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Analise Da Sensibilidade

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Por:   •  28/10/2014  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  337 Visualizações

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ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Suponhamos que você seja um empresário ou um executivo financeiro e esteja interessado no lançamento de um novo produto por sua empresa. Para saber se tal projeto de investimento é exeqüível, você precisa saber se sua rentabilidade é aceitável. Para tanto podem-se usar como critérios de análise a Taxa Interna de Retorno, o Valor Presente Líquido, o Payback simples, deflacionado ou financeiro etc.

Suponhamos que você decida utilizar o primeiro desses indicadores, a TIR.

Um exemplo ilustrativo

O Fluxo de Caixa desse Projeto, preparado pelo Departamento de Marketing (estimativa das vendas), pelo de Engenharia (custos de produção) e pelo Financeiro (custos indiretos, impostos etc), poderia ser o seguinte (valores mensais em OTN postecipados):

Calculando-se a TIR chega-se ao valor de 18,12% a.a, o que reflete uma boa rentabilidade, já que a empresa trabalha com uma taxa real mínima aceitável de 15% a.a. Assim, o projeto pode ser implantado.

A Teoria e a Prática não se entendem

Entretanto, passados os cinco anos, ao se levantarem os dados históricos (contábeis) referentes a esse projeto, iremos verificar que, embora as receitas, despesas e investimentos tenham oscilado em torno dos valores previstos acima, A RENTABILIDADE DESSE PROJETO EFETIVAMENTE CONSTATADA NA PRÁTICA RESULTOU MENOR QUE OS 18,12% a.a.!

A primeira idéia é que se trata de uma exceção. Porém, se a análise for repetida para os demais projetos já implantados, a conclusão será a mesma. Parece que alguma coisa está saindo errada!

Essa constatação não é nada original. Já em 1968, David Hertz, em um famoso artigo da Harvard Business Review, havia mencionado o comentário do Presidente de uma empresa multinacional, com sede nos EUA:

Não posso entender por que nossa política de investimentos não tem funcionado da maneira esperada. Há alguns anos atrás, o comitê executivo de nossa empresa havia decidido que cada projeto de investimento, para ser aceito, deveria apresentar uma TIR AIR de 20% a.a., no mínimo. A regra foi seguida à risca. No entanto, com o passar do tempo, temos observado que os projetos têm apresentado um resultado real de 14% a.a. para a TIR AIR. E temos entre nós os melhores analistas de investimentos".59

O que estaria acontecendo na realidade?

A origem da discrepância

O problema básico reside em não se considerar o fator RISCO OU INCERTEZA na análise do fluxo de caixa. Com efeito, os valores indicados na tabela acima são meramente ESTIMATIVOS, ou esperados, podendo na prática sofrer variações de 10, 20 ou até mesmo 50% ( em países imprevisíveis como o nosso). Além disso, os PRAZOS também podem sofrer atrasos: o lançamento do produto no mercado, previsto para seis meses, pode se dar após sete, oito ou até mais meses a contar do início da execução do projeto. Os investimentos também podem sofrer alterações nas datas de efetivação.

Aí reside a origem do problema.

Análise de Risco: a idéia original de Hertz

Foi pensando em resolvê-lo, ou pelo menos em minimizar seus efeitos, que Hertz lançou em 1964 uma idéia original, chamada por ele de Análise de Risco62. Consistia em criar centenas de fluxos de caixa semelhantes ao originalmente proposto (com os most likely values), sendo que cada um deles teria as suas entradas e saídas variadas aleatoriamente de acordo com as distribuições de probabilidades previamente fornecidas pelos analistas que construíram o fluxo de caixa. Para cada fluxo assim simulado, seria determinada a TIR (ou outros parâmetros financeiros convenientes) pelas vias convencionais. O resultado final não mais seria a determinação de UMA ÚNICA TIR (como feito no exemplo acima), mas sim o aparecimento de centenas de TIRs, as quais, devidamente transformadas em um histograma, indicariam ao executivo financeiro quais as TIRs possíveis de serem verificadas na prática, bem como as CHANCES de suas ocorrências.

Dessa forma, o administrador poderia tomar uma decisão bem mais acertada, pois teria em mãos não somente a TIR "esperada", mas também os RISCOS envolvidos do empreendimento. A simulação explicava também porque a TIR verificada na prática geralmente não coincidia com a TIR única obtida na análise convencionalmente feita até então.

A idéia foi muito bem aceita na época, tendo o artigo de Hertz sido incluído entre os melhores publicados pelaHarvard em 1964.

Nem tudo, no entanto, era um mar de rosas.

Dificuldades de implementação

Quando as empresas mais dinâmicas resolveram implementar a nova técnica de tomada de decisões, depararam-se logo com um problema: como determinar as distribuições de probabilidades para as entradas e saídas do Fluxo de Caixa? A dificuldade era semelhante a definir as probabilidades de a inflação no próximo mês ser de 5, 10, 15, 20, 25, 30% etc. Mesmo que se diga que a chance de ser 30% é de 40%, por exemplo, ainda resta a dúvida: que quer dizer 40% de chance? E como este valor deve ser obtido?

Nem mesmo os estatísticos sabem responder com certeza que quer dizer esse "40% de chance", chegando mesmo a haver várias "escolas de pensamento", cada uma dando uma interpretação diferente a esse número. Ora, para um executivo, responsável por investimentos de milhões de dólares, explicações desencontradas não são úteis para a sua profissão. Talvez nas escolas de administração essa dificuldade não seja considerada muito grave, mas, no mundo real, um modelo que se baseie em dados obscuros e obtidos sem muito critério, não pode ser de grande valia.

De fato, foi exatamente essa a reação dos financistas ao modelo apresentado por Hertz, como está fartamente documentado na literatura especializada.45, 52, 53, 56

Como conseqüência, o modelo foi aos poucos perdendo aceitação.

Nem tudo, no entanto, estava perdido.

A Análise de Sensibilidade

Com o passar dos anos, os pesquisadores foram verificando que as famosas "curvas de probabilidade" não eram assim tão indispensáveis, e o risco poderia ser analisado a contento, bastando que se fornecesse a faixa de variação associada a cada elemento do fluxo, bem como de seus prazos. Assim, ao invés

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