrário, a ação escolar fez-se sentir além de seus "muros", irradiando para o conjunto da sociedade, constituindo-se em referência importante para a definição de identidades pessoais e coletivas, públicas e privadas, políticas e profissionais, dentre outras.

Por isso mesmo, é preciso que se diga, de início, que o termo escolarização estará sendo utilizado neste texto em um duplo sentido, os quais estão intimamente relacionados. Num primeiro, escolarização pretende designar o estabelecimento de processos e políticas concernentes à "organização" de uma rede, ou redes, de instituições, mais ou menos formais, responsáveis seja pelo ensino elementar da leitura, da escrita, do cálculo e, no mais das vezes, da moral e da religião, seja pelo atendimento em níveis posteriores e mais aprofundados.

Em outra acepção, estamos entendendo por escolarização o processo e a paulatina produção de referências sociais tendo a escola, ou a forma escolar de socialização e transmissão de conhecimentos, como eixo articulador de seus sentidos e significados. Neste caso, nossa atenção está voltada para o que temos chamado de "conseqüências" sociais, culturais e políticas da escolarização, abrangendo questões relacionadas ao letramento, ao reconhecimento ou não de competências culturais e políticas dos diversos sujeitos sociais e à emergência da profissão docente.

O fenômeno da escolarização entendido no seu sentido mais amplo, somente pode ser plenamente dimensionado e razoavelmente entendido se levarmos em conta um tempo relativamente longo como, por exemplo, os últimos dois séculos na sociedade brasileira. É nesse tempo mais longo que podemos perceber com mais precisão, com mais clareza, os múltiplos significados e os diversos fatores intervenientes da radical mudança em nossa sociedade no que diz respeito à escola: de uma sociedade sem escolas no início do século XIX, chegamos ao início do século XXI com a quase totalidade de nossas crianças na escola. Nunca é demais lembrar, por exemplo, que os professores públicos em Minas Gerais eram pouco mais de uma centena no início dos oitocentos, em torno de 2.000 no início do século seguinte e mais de 200.000 no final do mesmo século. O mesmo poder-se-ia dizer do alunado. Como não considerar uma mudança de tal magnitude?

Assim, parafraseando E. P. Thompson (1984.p.271), podemos dizer que na transição de uma sociedade não escolarizada para uma escolarizada, a tensão desta recai sobre a totalidade do social, não deixando intocada nenhuma de suas diversas dimensões. Tal tensão pode ser percebida não apenas naquilo que toca diretamente à escola e ao seu em torno, mas naquilo que de mais profundo há na cultura e nos processos sociais como um todo: das formas de comunicação, às formas de constituição dos sujeitos, passando pelas inevitáveis dimensões materiais garantidoras da vida humana e de sua reprodução, tudo isso modifica-se, mesmo que lentamente, sob o impacto da escolarização.

O reconhecimento do fato de que a escola produz a sociedade, de que a escolarização tem um impacto direto ou indireto no conjunto da vida social, ou, tal como o faz A. Chervel (1990), que a cultura escolar é uma autêntica e original cultura produzida pela escola, nada disso pode nos levar, no entanto, ao entendimento de que a escola o faz independentemente da sociedade na qual está inserida. A escola é tanto produtora quanto produto da sociedade como um todo. O que importa estudar, em última instância, é como este fenômeno se dá em suas múltiplas facetas em tempos e espaços determinados.

I. Método mútuo: um discurso fundador na educação?

Dizíamos, anteriormente, da importância

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