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Por:   •  9/9/2013  •  2.841 Palavras (12 Páginas)  •  632 Visualizações

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Já existe na Europa uma decisão em aumentar o uso de energia renovável, um dos produtos que tem sido muito estimulado é o etanol. A fabricação do combustível é baseada na fermentação de um suco doce extraído da beterraba branca, muito cultivada na França. Depois de pronto o etanol é misturado na gasolina na proporção de 7%.

Além do etanol combustível, também pode se fabricar outros tipos de álcool de beterraba. Esses produtos entram na elaboração de perfume, bebidas e também na indústria química e farmacêutica.

A França, líder da União Européia na tentativa de incrementar o uso do etanol, produziu mais de 750 milhões de litros do etanol de beterraba e de trigo.

Juntos, todos os países empenhados na produção de etanol já produziram o suficiente para deslocar aproximadamente 2% do consumo de gasolina.

E para nossa felicidade, este projeto realizado na França foi inspirado no processo de obtenção do etanol, a partir da cana-de-açúcar, realizado pelos brasileiros.

O PROCESSO DO ETANOL FEITO PELA BETERRABA:

1ª parte: O açúcar é exposto a uma solução de fermentação transformando-se em Etanol

2ª parte: O açúcar passa pela destilação normal para fins alimentícios ou por destilação fracionada para fazer combustível.

Segue um vídeo muito bacana explicando como é o processo de fermentação e destilação, só para vocês terem uma idéia de como ocorre estes processos, em uma aula prática, mas é claro com uma proporção maior e uma tecnologia bem mais avançada, necessária para este projeto.

Em tempos de safra, a usina de Origny Sainte-Benoîte recebe 20 mil toneladas de beterraba por dia. As raízes chegam das fazendas dos agricultores que são sócios da cooperativa. A primeira etapa é uma lavagem caprichada do produto.

Depois do banho, as beterrabas são levadas para dentro da usina. Quase toda a fabricação do açúcar ocorre em equipamentos fechados. Numa máquina, a beterraba é cortada em tiras finas e compridas. O material segue por esteiras e é levado para um esse grande tambor giratório.

Uma corrente de água quente entra em contato com as tiras de beterraba. Aos poucos, a água absorve o açúcar das raízes e do tambor sai um suco bem doce, que é a base para a fabricação do açúcar. Na sequência, o suco beterraba é bombeado pra enormes tonéis. Dentro deles, com temperaturas elevadas, ocorre a formação dos cristais de açúcar.

No final da cristalização, já dá pra ver o açúcar de beterraba, totalmente branco. Atualmente, 80% da produção das usinas francesas é vendida pras indústrias de alimentos, que usam o produto em biscoitos, massas, bolos. Os outros 20% viram açúcar de mesa, que na França é tradicionalmente consumido em cubinhos.

O gosto é igual ao do açúcar de cana. “São dois produtos à base de sacarose. O açúcar refinado de cana é equivalente ao de beterraba”, explica Philippe Pelzer, diretor de comunicação da Tereos.

Apesar da semelhança de sabor e de visual, o custo de produção diferencia muito os dois produtos. Para fazer uma tonelada de açúcar refinado de beterraba, os franceses têm um custo equivalente a R$ 1.100. Já o mesmo tipo de açúcar, saindo de uma usina de cana do Brasil, custa aproximadamente a metade desse valor. Além de ser mais barato, o nosso açúcar é produzido em quantidades muito maiores.

Os países da União Européia cultivam juntos 1,4 milhão hectares de beterraba, contam com 106 usinas em atividade e produzem 14 milhões toneladas de açúcar por ano. Já o Brasil, sozinho, tem oito milhões de hectares de cana, 440 usinas em operação e fabrica anualmente 38 milhões toneladas de açúcar. É o maior produtor e o maior exportador mundial do produto. Esta superioridade incomoda e gera conflitos.

Éric Lainé, presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Beterraba, entidade que representa agricultores e usineiros do país fala sobre esta desigualdade. “Atualmente, não temos condição de competir de igual pra igual com o Brasil. Nem nós, os franceses, que somos o país mais produtivo da União Européia, e nem a Europa de maneira geral. Nós simplesmente não temos a mesma competitividade do Brasil”.

Segundo Éric Lainé, alguns pontos são decisivos pra que o açúcar brasileiro seja mais barato. Enquanto a beterraba precisa ser replantada todos os anos por sementes, os canaviais só precisam ser renovados a cada seis anos, uma vantagem em termos de custos. A safra da beterraba, na Europa, dura menos de um trimestre. A de cana, no Brasil, se espalha por nove meses, o que garante o funcionando das usinas por mais tempo.

Outra diferença central vem de um subproduto da cana, o bagaço, usado para gerar eletricidade. Todas as usinas do Brasil têm termoelétricas próprias, são autossuficientes em energia e, muitas, vendem a eletricidade que sobra. Uma energia barata e renovável. Já as usinas de beterraba normalmente geram eletricidade queimando carvão mineral, gás ou óleo diesel, fontes mais sujas, não renováveis, e que encarecem o custo do açúcar.

Por isso, pra evitar uma invasão do produto brasileiro, os europeus utilizam barreiras tarifárias, que encarecem o preço do açúcar e na prática inviabilizam o negócio. “O Brasil nos estimula e nos força a melhorar a nossa produtividade. Afinal, eu devo dizer claramente: nós não queremos importar açúcar do Brasil, pois achamos que a União Européia deve ser autossuficiente em açúcar. Por isso, as barreiras tarifárias são essenciais. Elas fazem parte de uma estratégia de independência na produção agrícola”, declara Lainé.

Entre 2002 e 2005, brasileiros e europeus travaram uma dura batalha na Organização Mundial do Comércio, a OMC. Liderados pelo Brasil, países produtores de cana, como Austrália e Tailândia, acusaram as usinas da Europa de exportar grandes volumes de açúcar subsidiado, o que provocava uma competição injusta no mercado internacional.

Em 2005, a OMC deu ganho de causa aos produtores de cana e obrigou a Europa a reduzir drasticamente as exportações. A derrota na OMC abriu uma crise na cadeia da beterraba. Usinas fecharam, a produção de açúcar caiu mais de 20% e milhares de agricultores abandonaram a atividade. Os países mais atingidos foram os menos produtivos, como Portugal, Grécia e Itália.

Na França, uma das saídas pra amenizar o tombo foi estimular outros produtos feitos com a raiz. Entre eles um combustível: o etanol de beterraba. “Existe uma decisão dos países da Europa de aumentar o uso de energias renováveis e o etanol tem

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