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Consórcio Modular

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Por:   •  30/9/2013  •  1.740 Palavras (7 Páginas)  •  453 Visualizações

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CONSÓRCIO MODULAR - CONCEITO

No consórcio modular, os fornecedores, também chamados modulistas, estão instalados dentro da planta da montadora e são responsáveis pela montagem final do produto. A montadora providencia a planta e a linha de montagem, assumindo as responsabilidades de coordenação da planta e testes finais. Entre eles, fica estabelecido um contrato de fornecimento de longo prazo com condições especiais como retorno do capital investido pelo fornecedor e sistemas de pagamento específicos. O processo decisório é mais apurado, porque a empresa coloca na mão de seu fornecedor a responsabilidade da linha de produção, ficando a parte da empresa somente a inspeção final de produto e auditoria. O conceito estabelecido pressupõe a transferência para um pequeno número de fornecedores, de primeira linha, da maior parte das operações de montagem, anteriormente a cargo da montadora. A responsabilidade de continuidade da linha de produção está integralmente nas mãos dos fornecedores. Com isso, todo processo decisório ocorrido dentro da empresa tem a participação dos mesmos. Os fornecedores assumem a responsabilidade pela montagem final dos módulos na linha de produção dos veículos, os investimentos em operações e o gerenciamento da cadeia de suprimentos do módulo.

CONSÓRCIO MODULAR: O NOVO PARADIGMA DO MODELO DE PRODUÇÃO

A indústria automobilística sempre foi considerada como inovadora dos padrões de produção em todo o mundo, responsável pelas principais mudanças na forma de organizar a produção e o trabalho. Podemos citar como exemplos as inovações introduzidas por Henry Ford com a produção em massa, a criação de grandes corporações industriais verticalizadas com Sloan na General Motors, a produção enxuta desenvolvida por Ohno na Toyota, os Grupos Semi-autônomos implementados na Volvo e, mais recentemente, o Consórcio Modular implementado na fábrica da Volkswagen em Resende-RJ.

O Consórcio Modular é uma forma radical de outsourcing, constituindo-se na transferência de diversas atividades, que, antes, faziam parte das atribuições da empresa, entre esta e seus fornecedores.

No inicio da década de 90, deu-se o início da abertura econômica brasileira. Com o surgimento de um novo ambiente econômico mundial, os defensores da globalização e do neoliberalismo acreditavam que em um mercado global não deveria existir barreira comercial, o que poderia melhorar consideravelmente a distribuição de produtos e riquezas.

Outra mudança foi o surgimento do Mercosul, mercado comum do cone sul, que permitiria no futuro a comercialização de produtos entre os países membros com taxas de importação menores e em alguns casos nulas, ampliando o mercado de comercialização dos produtos fabricados pelos países membros.

A abertura econômica provocou também, uma total reformulação das empresas de autopeças. Podemos apresentar como a principal inovação ocorrida, o surgimento da Estrutura Modular. Nesta nova forma de gestão da cadeia produtiva, o sentido de Parceira significa um forte elo de associação entre as montadoras e seus fornecedores. Todos são responsáveis pelos investimentos e riscos do empreendimento em busca de um resultado comum. Este tipo de organização surgiu da necessidade de garantir maiores ganhos de produtividade como vantagem competitiva. As montadoras buscavam simplificar a cadeia produtiva com a diminuição do número de fornecedores, com o estabelecimento do outsourcing, definindo-se um novo conjunto de necessidades a serem atendidas pelos fornecedores, como no Global Sourcing, onde os fornecedores são chamados a participar no projeto e desenvolvimento do produto e a fornecer sistemas e módulos completos, em várias partes do mundo. (www.automotivebusiness.com.). Com isso, a tendência é a configuração de um novo modelo de empresa do setor. Com a Organização Modular, o foco passa a ser em outras atividades como Projeto do Produto, Qualidade, Distribuição e Marketing. E o foco na produção passa a ser de responsabilidade dos fornecedores que anteriormente se preocupavam somente em entregar os sistemas para a montadora.

O princípio do funcionamento da Organização Modular é a transferência da Tecnologia de montagem da empresa detentora do projeto para as empresas fornecedoras. Neste sistema toda a montagem do produto é realizada por empresas denominadas de modulistas. As obrigações e responsabilidades são bem definidas entre as empresas participantes, sendo que a qualidade final é de responsabilidade do líder do Consórcio Modular. Considera-se que o surgimento do primeiro Consórcio Modular, deu-se na indústria automobilística brasileira na fábrica da Volkswagen em Resende, no Rio de Janeiro. (Abiq &

Zilboviqius; 1994). O projeto do Consórcio Modular implementado na fábrica da Volkswagen é um projeto idealizado por Jorge Ignácio Lopez de Arriortua, que anteriormente trabalhava na General Motors onde já estudava estas inovações na forma de organização industrial. A fábrica da Volkswagen em Resende é a única da montadora que fabrica caminhões no mundo. A empresa começou a sua atividade de fabricação de caminhões e chassis para ônibus aqui no Brasil com a compra da Crysler em 1979 e depois com a fusão com a Autolatina, união da Volkswagen com a Ford no Brasil, na qual adquiriu a tecnologia para o projeto e fabricação de seus produtos.

Com o fim da Autolatina em 1994 a empresa foi obrigada a construir a sua própria planta. E foi nesta oportunidade que surgiu a idéia de implementar o projeto piloto de Consórcio Modular. A fábrica de Resende é de propriedade da Volkswagen, e para a realização do projeto e construção da planta foi formada uma comissão composta pela própria Volkswagen e os modulistas.

Um dos objetivos do Consórcio Modular é o repasse de atividades de montagem aos consorciados de forma a permitir a redução dos custos e do tempo de montagem do produto, uma vez que várias tarefas são realizadas em paralelo. Logo, a montagem final está submetida à somente tarefas de dependência prévia, configurando um caminho crítico para a montagem. Porém, a vantagem da produção paralela não é a única característica responsável pela redução do tempo, mas também a forma de gerir e organizar as atividades dos consorciados.

O CONSÓRCIO MODULAR COMO FATOR DE COMPETITIVIDADE: UM ESTUDO DE CASP NA VOLKSWAGEN RESENDE E SÃO BERNARDO DO CAMPO

O setor automobilístico tem sido objeto de diversos estudos na Administração e na Engenharia de Produção. A crescente competitividade obrigou as empresas a buscar novas formas para permanecer no mercado. Baixar custos, agregar valores aos produtos, inovar processos

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