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Administração Do Terceiro Setor

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Por:   •  9/5/2013  •  9.188 Palavras (37 Páginas)  •  643 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento e a participação das organizações do Terceiro Setor têm desempenhado um importante papel na sociedade, dentro das discussões sobre política, cidadania, direitos humanos, controle ambiental, entre outros assuntos que permeiam as relações cotidianas. Todavia, a sobrevivência dessas organizações está cada vez mais associada à capacidade de se demonstrarem auto-sustentáveis (SANTOS, 2005 apud Silva, 2008, p. 12).

Maximizar resultados e investir na qualidade dos produtos e processos, sem comprometer a transparência das ações e a legitimidade perante o público externo, instituem-se como novos critérios de acesso a recursos, tanto públicos quanto privados (MEREGE, 2001 apud Silva, 2008, p. 12).

As organizações vêm sendo forçadas a adotar maior rigor orçamentário; a investir em técnicas de planejamento, monitoramento e avaliação das ações; a modificar seus procedimentos administrativos; a reduzir seu quadro de pessoal sem, no entanto, comprometer a motivação e a adesão de seus colaboradores, e os valores éticos e morais que asseguram a legitimidade da missão, garantindo a credibilidade institucional.

O objetivo deste estudo é demonstrar como ocorre a sustentabilidade de uma instituição sem fins econômicos, seus meios de captação de recursos financeiros, humanos e materiais; para viabilização do crescimento e manutenção das mesmas.

O trabalho está estruturado em quatro seções. A primeira concentra-se na explanação referente ao Terceiro Setor, seu percurso histórico que se iniciaram nos tempos primórdios, com a iniciativa das mulheres da alta sociedade que prestavam ajuda aos menos favorecidos. Discorrendo a trajetória do seu desenvolvimento e a formalização deste setor até os dias atuais, diferenciando os modelos de instituições de acordo com suas características. Dando continuidade, a próxima seção intitulada “Processo de formação de uma Associação – Caso Associação Pró-Reintegração Social da Criança” relata toda a estruturação e formação da mesma, abordando sobre a fundação, história, desenvolvimento do trabalho, forma de gerenciamento e a importância da sua atuação para a comunidade que está inserida.

Na terceira seção discorrer-se-á sobre a sustentabilidade, a origem do termo, aprofundando a sua importância nas organizações sociais, tendo como foco prioritário a sustentabilidade organizacional dessas instituições e os seus principais desafios.

E na seção final são esboçadas as formas de viabilização dos recursos financeiros da Associação Pró-Reintegração Social da Criança, mostrando como se obtém a sustentabilidade da entidade.

2 TERCEIRO SETOR

O objetivo desta seção é conceituar e discorrer sobre a origem do Terceiro Setor. Como se dá a formação de uma organização não governamental, os propósitos e o contexto em que foram inseridas e suas características.

No Brasil, assim como em outros países, observa-se o crescimento de um “terceiro setor”, coexistindo com os dois setores tradicionais: o primeiro setor, aquele no qual a origem e a destinação dos recursos são públicas, corresponde às ações do Estado e o segundo setor, correspondente ao capital privado, sendo a aplicação dos recursos revertida em benefício próprio. E por fim o Terceiro Setor que corresponde às instituições com preocupações e práticas sociais, sem fins econômicos, que geram bens e serviços de caráter público, tais como: OSCIPs , Associações e Fundações, etc.

Este setor é um mobilizador de um grande volume de recursos humanos e materiais para impulsionar iniciativas voltadas ao desenvolvimento social. Só recentemente se começou a reconhecer a importância dele no âmbito da sociedade e da economia contemporânea pela sua capacidade de geração de empregos, principalmente nas sociedades mais desenvolvidas, onde os investimentos sociais são bem maiores, e pelo aspecto qualitativo, caracterizado pelo idealismo de suas atividades – enquanto participação democrática, exercício da cidadania e responsabilidade social.

O setor independente está desempenhando um papel cada vez mais importante em todos os países do mundo. As pessoas estão criando novas instituições, tanto em nível local como nacional, para suprir necessidades que não estão sendo atendidas pelo mercado ou setor público. Segundo Ioschpe (2005, p. 10), cabe ao governo garantir os direitos essenciais e universais dos cidadãos, os quais, por sua vez, podem e devem exigir que isso se faça de modo eficiente e equitativo. Nesta definição, agregam-se, estatística e conceitualmente, um conjunto altamente diversificado de instituições, no qual se incluem organizações não governamentais, fundações e institutos empresariais, associações comunitárias, entidades assistenciais e filantrópicas, assim como várias outras instituições sem fins lucrativos. Ruth Cardoso apud (IOSCHPE 2005, p. 10) diz que,

Acredito que o fortalecimento da sociedade civil e de sua atuação no campo do desenvolvimento social é o caminho correto para que possamos superar essa herança pesada de injustiça e exclusão. Não considero esse caminho correto pelo simples fato de que aliviaria a tarefa do governo, retirando de seus ombros uma parcela de sua responsabilidade. Não se trata disso, mas sim de reconhecer que a ação do Terceiro Setor nos enfrentamentos de questões diagnosticadas pela própria sociedade nos oferece modelos de trabalho que representam modos mais eficazes de resolver problemas sociais.

Como premissa básica, o Terceiro Setor cultiva a equidade e a justiça social. Outra característica marcante é ter um caráter estratégico de maior importância no âmbito de qualquer sociedade que se preocupe com o desenvolvimento social e a consolidação de valores democráticos, pluralista, comprometidos com a solidariedade humana e o sentido da comunidade. Para Ribas (2005) é um setor independente e cada vez mais organizado e profissionalizado, mas focado nos problemas sociais.

Assentado no associativismo e na dimensão voluntária do comportamento das pessoas; caracterizado pela defesa de causas e valores; inspirado pelos princípios

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