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Por:   •  17/3/2015  •  3.839 Palavras (16 Páginas)  •  188 Visualizações

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SERVIÇO SOCIAL E O PROCESSO DE TRABALHO: CONTEMPLANDO A POLÊMICA DO TRABALHO - SÉRGIO LESSA E MARILDA IAMAMOTO - E OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DO ASSISTENTE SOCIAL

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como meta abordar sobre a polêmica existente entre Sérgio Lessa e Marilda Iamamoto, a qual é difundida e discutida no âmbito acadêmico e profissional. Essa questão traz à tona as ideias e argumentos divergentes desses autores sobre a relação do Serviço Social e a categoria trabalho, onde um acredita que o Serviço Social é trabalho enquanto o outro afirma que não é trabalho.

Para o embasamento desse tema, comtemplo não só a obras desses dois grandes autores – Lessa e Iamamoto –, mas também de Ricardo Antunes, José Paulo Neto, Elizabete Mota e Angela Amaral. Estes autores renomados foram de grande valor para o artigo, tendo em vista que eles remetem assuntos relevantes e pertinentes ao tema proposto, como: a reprodução produtiva, a centralidade do trabalho, a relação do processo de trabalho e o Serviço Social e os desafios postos ao Serviço Social na contemporaneidade.

Desta forma, espero que o artigo exposto possa contribuir com o arcabouço teórico do Serviço Social, a partir do esclarecimento desta discussão teórica tão moderna e essencial para a categoria profissional.

A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

A partir dos anos 70, tem-se, no Brasil e no mundo, a explosão de uma crise do sistema capitalista vigente na época - o padrão de acumulação taylorista/fordista, cuja organização baseava-se principalmente, pela: racionalização do trabalho nos moldes tayloristas,

mecanização do trabalho e produção em massa de bens padronizados.

É típica da dinâmica do capitalismo a origem de crises, as quais se manifestam em todos os setores (financeiro/social) de uma nação, pois como diz Netto (2012:415), “[...] não existe capitalismo sem crise. São próprias deste sistema as crises cíclicas que, desde a segunda década do século XIX, ele vem experimentando regularmente. E que, seja dito de passagem, não conduzem o capitalismo a seu fim [...]”. A saber, estas crises cíclicas do capital são oriundas do processo incessante deste na busca máxima de lucratividade, o que faz com que, inicialmente, tenha-se um momento de prosperidade econômica, porém ao passar do tempo, o seu antagonismo não resisti e vem à tona: que é a destruição massiva das forças produtivas.

Como forma de superar estas crises que são pertinentes de sua atuação, o capital procura impor e legitimar socialmente soluções que reorganizem não só o papel das forças produtivas, mas também o processo de produção das mercadorias e suas taxas de lucros. Este movimento que o capital faz de subjugar suas próprias contradições denomina-se por reestruturação produtiva.

Deste modo, com a crise irrompida nos anos 70, o capital dá início ao seu processo de reestruturação produtiva, afastando-se dos moldes do taylorismo/fordismo e deflagrando a constituição das formas de acumulação flexível, no qual se destaca o padrão toyotismo ou o modelo Japonês. As características peculiares deste modelo seriam, segundo Mota e Amaral (1998:28),

“Na esfera da produção, observa-se o aumento das taxas de lucros

via crescimento da produtividade do trabalho, intermediada pelo uso de novas tecnologias e de novas formas de consumo da força de trabalho. Na esfera da circulação, essa reorganização incide em mudanças no mercado consumidor, determinando também novas formas de concorrência entre firmas, com base na seletividade dos mercados e no marketing da qualidade dos produtos. Na esfera sócio-política e institucional ocorrem novas modalidades de controle do capital sobre o trabalho, que exigem um conjunto de reformas institucionais e a implementação de mecanismo capazes de promover a adesão e o consentimento dos trabalhadores às mudanças requeridas.”

Não obstante, este modelo de acumulação flexível se torna plausível no mundo moderno, tendo em vista que suas particularidades se expressam ainda mais vinculadas e favoráveis aos objetivos ambiciosos do capitalismo. Entre suas especialidades, destacam-se, segundo Antunes (1999:54),

“1) é uma produção muito vinculada à demanda, visando atender às exigências mais individualizas das do mercado consumidor, diferenciando-se da produção em série e de massa do taylorismo/fordismo. Por isso sua produção é variada e bastante heterogenia, ao contrário da homogeneidade fordista; 2) fundamenta-se no trabalho operário em equipe, com multivariedades de funções, rompendo com o caráter parcelar típico do fordismo; 3) a produção se estrutura num processo de produção flexível, que possibilita o operário operar simultaneamente várias máquinas [...], alterando-se a relação homem/máquina na qual se baseava o taylorismo/fordismo; 4) tem como princípio o

Just in time, o melhor aproveitamento possível do tempo de produção [...] 6) as empresas do complexo produtivo toyotista, inclusive as terceirizadas, têm uma estrutura horizontalizada, ao contrário da verticalidade fordista. [...]”

É notório afirmar que o toyotismo propõe, portanto, uma brusca exploração do trabalho, na medida em que os trabalhadores passam a operar, concomitantemente, com várias máquinas e num frenético ritmo de produção.

No ocidente, especificamente no Brasil, esse modelo entra em vigência com a adoção do projeto Neoliberal. Essa política, que deixa suas marcas até hoje em nosso país é formada, segundo Netto (2012:417) pela “[...] tríplice mote de ‘flexibilização’ (da produção, das relações de trabalho), da ‘desregulamentação’ (das relações comerciais e dos circuitos financeiros) e da ‘privatização’ (do patrimônio estatal). [...]”.

Além disso, nota-se também com essa estratégia, a redução dos postos de trabalho, a precarização, o desemprego dos trabalhadores e a grande tendência de regressão às conquistas civilizatórias . Sem mencionar, a desqualificação do poder Estatal, mediante a defesa do Estado mínimo, e o forte ataque as políticas de Seguridade Social, a qual teve seu recurso orçamentário reduzido para o favorecimento da economia.

Assim, percebemos que a reestruturação produtiva que originou o modelo toyotista, adotado no Brasil e no mundo, respaldando suas singularidades, teve consequências profundas não só para os trabalhadores, mas para toda a sociedade, mediante esse processo não apresentar nenhuma mudança nas relações

capital/trabalho, mas sim aprofundar as desigualdades

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