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Desastre Com Os Aviões Ingleses Comets

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Por:   •  29/10/2013  •  2.363 Palavras (10 Páginas)  •  411 Visualizações

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DESASTRES COM OS AVIÕES INGLESES COMETS

Anderson Justo, Rafael Gomes da Silveira, Ramon Kinderman, Vinicius S. Baratto*

Acadêmicos do Primeiro Semestre do Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina

RESUMO

Este trabalho aborda o tema sobre a fadiga nos materiais e cita um acidente trágico, porém de grande importância para a aviação mundial. Buscou-se nesse trabalho entender mais sobre o desgaste no material por meio da fadiga e analisar quão importante é o estudo dos materiais e os desastres que podem ocorrer devido à má ciência do assunto. Usamos como base de estudo, obras dos autores Van Vlack, L. H. e William D. Callister. O desastre citado para exemplificar os efeitos da fadiga no material, é a tragédia ocorrida com os aviões Comet na década de 50, onde a grande altitude em que os aviões voavam ocasionava fadiga devido à baixa pressão atmosférica, os dois acidentes somaram mais de 50 vítimas que perderam a vida, mas foi de suma importância para a aviação mundial, pois a partir dos acidentes, foi elaborada uma série de alterações nos aviões com propulsores a jato que foi possível a utilização deles até os dias de hoje.

Palavras-chaves: Fadiga, Desastre, Aviação, Baixa Pressão.

* vinicius.baratto@unisul.br

1 Introdução

O presente trabalho aborda a fadiga nos materiais, um dos tipos de ruptura mais comuns no metal. Para isso buscamos apresentar, de forma sucinta, os principais acidentes ocorridos na aviação civil tendo como causa a fadiga na sua estrutura. Apresentamos em suas subdivisões a historia dos aviões Comet bem como uma breve análise das principais partes em que ocorreu a fadiga na estrutura dos aviões selecionados, que serve para direcionar melhor o entendimento da fadiga em sua fuselagem. A partir disto visamos transmitir noções da fadiga nos metais e mostrar a importância da realização de ensaios nos mesmos.

2 Aeronaves Comet

As sucessivas tragédias ocorridas com as aeronaves Comet`s da empresa de havilland da Inglaterra, abalaram o mundo, em tempos que as inovações na aviação mundial aconteciam muito rapidamente. Muitas especulações foram criadas por trás desses desastres, mas após as investigações cessarem determinou-se a causa das quedas, a fadiga no material.

2.1 História dos Acidentes

A empresa de aeronaves De Havilland Aircraft Company localizada na Inglaterra foi lançada em 1920, pelo seu criador Geoffrey de Havilland. Devido às tensões em que o continente europeu passava após o término da Primeira Grande Guerra, a empresa inicialmente fabricou apenas aviões de combate, sendo todos com motores a pistão, já que ainda não se trabalhava com diferentes estilos de motores.

Perto da década de cinqüenta a empresa iniciou projetos para revolucionar a aviação mundial, seria o inicio dos motores a jato que foram lançados em 1949 quando o primeiro avião a jato Comet ficou pronto, mas essas aeronaves entraram em uso comercialmente somente em 1952 quando a companhia aérea BOAC (British Overseas Airways Corporation) adotou-as para uso.

O avião Comet, de origem inglesa, foi o primeiro avião comercial propulsionado por motores a jato fabricado no mundo. Ele começou a operar em 1952 e inicialmente fez um tremendo sucesso, pois voava com o dobro da velocidade dos seus concorrentes da época. Como o avião tinha limitações de autonomia, ele cumpria somente rotas curtas (Suresh, 1998).

Passaram-se dois anos e foi então, que em 10 de Janeiro de 1954 o primeiro desastre aconteceu, um exemplar da aeronave que partiu de Roma despedaçou-se enquanto sobrevoava o mar Mediterrâneo, nas proximidades da ilha de Elba na Itália, seus 29 passageiros e uma tripulação de seis pessoas perderam a vida. Por algum tempo os Comet foram suspensos de atividades, sendo que estes passaram por alguns testes e modificações, para que então fossem reincluídos no espaço aéreo em março de 1954.

O segundo trágico acidente foi praticamente igual ao primeiro e veio a ocorrer apenas um mês após os Comet voltarem aos céus, foi em abril de 1954, catorze passageiros e sete tripulantes morreram quando o avião se desintegrou perto da costa cidade de Nápoles na Itália. Este segundo acidente fez com que as autoridades britânicas caçassem a licença de operação da pioneira linhagem de aeronaves Comet.

Após o acontecimento do segundo acidente com a aeronave, foi que se iniciaram verdadeiras investigações para se ter a causa exata das tragédias, pois até então se ouviam somente especulações, como, erro dos pilotos ou tempestades que teriam derrubado os aviões.

2.2 Motivo dos Acidentes

A aeronave montada pela empresa De Havilland a princípio foi muito eficaz e se mostrou veloz, alcançando aproximadamente 800 km/h e 10.000 metros de altitude, sua cabine era pressurizada e relativamente silenciosa, era um avião inovador.

Após os dois graves acidentes que ocorreram com essa aeronave, especialistas reconstruíram o avião e submeteram-na a testes, foi à primeira reconstrução feita inteiramente com uma aeronave como mostra a figura 1.

Figura 1 Primeira reconstrução feita a uma aeronave foi com o modelo Comet

O avião então foi submetido a um ensaio hidrostático em uma piscina, aonde a pressão exercida sobre a fuselagem era superior ao exercido em altas altitudes, os resultados não poderiam ser diferentes, as rachaduras apareceram e a fuselagem se rompeu conforme a figura 2, a partir disso, descobriu-se que as quedas ocorreram por propagação de trincas que se originaram nas proximidades dos cantos das janelas quadradas do avião, para ser mais preciso no furo de um rebite. As trincas eram minúsculas e quase imperceptíveis, mas se propagavam por fadiga causada pela pressurização e despressurização da cabine.

Figura 2 Ensaio hidrostático realizado na fuselagem do Comet

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