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CABOTAGEM

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Por:   •  23/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  3.410 Palavras (14 Páginas)  •  325 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

É desafiador entender porque o modal rodoviário é tão utilizado em nosso país, a cada dia que passa a frota de veículos aumenta consideravelmente e as vias de trânsito das principais cidades brasileiras não comportam mais tal movimentação, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), “54,6% das estradas nacionais estão em condições ruins ou péssimas para o trafego”, devido a esse e alguns outros fatores, torna – se freqüente a batalha para vencer os congestionamentos e chegar em segurança ao destino desejado, ou seja, com o seu veículo intacto e a sua mercadoria sem nenhum tipo de avaria.

Estamos próximos a um colapso no trafego rodoviário, isto porque este modal tornou - se ao longo dos anos um grande monopólio, e este paradigma precisa ser quebrado, precisamos desenvolver alternativas eficazes de transportes por outros modais, destinar verbas, criar competitividade, combater a burocracia e a corrupção, mas primordialmente dar oportunidade e tendo em vista a atual situação de crescimento em que o país evidencia, aposto sim que o transporte por Cabotagem é uma grande saída para minimizar o poder do rodoviário e agilizar o escoamento das mercadorias pelo território nacional.

Diante deste cenário, seria ótimo a ampliação de nossas rodovias, com obras que acelerassem e permitissem o rápido acesso aos portos do país, como a ampliação e melhoria na qualidade das rodovias já existentes, interligações, anéis viários, ou seja, “ampliar para melhorar”, um grande exemplo de aceleração para nossa logística neste momento, são as obras do Rodoanel, onde o trecho Sul, que liga a capital de São Paulo ao litoral, está liberada para o uso, beneficiando o rápido escoamento das mercadorias vindas de outros estados com destino ao porto de Santos, pois não será mais necessário atravessar o centro da cidade, com isso encurtando o tempo de viagem, minimizando o transito e principalmente agilizando a chegada no local de destino da mercadoria.

Ainda segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), “o transporte nacional é realizado, majoritariamente, pelo modal rodoviário (61,2%), se-guido pelo ferroviário (20,7%) e, por último, vem o hidroviário (13,6%). Em outros países de grandes dimensões, como os Estados Unidos, predominam a circulação de mercadorias (43,9%) por ferrovia. Na China, 49,9% dos produtos são escoados por hidrovias”.

Para Cabotagem mais um dado importante, já que neste momento falamos tanto em diminuir a emissão de gases na atmosfera, diminuir a poluição e principal-mente melhorarmos a qualidade do meio ambiente, segundo dados dos pesquisadores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), “foi desenvolvido um estudo para verificar a quantidade de gases tóxicos lançados na atmosfera pelos caminhões, e, a compararam com a dos navios, durante o período de um ano, aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono foram lançadas no ar pelos veículos de carga que trafegavam nas estradas fazendo o trajeto Santos – Fortaleza, com a Cabotagem, o índice de poluição seria 99% menor”, ou seja, um enorme alivio para natureza que tanto vem sendo devastada pela evolução dos transportes e do homem.

É hora de agregarmos valores a Cabotagem, tornando esse meio de transporte tão inutilizado, em uma grande potência para nossas atividades logísticas, vamos utilizar mais a nossa “BR Costeira”, melhorando com isso o transito das rodovias e deixando para o modal rodoviário apenas o fluxo porta a porta, sem contar que poderemos agilizar ainda mais o desembaraço de mercadorias para o exterior, pois estaremos atuando forte no desenvolvimento e melhorias dos portos ao longo de nossa costa.

2. CABOTAGEM

O nome Cabotagem foi uma homenagem a Sebastião Caboto, que a serviço da Coroa Espanhola no século XVI, explorou a costa da América do Norte e alguns de seus afluentes, tudo isso na busca da mítica “Serra de Prata”. Devido a seus grandes feitos e habilidade na navegação costeando o litoral, a homenagem dada a Caboto, “Cabotagem”.

A Cabotagem é denominada como transporte marítimo realizado entre dois portos da costa de um mesmo país ou entre um porto costeiro e um fluvial. Existe ainda o termo “Cabotagem Internacional”, o qual é utilizado freqüentemente para designar a navegação costeira envolvendo dois ou mais países vizinhos, e, que tenham entre eles um acordo de livre comércio.

O transporte por Cabotagem foi muito utilizado na década de 1930 no transporte de carga a granel, sendo o principal modal, quando as malhas ferroviárias e rodoviárias apresentavam condições precárias para o transporte, porém foi perdendo sua força de atuação e de acordo com o diretor - superintendente da Aliança Navegação, Julian Thomas, “a cabotagem foi deixada de lado na década de 60, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, isso porque naquela época, 100% dos recursos investidos em transporte foram direcionados para as rodovias, inviabilizando a utilização de outros modais como o ferroviário e o marítimo”, tudo isso devido a uma inflação galopante da época, que favorecia o transporte por caminhões, haja vista que nenhum produtor / fabricante queria perder tempo para viajar e expor seus produtos ao mercado consumidor, pois quanto mais demorassem, mais a mercadoria poderia perder o seu valor agregado.

Atualmente a Cabotagem se torna mais evidente diante das empresas de grande patamar, que arrendam navios e até mesmo compram empresas do ramo, apenas para o transporte de seus produtos e atendimento de suas rotas e demandas, um grande exemplo disto, é a Companhia Vale do Rio Doce, que arrendou companhia Docenave, a única empresa 100% nacional que havia restado no mercado da Cabotagem, a Docenave utiliza quatro navios, que são exclusivos para realizar o processo logístico da Vale do Rio Doce, atendendo os portos e destinos que forem necessários ao longo da costa, o que nesta situação impede a possibilidade para cargas fracionadas, tirando a competitividade, retraindo o interesse e o espaço dos pequenos e médios produtores / fabricantes, onde os mesmos acabam “optando” pelo corriqueiro modal rodoviário, transporte com acesso mais fácil, com mais rotas e que aloca pequenas quantidades, porém uma medida que não tira o “gargalo” da logística no Brasil e muito menos “desafoga” o transito das principais capitais e rodovias do país, isso porque toda falta de planejamento, oportunidade, incentivo ao uso de outros modais e a falta de estrutura para escoamento dos produtos no Brasil é automaticamente debitada no modal rodoviário, influenciando diretamente no preço de nossos produtos e diminuindo a nossa competitividade.

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