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Por:   •  4/12/2014  •  2.033 Palavras (9 Páginas)  •  435 Visualizações

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Matéria da Prova de História

No período entre 1969 e 1973, o crescimento econômico no Brasil alcançou níveis excepcionais, e por isso ficou conhecido como “Milagre Econômico”.

Desde a década de 30, os governos brasileiros, tanto de Getulio Vargas (teoria desenvolvimentista), quanto de Juscelino Kubitschek (Plano de Metas, com o lema “50 anos em 5”) investiram em infraestrutura. Para tanto, foram realizados vários empréstimos. Se por um lado o governo Vargas foi marcado pelo protecionismo, pois encarava as empresas estrangeiras como exploradoras, o governo de Juscelino buscou no capital estrangeiro os investimentos para equipar as indústrias nacionais, e adotou medidas que privilegiavam esses empréstimos, facilitando o envio de lucros ao exterior, e adotando uma taxa cambial favorável a essas operações.

Ainda no governo de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961), a dívida externa do país havia dobrado, o déficit na balança comercial tornou-se motivo de preocupação, inclusive entre os investidores estrangeiros e a taxa de inflação alcançou níveis elevados. Foi nesse contexto que o FMI (Fundo Monetário Internacional) passou a interferir na economia brasileira, fazendo exigências.

Os anos que se seguiram foram marcados pela crise política, além da já instalada crise econômica. Jânio Quadros, sucessor de Juscelino, renunciou em 1961. O governo seguinte, de João Goulart, foi marcado pela entrada em grande escala das empresas multinacionais americanas e européias. Em 1964, João Goulart foi deposto, e os militares tomaram o poder, com o marechal Humberto Castello Branco na presidência.

Os militares, assim que assumiram, criaram o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), que tinha como objetivos combater a inflação e realizar reformas estruturais, que permitissem o crescimento. Com a “estabilidade política”, os recursos estrangeiros retornaram ao Brasil maciçamente. Com tamanho volume de capital, a economia se estabilizou.

Em 1967, a economia dava sinais de recessão. Delfim Netto, então encarregado pela economia do país, passou a investir nas empresas estatais, nas áreas de siderurgia, petroquímica, geração de energia, entre outras. As medidas surtiram efeito, e os investimentos nas estatais renderam muitos lucros. O processo de industrialização finalmente havia chegado ao Brasil, gerando milhões de empregos. Em 1969, quando Emílio Garrastazu Médici assumiu a presidência, o “Milagre Econômico” acontecia. O processo de industrialização finalmente havia chegado ao Brasil, gerando milhões de empregos.

Como resultado, nos anos seguintes, a classe média teve aumentos consideráveis em sua renda, enquanto aumentava o abismo social no país. O aumento das desigualdades sociais e as divida externa assumida nessa época são as principais heranças do Milagre Econômico no Brasil.

Internamente, duas grandes correntes políticas ganharam destaque: o liberalismo e o nacionalismo. O projeto liberal acreditava que o recente desenvolvimento industrial brasileiro tornava indispensável a busca de capitais que financiassem o crescimento econômico nacional. Dessa forma, os liberais apoiavam a busca de empréstimos e a entrada de empresas multinacionais. Só assim, de acordo com a política liberal, o país alcançaria os recursos financeiros e a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento.

Mesmo aumentando os valores da dívida externa nacional, a contração de empréstimos ainda era vista de forma positiva pelo projeto liberal. Na medida em que a economia se desenvolvia, a questão da dívida externa tornava-se uma questão contornável. Já a fuga de capitais seria recompensada por meio da atração de mais recursos, pois os lucros obtidos pelas empresas estrangeiras seriam o sinal de que o Brasil era uma nação lucrativa. O governo teria como grande função controlar os índices inflacionários e a emissão de moedas.

Em contrapartida, os nacionalistas tinham algumas divergências com os liberais. De acordo com seus princípios, a abertura ao capital estrangeiro traria conseqüências penosas ao país. Eles enxergavam que a transferência de tecnologia oriunda do exterior para o Brasil, de acordo com a proposta liberal, não traria facilmente o desenvolvimento da nação. Seria inconcebível acreditar que as potências econômicas mundiais transformariam as nações econômicas periféricas em futuros concorrentes comerciais. Por isso, eles defendiam um desenvolvimento consolidado pelo capital nacional.

Como o setor industrial carecia da disponibilidade de capitais nacionais, o Estado deveria ter um papel de ampla participação na economia. Através dos recursos arrecadados pelo sistema fiscal e tributário, o governo brasileiro transformava-se em um grande investidor da economia nacional. Além disso, para mobilizar a população em torno do projeto desenvolvimentista, o governo deveria preocupar-se em consolidar políticas sociais.

Com o acirramento político causado pela Guerra Fria, os partidários desses dois diferentes projetos protagonizavam o conflito político-ideológico da época. Os nacionalistas diziam que os liberais de “entreguismo” e os nacionalistas eram acusados de serem simpáticos a princípios comunistas. Dessa maneira, criou-se uma grande cisma entre as personalidades políticas nacionais da época.

PTB e o UDN tornaram-se, respectivamente, os dois grandes redutos partidários do nacionalismo e do liberalismo. Os demais partidos não possuíam uma posição política definida. Dispersos em diferentes correntes, os partidos de menor expressão política modificavam suas alianças políticas de acordo com as possíveis vantagens a serem obtidas. Formavam uma base de apoio despolitizada e interesseira.

Entre os militares surgiu uma instituição de ensino que, naquele período, fez grande oposição ao projeto nacionalista. A chamada Escola Superior de Guerra, fundada pelo major Golbery do Couto e Silva, pregava que o projeto nacionalista mascarava o apoio aos ideais do “ameaçador” bloco comunista. Ao longo do tempo, a Escola Superior seria um grande reduto de doutrinação das classes militares da nação.

Durante o período democrático vivido após a vigência da Constituição de 1945, o Brasil orientou sua trajetória política em meio a esses dois discursos majoritários. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos faziam forte pressão para que o nacionalismo não representasse uma via de acesso aos setores de esquerda no país. No plano interno, os problemas sociais e o agravamento das questões econômicas logo criariam o afloramento de confrontos sociais e greves que não suportariam a alternância entre projetos de desenvolvimento indefinidos

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