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Clara Dos Anjos

Artigo: Clara Dos Anjos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/5/2014  •  3.501 Palavras (15 Páginas)  •  463 Visualizações

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Clara dos Anjos

Autor: Lima Barreto

Em 1850 o Brasil aboliu pela Lei Eusébio de Queiroz o tráfico de escravos negros africanos. Os capitais acumulados na agricultura passaram a ser empregados na construção de ferrovias, portos, canais, fundições, estaleiros, oficinas, fábricas e engenhos centrais. Começou um surto econômico acentuado, que tornou o trabalho escravo obsoleto, levando à sua erradicação completa, em 1888. No ano seguinte viria a República. As elites agrárias tiveram de dividir o poder com a nascente burguesia urbana.

O final do século XIX e o início do século XX foi marcado pela ascensão do regime republicano e por diversas manifestações populares que se opunham ao sistema político, bem como combatiam as injustiças sociais, que foram deixadas de lado pelas oligarquias cafeeiras

A cidade do Rio de Janeiro, entre 1888 e 1930, aproveitou o seu papel privilegiado na intermediação da economia cafeeira e de sua condição de centro político do país , para acumular no seu interior vastos recursos enraizados principalmente no comércio, nas finanças e nas aplicações industriais.

Nesse contexto marcado por modificações nas cidades e, ao mesmo tempo, abatidas por crises sociais que se estenderam também ao campo, resquícios de um processo de abolição tardio e mal-executado, nasce o Pré-Modernismo. Um período transitório na produção literária, no qual alguns autores, ainda não modernos, buscavam inovar e romper com o passado. Nesse momento efervescente de ideias, com estilos variados

Quando muda a produção material, modifica-se também a produção intelectual

O pré-modernismo foi uma manifestação artística, na qual ocorreu entre o final do século XIX e o início do século XX. Nesse mesmo período (Exatamente em 1894) a Europa se preparava para a primeira guerra mundial. O Brasil começava a viver um novo período da sua história republicana. No final do século XIX (em 1897), ocorreu no estado da Baia, a guerra de canudos, que foi tema utilizado pelo escritor pré-modernista Euclides da Cunha no livro Os Sertões.

:Apesar de o Pré-Modernismo ter sido um movimento em que cada autor apresenta características bem variadas, algumas delas podem ser encontradas em mais de um autor, podendo, então, compor as características do Pré-Modernismo: Ruptura com o passado, proporcionando alguns ideais inovadores não vistos em movimentos anteriores. Denúncia da realidade brasileira, criticando pesadamente as visões românticas e parnasianas de um Brasil perfeito.

Nesse contexto marcado por modificações nas cidades e, ao mesmo tempo, abatidas por crises sociais que se estenderam também ao campo, resquícios de um processo de abolição tardio e mal-executado, nasce o Pré-Modernismo. Um período transitório na produção literária, no qual alguns autores, ainda não modernos, buscavam inovar e romper com o passado. Nesse momento efervescente de ideias, com estilos variados.

Concluído em 1922, ano da morte de Lima Barreto, o romance Clara dos Anjos é uma denúncia áspera do preconceito racial e social, vivenciado por uma jovem mulher do subúrbio carioca.

O Realismo-naturalismo, que tanto influenciou Lima Barreto na composição de Clara dos Anjos, é cientificista e determinista, considerando que as ações humanas são produtos de leis naturais: do meio, das características hereditárias e do momento histórico. Portanto, os romances naturalistas procuravam, através da representação literária, demonstrar teses extraídas de teorias científicas. Para isso, o Naturalismo buscou compor um registro implacável da realidade, incluindo seus aspectos repugnantes e grotescos. São exatamente esses os aspectos que mais chamam à atenção na narrativa de Clara dos Anjos.

Resumo do Livro

Clara dos Anjos - Lima Barreto Concluído em 1922, ano da morte de Lima Barreto, o romance Clara dos Anjos é uma denúncia áspera do preconceito racial e social, vivenciado por uma jovem mulher do subúrbio carioca. O grande historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda, já apontava, escrevendo sobre Clara dos Anjos, que é muito difícil “escrever sobre os livros de Lima Barreto sem incorrer um pouco no pecado do biografismo”. Poucos escritores brasileiros foram tão obsessivos na investigação da temática do preconceito quanto Lima Barreto. Mulato, nasceu em 1881, mesmo ano em que o também mulato Machado de Assis introduzia o Realismo na literatura nacional com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Aluísio Azevedo inaugurava a Naturalismo no Brasil com o romance O Mulato. Não são apenas coincidências. A questão do preconceito contra a mestiçagem, já denunciada no obra de Aluísio Azevedo, será fundamental no pensamento nacional entre a implantação do Naturalismo e a do Modernismo, em 1922, ano da morte de Lima Barreto. Até por razões pessoais, e por viver exatamente nesse período, sempre retratando-o de forma crítica e até ressentida, o autor de Clara dos Anjos seria o escritor que mais sentiria (na pele) o preconceito e o retrataria com tintas mais ácidas na nossa literatura. É ainda Sérgio Buarque de Holanda que melhor resume como essa temática se apresenta em Clara dos Anjos: "Em Clara dos Anjos relata-se a estória de uma pobre mulata, filha de um carteiro de subúrbio, que apesar das cautelas excessivas da família, é iludida, seduzida e, como tantas outras, desprezada, enfim, por um rapaz de condição social menos humilde do que a sua. É uma estória onde se tenta pintar em cores ásperas o drama de tantas outras raparigas da mesma cor e do mesmo ambiente. O romancista procurou fazer de sua personagem uma figura apagada, de natureza "amorfa e pastosa", como se nela quisesse resumir a fatalidade que persegue tantas criaturas de sua casta: "A priori", diz, "estão condenadas, e tudo e todos parecem condenar os seus esforços e os dos seus para elevar a sua condição moral e social." É claro que os traços singulares, capazes de formar um verdadeiro "caráter" romanesco, dando-lhe relevo próprio e nitidez hão de esbater-se aqui para melhor se ajustarem à regra genérica. E Clara dos Anjos torna-se, assim, menos uma personagem do que um argumento vivo e um elemento para a denúncia." O ENREDO Clara é uma mulata pobre, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia, mulher “sedentária e caseira.” Joaquim era carteiro, “gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo tocava flauta, instrumento que já foi muito estimado em outras épocas, não

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