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Anorexia Nervosa Em Adolescentes E Atuação Do Enfermeiro No Tratamento

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Por:   •  17/11/2013  •  4.767 Palavras (20 Páginas)  •  626 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A anorexia nervosa é caracterizada pela perda de peso intensa causada por dieta extremamente rígida, longos períodos de jejum, onde há uma busca constante pela magreza, medo mórbido de engordar e distorção da imagem corporal, ou seja, a pessoa tem a percepção de estar gorda ou com formas aumentadas, além da negação da própria condição patológica. A anorexia nervosa é um transtorno do comportamento alimentar e considerada como uma condição psiquiátrica 1, 2.

É mais frequente nas adolescentes, cerca de 90% dos indivíduos atingidos são do sexo feminino, iniciando-se tipicamente aos 13 anos e culminando aos 17-18 anos. A prevalência da anorexia nervosa varia de 2% a 5% entre adolescentes e adultos jovens, o sexo masculino é considerado incomum, com taxa de mortalidade, variando entre 5% e 22% 2, 3.

A etiologia dos transtornos alimentares é multifatorial, causada por uma interação de fatores socioculturais, predisposição genética, biológicos e psíquicos, considerando-se a vulnerabilidade daquela adolescente em particular. Na atualidade constitui verdadeira “epidemia” que acomete a sociedade desenvolvida, em desenvolvimento e industrializada. As doenças consideradas como transtornos alimentares atualmente são: anorexia nervosa, bulimia nervosa, o transtorno de compulsão alimentar periódica, hiperfagia ou vômito de origem psicogênica e a perda de apetite. Dentre os principais transtornos alimentares mais pesquisados está a anorexia nervosa e a bulimia nervosa, estas duas patologias apresentam em comum a mesma patogenia e estão intimamente relacionadas, pois ambas levam a redução significativa do peso corporal. Associa-se ao quadro de desnutrição, o comportamento bizarro: uma escolha dietética restrita, exercícios físicos exagerados, vômitos auto-induzidos, ocasionando alterações eletrolíticas 4, 5.

A etiopatogenia da anorexia nervosa não está totalmente definida, alguns autores consideram como uma interação sociocultural mal adaptada, fatores biológicos, mecanismos fisiológicos, e a perda de peso produzida por este estado pode ocasionar vários problemas com a saúde, podendo até provocar a morte, a maioria em decorrência de ataque cardíaco, devido à hiponatremia e hipopotassemia 5, 6.

O paciente com anorexia nervosa apresenta distúrbio endócrino generalizado envolvendo o eixo hipotálamo- hipofisário-gonodal, com amenorreia em mulheres, perda da potencia sexual em homens, atraso puberal dos caracteres sexuais secundários do sexo feminino 2, 7.

Causam outros distúrbios psicossomáticos, tendo em vista que o anoréxico apresenta distorção grosseira da sua imagem corporal, assim alterando a forma de visualização do corpo, fazendo com que o doente se veja mais gordo, além de causar depressão, preocupação obsessiva por alimentos, compulsões, fobia e preocupação excessiva com o peso corporal 8 .

Na anorexia nervosa a preocupação com o peso, aparência e a forma com o corpo estão cada vez mais destacados na população adolescente feminina, o padrão cultural da beleza impostos pela sociedade e por meios de comunicação, valorizam e reforçam a demanda por um padrão de corpo magro, contribuindo para o aumento da incidência da doença. Vêm se observando principalmente no grupo de profissionais de risco, como modelos, bailarinas, nutricionistas e atletas 3, 9.

O comportamento dirigido à perda de peso ocorre em segredo, os pacientes recusam-se a comer com suas famílias ou em lugares públicos. Eles diminuem drasticamente a ingesta de alimentos, principalmente os que são ricos em carboidratos e lipídios 10.

Dentre as várias explicações para o fenômeno encontrado na anorexia da adolescente, resposta fóbica ao alimento como resultante das tensões sexuais geradas pelas próprias alterações físicas, relacionadas à puberdade. A desnutrição leva à diminuição do interesse sexual, o que pode proteger a jovem contra a sua própria sexualidade 11.

Para a realização do diagnóstico, considera-se a perda ponderal de pelo menos 15% ou mais do peso esperado para a idade, o nível de atividade e altura. O anoréxico recusa-se a manter o

peso normal para sua idade e altura e, nas mulheres, há amenorreia, que é uma característica endócrina, falta de energia, fraqueza, fadiga muscular, marcha instável, frequência do pulso alterada e cabeços quebradiços. A dificuldade de um diagnóstico preciso deve-se à frequente associação com os quadros de histeria e de depressão. Na literatura têm sido descritas diversas situações que ocorrem pouco antes do aparecimento da anorexia: alterações quanto ao desempenho escolar, perfeccionismo, medos irrealistas de fracasso 12, 13.

Para a realização do tratamento, requer uma equipe multidisciplinar por diversos profissionais e de diferentes áreas de atuação. Combinam-se várias técnicas: intervenção psicoterápica, familiar e medicamentosa. A maioria dos casos necessita de tratamento ambulatorial, mas quando não se consegue aumentar o peso, ou então, a perda de peso atinge 30% ou mais do peso corporal, é necessária a hospitalização. Muitas vezes, considera-se a internação como um recurso para afastar o paciente de uma relação simbiótica e perversa, geralmente entre mãe-filho, a fim de se romper com o círculo vicioso instalado (mãe que come pela filha, obriga-a a comer, etc...) 1 4.

Quanto ao diagnóstico diferencial, frequentemente encontra-se sintomas depressivos, obsessivos ou de transtorno de personalidade associados, a diferenciação, portanto, torna-se difícil. Deve-se indicar o uso de antidepressivos, anti-psicóticos ou ansiolílitos, em função dos sintomas predominantes 15.

O enfermeiro, pelo seu perfil de cuidador, pesquisador, educador torna-se elemento importante no trabalho em equipe multidisciplinar, prestando cuidados integrais e contínuos, buscando estratégias que privilegie o paciente, família e a sociedade. Esta relação terapêutica entre os pacientes e os profissionais de enfermagem, torna-se importante no tratamento clínico e na internação hospitalar, principalmente durante os horários críticos relativos às atividades de vida diária, nas refeições, o que favorece o estabelecimento de forte vínculo de confiança. A partir do contato direto com os pacientes e de relacionamento interpessoal mais próximo, a equipe de enfermagem consegue ajudar os pacientes com transtornos alimentares durante a difícil etapa que compreende a internação hospitalar e o tratamento ambulatorial 1, 7.

Diante de todos os dados levantados, como graduando futuro Enfermeiro, percebi a necessidade de pesquisar sobre este tema, na qual a literatura sobre o assunto é escasso e também devido vivência pessoal.

OBJETIVO

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