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Por:   •  25/3/2015  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  231 Visualizações

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Zooterapia

Era o fim dos anos 50, em Nova York. Havia um mês o psicólogo infantil americano Boris Levinson tentava estabelecer contato com o seu mais novo paciente, um menino de quase 10 anos com sérios problemas de socialização. Certo dia, o pequeno paciente chegou antes da hora marcada para a consulta e, na sala de espera, encontrou "Jingles", o cão labrador do doutor Levinson. Ao abrir a porta de seu consultório, qual não foi a surpresa do psicólogo: abraçado ao cachorro, o menino discorria sobre suas angústias e aflições. A experiência motivou Levinson a usar o "doutor" Jingles no tratamento de autismo. Ele descobriu que o animal propiciava às crianças a oportunidade de expressar suas emoções. Os resultados dos estudos de Levinson foram divulgados em 1962, num artigo intitulado "The dog as a 'co-therapist'" ("O cachorro como um 'co-terapeuta'"). Na ocasião, o psicólogo foi motivo de chacota entre os colegas. Hoje, passadas mais de quatro décadas, as teorias de Levinson são levadas muito a sério. Está comprovado que a convivência com animais faz bem à saúde física e mental dos seres humanos de qualquer idade.

As investigações sobre o uso de bichos no tratamento de doentes (ou zooterapia, como se diz no jargão médico) ganharam impulso no início dos anos 80, depois da morte de Levinson. Vários estudos demonstraram que a interação com animais protege o coração, reforça o sistema imunológico, alivia o stress, facilita o desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais, combate a depressão, diminui a ansiedade e melhora a coordenação motora, entre outros tantos benefícios. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia mostraram que pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca se recuperam melhor e mais rápido quando são visitados por cachorros. Setenta e seis pacientes foram divididos em três grupos. Um recebeu a visita de um voluntário acompanhado por um animal. O outro, de apenas um voluntário. E o terceiro ficou sem visita. De todos, o primeiro foi o que registrou as maiores quedas na pressão arterial e na quantidade do hormônio epinefrina, associado ao stress, além de uma redução mais acentuada no grau de ansiedade. "O prazer proporcionado pelo contato com os animais ajuda a manter e é capaz até de restabelecer a harmonia dos ritmos corporais", diz a veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs, um dos nomes mais importantes da zooterapia no Brasil.

Um estudo conduzido em 1994, na Austrália, pelo médico Warwick Anderson, revelou que os donos de cães e gatos iam menos ao médico do que quem não tinha nenhum animal de estimação. "A explicação para isso é que a companhia de um cão, cavalo, gato ou qualquer outro bichinho que possa ser acarinhado ativa a produção de serotonina", diz o zootecnista Alexandre Rossi, presidente da ONG Cão Cidadão, de atendimento a pacientes com câncer. Além de proporcionar prazer, o neurotransmissor serotonina reforça as defesas do organismo. E isso é especialmente importante para as pessoas idosas, mais sujeitas a problemas de saúde. Ao cuidar de um animal de estimação, elas se sentem úteis e voltam suas atenções para o presente e o futuro, deixando de lado a nostalgia e as frustrações do passado – o que tem efeitos positivos sobre o ânimo e, conseqüentemente, sobre a saúde orgânica. "Agora eu tenho por que esperar o dia seguinte: faço planos e me organizo", diz a aposentada Magdalena Aparecida Costa, de 86 anos. Moradora da casa de repouso Lar Ondina Lobo, em São Paulo, quinzenalmente,

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