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Brucelose Bovina

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Por:   •  17/10/2013  •  3.028 Palavras (13 Páginas)  •  802 Visualizações

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1. Introdução

A Brucelose é uma zoonose de distribuição mundial responsável por consideráveis perdas econômicas na população bovina. Em países em desenvolvimento esta situação é particularmente relevante considerando-se

muitos entraves na produção animal e as condições em que os produtos de origem animal são processados e comercializados. Segundo Abreu (1999), no Brasil os últimos dados sobre a Brucelose datam de 1997, tendo sido detectado pelos testes sorológicos 3,47% de animais positivos e 1,56% de suspeitos.

Ela é produzida por várias espécies de Brucella. Neste trabalho a ênfase será em Brucella abortus, que infecta os bovinos. Clinicamente predominam osabortos, retenção de placenta e infecções intra-uterinas.

2. Aspectos gerais

A brucelose é uma zoonose de distribuição universal que compromete emgeral trabalhadores que mantêm contato freqüente com animais, como veterinários,retireiros e magarefes (VERONESI, 1996).

O homem, determina quadros agudos, subagudos e, principalmente, crônico.A brucelose em bovinos resulta principalmente da infecção por Brucellaabortus, bactéria que possui uma alta predileção pelo epitélio da placenta. A infecçãoresulta na morte celular, infecção dos tecidos adjacentes e eventualmente placentitee abortos. A placenta e o feto abortado constituem a principal fonte de infecção paraoutros animais.

A Brucella abortus também pode infectar e replicar em macrófagos. Asobrevivência em macrófagos, na glândula mamária e no linfonodo supramamário.

3. Etiologia

O agente etiológico é uma bactéria Gram negativa, em forma de bastonete,denominado Brucella abortus. É um parasita intracelular facultativo.Não são espécie específicas. São bacilos curtos, que se dispõem isoladamente ou em cadeias curtas, nãocapsulados, nem esporulados, imóveis, gram negativos aeróbios. B. abortus sãoanaeróbias pois necessitam de CO² no início do crescimento.

A Brucelose bovina é uma doença de caráterzoonótico, causadora de graves transtornos reprodutivos, como abortos, retenção deplacenta e endometrites em fêmeas. Nos machos, ocorre orquites, epidedemite,perda da libido e infertilidade. No homem, a doença é denominada febre ondulante.

A brucelose bovina provoca grande impacto nos setores produtores de leite e carne,sobretudo, nas exportações destes produtos. De acordo com os dados oficiaisrelativos à freqüência da brucelose bovina, pode-se afirmar que a doença estápresente em todo o território nacional. A brucelose bovina é considerada a maiorcausa de prejuízo da criação de bovinos, apresentando uma distribuição mundial(BEER,1998).

4. Patogenia

A transmissão se faz por contaminação direta pelo contato com fetosabortados, placentas e descargas uterinas. A Brucella abortus penetra no organismopela mucosa oral nasofaringe, conjuntival ou genital e pele intacta (Riet-Correa,1998).

Após invadir o corpo, os microorganismos passam para o sangue e sãocarreados para vários órgãos e tecidos onde eles se multiplicam livremente (Winkler,1982).

Após a invasão inicial no organismo, a localização ocorre inicialmente noslinfonodos que drenam a área e, então há a disseminação para outros tecidos

linfóides, incluindo lifonodos esplênicos, mamários e ilíacos. A infecção congênitapode ocorrer em bezerros recém-nascidos como resultado de uma infecção uterina ea enfermidade pode persistir em uma pequena proporção de bezerros, que podemapresentar resultados negativos até que ocorra o primeiro parto ou aborto. Nasvacas adultas não grávidas, a infecção localiza-se no úbere, e no útero se ocorrerprenhês, se infecta nas fases de bacteremia periódicas originárias do úbere.

Osúberes infectados são clinicamente normais mas são importantes como fonte dereinfecção uterina, como fonte de infecção para bezerros e para o homem queingere o leite.

O eritritol, uma substância produzida pelo feto, é capaz de estimular ocrescimento de Brucella abortus, ocorre naturalmente em grande concentração naplacenta e fluídos fetais e é provável responsável pela localização da infecçãonesses tecidos. O aborto ocorre no terço final da gestação. A Brucella abortus é ummicroorganismo que se abriga dentro da célula. É provável que essa localização sejaum importante fator para sua sobrevivência no hospedeiro e pode ser umaexplicação para os títulos transitórios que ocorrem em alguns animais apósepisódios isolados de bacteremia e para a ausência de títulos em animais cominfecção latente.( Blood, 1983).

Em certas circunstâncias o microorganismo viverá semanas fora do corpo.As brucelas tem sido recuperadas do feto e esterco que tem permanecido noambiente frio durante mais ou menos 2 meses. A exposição à luz direta ao sol matao microorganismo em poucas horas (Siegmund et all, 1981).

5. Sinais clínicos e lesões

Os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos (Silva et al., 2005). O mais frequente é o aborto no terço final da gestação, natimortos e nascimento de bezerros fracos. Frequentemente, há retenção placentária e infertilidade temporária ou permanente (Eaglesome e Garcia, 1992; Thoen et al., 1993). Nos machos, a infecção por B. abortus pode causar orquite com conseqüente infertilidade por diminuição da qualidade espermática (Campero, 1993).

Lesões articulares, assim como lesões na glândula mamária também podem ser observadas em casos crônicos da doença. As lesões articulares caracterizam-se por bursite e artrite. Placentite necrótica é a principal lesão encontrada nos animais que abortam (Thoen et al., 1993; Xavier et al., 2009). Não há nenhuma lesão patognomônica da doença no feto abortado, porém pleurite fibrinosa, que pode estar associada à broncopneumonia supurativa e pericardite fibrinosa, ocorre com frequência (Nicoletti, 1990a; Xavier et al., 2009).

6. Diagnóstico

A brucelose animal pode ser diagnosticada por diferentes métodos isoladamente ou em conjunto. Entre eles destacam-se o diagnóstico clínico, baseado nos sinais clínicos de aborto, nascimento de bezerros fracos e esterilidade de fêmeas e machos; dados epidemiológicos baseados na história dos rebanhos; isolamento e identificação do agente etiológico e ainda pela demonstração de anticorpos nos fluídos orgânicos (Olascoaga, 1976;

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