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Cuidados na triagem neonatal

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Por:   •  6/9/2014  •  Tese  •  5.170 Palavras (21 Páginas)  •  402 Visualizações

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Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 25, no. 2, p. 155-161, 2003

nA enfermagem na triagem neonatal

Marly Bittencourt Gervásio Marton da Silva1*, Ivete Sanson Zagonel2 e Maria Ribeiro Lacerda2

¹Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, Curitiba, Paraná, Brasil. ² Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. *Autor para correspondência. Rua da Capitania, 286, 81520-590 - Curitiba, Paraná, Brasil. e-mail: marlymarton@hotmail.com

RESUMO. Estudo realizado junto ao Serviço de Referência em Triagem Neonatal no estado do Paraná (Fepe), objetivando identificar o índice de coletas de sangue inadequadas recebidas pelo laboratório da Fepe, para realização do exame, no período de janeiro a dezembro de 2002. Foram estudadas fichas cadastrais dos registros internos do laboratório da Fepe, e analisados 222.366 exames, em que identificamos 2.787 com necessidade de repetição por imperícia e erros técnicos nas coletas. Os critérios utilizados na classificação foram: transfusão de sangue, sangue insuficiente, hemolisado, envelhecido, excesso, contaminado e ressecado. Com base nos dados levantados e analisados, verificamos que os maiores índices de erros estão no sangue insuficiente e envelhecido, indicando dificuldades na execução da técnica de coleta, que podem estar relacionadas à falta de conhecimento técnico-científico e desvalorização do exame, às trocas de profissionais treinados por outros não qualificados e à demora significativa no envio das amostras de sangue ao laboratório, realçando a falta de sensibilidade quanto à importância do exame. Palavras-chave: triagem neonatal, controle de qualidade, educação continuada em enfermagem, enfermagem neonatal.

ABSTRACT. Nursing in newborn screening. This paper deals with a study undertaken at Paraná Newborn Screening Reference Service (Fepe). Its aim was to identify the level of inadequate blood samples received by Fepe laboratory for testing from January to December 2002. A study was made from Fepe Laboratory internal medical records and 222,366 tests were examined, in which we identified 2,787 as needing to be repeated due to mistakes made during sample collection. The criteria used for classification were as follows: blood transfusion, insufficient, haemolysed, old, excess, contaminated and dried blood. Based on obtained and analysed data, we were able to determine that the greatest amount of errors relates to insufficient and old blood, indicating difficulties in carrying out the collection technique, which may be concerned to: lack of technical and scientific knowledge and undervaluing of the test importance, replacement of trained staff by untrained staff and the significant delay in sending blood samples to the laboratory, emphasising a lack of awareness as to the tests relevance. Key words: newborn screening, quality control, education nursing continuing, newborn nursing.

Introdução O Programa de Triagem Neonatal para fenilcetonúria existe, no Brasil, desde 1976, sendo realizado pela Apae/SP, a precursora do teste do pezinho no Brasil, e foi ampliado em 1986, pesquisando também o hipotireoidismo congênito. No estado do Paraná, com a lei estadual n.º 8627 (Paraná, 1987), existe a obrigatoriedade do exame para essas duas enfermidades, desde 1987. Esse exame faz parte do Programa, que sempre foi realizado pela Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), entidade filantrópica, não- governamental, com sede em Curitiba, e

credenciada junto ao Ministério da Saúde como o Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) no estado do Paraná. Atualmente, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), criado e implementado pela Portaria Ministerial n.º 822/01 (Brasil, 2001), possibilita a pesquisa gratuita e obrigatória de várias doenças como a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, as hemoglobinopatias e a fibrose cística ou mucoviscidose. No estado do Paraná, por meio da Fepe, pesquisa-se também, além das citadas, a deficiência da biotinidase.

156 Silva et al.

Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 25, no. 2, p. 155-161, 2003

Trata-se de um Programa porque todos os bebês com diagnóstico positivo para alguma das doenças pesquisadas recebem tratamento especializado da equipe interdisciplinar do Centro de Pesquisas da Fepe, em ambulatórios do Hospital de Clínicas, devido a um convênio entre a Fepe e a Universidade Federal do Paraná. Consideramos que no primeiro momento, da coleta de sangue para o teste do pezinho, é muito importante que a mãe segure o filho no colo, pois assim o bebê se sentirá protegido pelo abraço da mãe, ela se sentirá mais potente em proteger o filho, e a própria coleta ocorrerá de forma mais rápida e eficaz, porque, com o bebê em pé, o sangue concentra-se mais no pezinho, e a qualidade da coleta também melhora. Essa interação proporciona ainda uma educação em saúde quanto ao exame, tirando da mãe e até dos familiares e amigos eventuais receios que possam existir em relação à coleta. No segundo momento, existe a importância da correta execução da técnica de coleta de amostras de sangue em papel filtro, por punção cutânea do calcanhar do bebê, cuja responsabilidade fica quase que inteiramente para a equipe de enfermagem dos hospitais/maternidades e unidades básicas de saúde. O exame é gratuito e obrigatório, então, todos os bebês, indistintamente, têm direito, como cidadãos que são, à prevenção do retardo mental e outros comprometimentos, fornecidos pelo PNTN. Para que haja eficácia nessa prevenção, é extremamente importante que as amostras de sangue sejam coletadas corretamente. Por isso, buscamos identificar e analisar os erros apresentados nas coletas, acreditando que a solução esteja na educação continuada e permanente dos profissionais de enfermagem, os enfermeiros, técnicos e auxiliares, que realizam o procedimento da coleta de sangue em papel filtro para o teste do pezinho.

A dinâmica de trabalho do PTN no Paraná Para o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) no estado do Paraná, a realização da coleta de sangue em papel filtro deve acontecer sempre na alta hospitalar do bebê e da mãe, e o ideal com 48 horas de vida do recém-nascido. Quando a alta hospitalar acontece com 48 horas ou mais, é feita uma coleta; porém, quando ocorre antes das 48 horas, a coleta do sangue é feita na alta, independentemente do tempo de vida do bebê, e a mãe é orientada a repeti-la dentro de uma semana, na unidade de saúde mais próxima de sua casa ou na maternidade onde nasceu seu filho. Esta rotina justifica-se devido ao resultado falso normal ou falso

negativo para fenilcetonúria,

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