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Atps - diferenças culturais

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Por:   •  12/5/2014  •  Artigo  •  654 Palavras (3 Páginas)  •  182 Visualizações

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Atps - Diferenças culturais

Http://www.nayah.com.br/#nayahnamente acessado dia 07/04/2014

Conhecer a si mesmo

Para estudar as facetas da discriminação racial na escola, a antropóloga Ana Maria de Niemeyer tocou, de novembro 1997 a dezembro de 2001, um projeto de pesquisa que envolveu dez educadores de duas escolas paulistanas, separadas por poucos quarteirões, em que negros e mestiços são a maioria da clientela. Orientados por Ana, os professores aplicaram diversas técnicas em sala de aula. Uma delas, oferecida como atividade extra-curricular, era a oficina de vídeo. "Os jovens escreviam o roteiro e trabalhavam como atores, produtores e câmeras", conta Maria José Santos Silva, coordenadora do trabalho. Um dos vídeos produzidos mostra a história de um menino branco que não deixa o colega negro participar de uma partida de futebol. Exibida para toda a comunidade, a fita serviu de mote para discussões.

No decorrer do projeto foram surgindo pistas sobre como o problema da discriminação era visto. "É consenso, na comunidade, que o negro só é aceito por seu esforço individual, nunca por ação do grupo", enfatiza Ana. Redações escritas por estudantes de 6ª série indicaram problemas com a auto-imagem. "Um deles terminou uma história dizendo que o personagem, negro como o próprio aluno, fez uma plástica para ficar branco."

Márcia Lucas leciona Língua Portuguesa na Escola Estadual Doutor Francisco Brasiliense Fusco, que fica no pedaço mais pobre da rua, bem perto de uma favela. Disposta a provocar uma reflexão sobre a condição de vida da garotada e melhorar a auto-estima ela propôs a produção de auto-retratos. "No começo, eu só recebia desenhos com tons bens claros", recorda a professora. Questionados, os meninos e meninas diziam que não gostavam da própria cor. "Eu os elogiava e destacava a ação de personalidades negras no cenário mundial."

No ano passado, além do auto-retrato, ela pediu que os estudantes de 8a série escrevessem uma auto-descrição, com características físicas e psicológicas. Os textos foram embaralhados e redistribuídos. "Na dinâmica, cada jovem tinha de ler a redação em voz alta e descobrir a quem ela se referia", explica Márcia. Nem sempre a aparência descrita era fiel à realidade. "Alguns negros se definiam como morenos, o que rendia uma repreensão dos colegas." Márcia, que se definiu como negra para a turma, mediava os debates. "Dias depois, ao refazer a tarefa, vários alunos assumiram sua cor", comemora.

Na vizinha Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro Synésio Rocha, que fica mais longe da favela e, por isso, é considerada melhor que a Francisco Brasiliense Fusco, o professor de Geografia André Semensato ampliou o espectro original do projeto. "Depois de estudar com a turma de 6ª série a formação do povo brasileiro, resolvi discutir outros tipos de segregação, além da racial", relata. No ano seguinte, o livro 12 Faces do Preconceito, de Jaime Pinsky, serviu de inspiração para o trabalho com a garotada, já na 7ª série. "Após observar a charge que abria cada capítulo da publicação, eles pesquisaram, na biblioteca e na internet, os temas que mais lhes

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