Corredores de capitais e disputas em torno deles

Corredores metropolitanos e a polêmica que os cerca

BRT vem da sigla em inglês, Bus Rapid Transit, que significa transporte rápido por ônibus, e são transportes articulados que trafegam em corredores exclusivos oferecendo uma alternativa mais rápida de viagem para os usuários. Os veículos dividem-se em duas linhas chamadas de transcarioca e transoeste.

A transcarioca foi inaugurada em junho de 2014, período próximo a Copa do Mundo que ocorreu no Brasil para reduzir o tempo de viagem em cerca de 60%. O corredor expresso liga o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, totalizando 39 km.

Apesar da promessa de redução do tempo de viagem, alguns passageiros reclamam sobre a falta de organização que o sistema de transporte apresenta. O Sr. Felipe Cerati, morador de Madureira e utilizador do transporte diariamente comenta que “ainda é preciso organizar o embarque e o desembarque no terminal alvorada. Diariamente são filas de ônibus aguardando liberação da plataforma para encostar ao mesmo tempo em que a área de embarque está uma loucura com filas muito próximas uma das outras, devido a plataforma da transcarioca ser compartilhada com a transoeste”. E nem todos os usuários percebem a redução no tempo de viagem, como é o caso da Sra. Márcia Regina, 39 anos e moradora da Barra da Tijuca que utiliza o transporte diriamente para o trabalho no Galeão: “Como usuária do BRT-Transcarioca na linha Semi-Direto Alvorada-Galeão sinto que o tempo de viagem ainda é alto. Principalmente devido à falta de respeito de pedestres e outros motoristas e a falta de coordenação dos sinais luminosos, que forçam o BRT a parar demais ao longo de todo trajeto, que faço diariamente de uma ponta a outra”.

A Transcarioca, que completou cinco meses no início do mês de novembro, somou dez acidentes, com duas mortes e 29 feridos até o mês de setembro. Os operadores do sistema, entretanto, apontam a imprudência de motoristas e pedestres como a principal causa da maioria dos acidentes. A presidente da CET-Rio, Cláudia Secin, afirmou em declaração a outro veículo de comunicação que a entrada em funcionamento do BRT não implicou no aumento de acidentes. Segundo ela, estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam queda de 23,93% de ocorrências na Avenida das Américas, no primeiro ano de funcionamento do Transoeste — em comparação com o mesmo período do ano anterior à implantação. Ainda segundo Cláudia, na comparação com a frota circulante, os acidentes caíram 17,84%, no mesmo corredor, de janeiro de 2013 para janeiro de 2014.

Apesar dos acidentes e problemas que giram em torno do sistema de transporte BRT-Transcarioca e BRT-Transoeste, os usuários entrevistados mostraram satisfação com o serviço oferecido ressaltando que ainda podem melhorar: “Hoje tive o privilégio de usar o BRT. É outro nível. Parabéns para esse novo projeto e espero que permaneça por muito tempo e estendam para outros lugares como Tijuca, Vila Isabel, São Cristovão, para quem sabe desafogar os trens e metros. Precisamos de mais opções de transportes, somos seres humanos, pagamos nossos impostos e cumprimos nossas obrigações com o voto, os candidatos devem prossigam com esse projeto que com certeza beneficiou muita gente. É claro que ainda tem muitos ajustes para fazer, mais