Desastre Em Chernobyl

DESENVOLVIMENTO

Tudo começou no dia 25 de Abril de 1986 na cidade de Pripyat, a cerca de 3 km da cidade ficava a Usina Nuclear, nesta noite cerca de 170 funcionários trabalhavam no Bloco quatro e estavam fazendo um teste no sistema de alimentação automática de combustível do reator, que tinha como objetivo economizar energia. Na madrugada, os sistemas de segurança estavam desligados para o teste começar, porém uma série de explosões começou a ocorrer no interior do reator. Enquanto toda a cidade dormia, o chão da usina começava a tremer e em seguida ocorreu à explosão, a tampa de cerca de 1.200 toneladas do reator explodiu e um fluxo alto de vapor reativo começou a jorrar, liberando o Urânio e o Grafite a milhões de metros em volta da usina. Na enorme cratera que ser formou, uma chuva enorme de partículas radioativas foi lançada a 1.000 metros de altura, e sua aparência era colorida, parecendo até um arco-íris.

Os primeiros bombeiros que chegaram ao local não tinham equipamentos de seguranças adequados, eles despejaram vários litros de água sobre o “incêndio” que parecia que nunca iria acabar, e consequentemente todos foram expostos a doses letais de radiação, nenhum deles sobreviveram e isso já mostrava ser o pior desastre da história envolvendo algum tipo de energia. Mal sabiam que estavam enfrentando um inimigo invisível.

No dia seguinte, as nuvens já estavam contaminadas com aquela coluna radioativa de vários metros de altura, muitos repórteres e jornalistas foram contaminados enquanto faziam a cobertura do desastre, apenas um deles sobreviveu, mas infelizmente ficou com algumas sequelas. O repórter sobrevivente foi o primeiro a sobrevoar a área onde ocorreu a explosão, e um dos maiores erros cometido por ele foi abrir a porta do helicóptero para tentar fazer filmagens e tirar fotografias, todos naquele transporte foram expostos também. Foi possível tirar apenas 12 fotos, na qual nota-se que era evidente a presença de radiação naquela área, infelizmente depois de tirado essas fotos a câmera começou a falhar.

Mesmo após a explosão, os destroços ainda estavam radioativos e o urânio e o grafite continuavam a ser queimados dentro do reator, e a intensidade na qual se era encontrada no seu interior seria igual a duas bombas nucleares.

Em Moscou, 12 horas após a explosão, pouco sabiam sobre o acidente, para eles haviam apenas ocorrido um incêndio, e as consequências dessas informações incompletas e falsas já estavam trazendo uma série de problemas.

Já na cidade de Tripyat, a população ainda não sabia informações sobre a explosão ocorrida na usina, logo estavam vivendo suas vidas normalmente. Na cidade já começavam os boatos de que havia acontecido um incêndio na usina e de que algumas pessoas haviam morrido á noite, mas não se tinha nenhuma informação oficial. As pessoas já começavam a sentir um gosto de metal na boca, mas na verdade era o iodo radioativo e o inicio de um desastre. A essa altura toda a população deveria estar tomando pílulas para diminuir a radioatividade presente em seus corpos. No dia seguinte, o governo enviou uma mensagem aos moradores avisando que deveriam deixar o local, eles teriam o prazo de até duas horas para que juntassem suas coisas e aguardassem os ônibus para os levarem para outro local, mal sabiam eles que nunca mais iriam voltar para aquela cidade.

Quase 48 horas após os desastres as únicas pessoas presentes na cidade eram os militares e membros da delegação científica reunidos em um hotel, como se ignorassem o perigo, eles comiam, bebiam e trabalhavam ali tranquilamente. Eles com certeza subestimaram o risco que estavam ocorrendo, nunca na história ocorrera um acidente desta proporção.

Enquanto isso, o vento começou a levar nuvens carregadas de partículas radioativas para o Norte, ente 26 e 27 de Abril, elas circularam pela Rússia, Bielorússia e Báltico. No dia 28, as nuvens chegaram a Suécia onde o aumento da radioatividade foi detectado perto de uma das outras usinas nucleares da região. Logo depois, grande parte dos noticiários da televisão comunicou a situação para a população. Poeiras de resíduos radioativos chegaram a cair em Estocolmo, e aviões de caça eram enviados para medir a radioatividade presente nas nuvens.

Foram necessárias cerca de 48 horas para se ter informações precisas e concretas do que realmente havia ocorrido na usina. Na parte inferior do reator 1,200 toneladas de magma incandescente estavam queimando a mais de 3.000ºC, liberando gás e poeira radioativa na atmosfera, a Europa inteira estava à mercê dos ventos.

Diversas pessoas começaram a apresentar sintomas da contaminação. Na região possuía apenas um hospital destinado para esse tipo de problema, e como consequência do desastre, diversas pessoas iam neste local se tratar, umas apresentando queimaduras terríveis pelo corpo.

Em Chernobyl, uma floresta próxima à área foi totalmente queimada devido à contaminação radioativa presente no local. Mas o desastre foi maior, a essa altura as chuvas eram outro problema, com as nuvens contaminadas a chuva estava liberando nada mais do que pura radioatividade em forma líquida. Muitas áreas da Ucrânia e países vizinhos foram contaminados.

Em 1 Maio, a cidade de Kiev também havia sido contaminada, mas a população não havia ainda sido informada. Surgiu apenas um relato, que era um minúsculo artigo no rodapé de um jornal local dizendo que o perigo já havia passado. A situação era critica, mas a população continuava com as comemorações do feriado, era como se o país se recusasse a reconhecer a gravidade da situação. Já se completava seis dias do desastre, e as autoridades continuavam a incentivar as comemorações do feriado, até mesmo o Primeiro Secretário da Ucrânia e sua família participaram da festividade, pouco depois o mesmo cometeu suicídio.

Uma semana depois do ocorrido o êxodo continuava, os moradores de Chernobyl a cerca de 7 km da usina precisaram ser retirados, assim como todos os habitantes num raio de 30 km ao seu redor. E muitas dessas pessoas infelizmente já estavam contaminadas. Uma área com um número muito alto de hectares foi isolada de todo o resto do mundo.

Enquanto isso, a nuvem carregada com resíduos radioativos avança para toda a Europa, passando pela Bavária e o Norte da Itália, contaminou grandes plantações e pastos na França e chegou até a Grã-Bretanha e se espalhou até a Grécia.

Em Chernobyl, o número de radioatividade continuava a aumentar, diversas camadas de “entulhos” estavam cobrindo a superfície do reator, mas no seu interior o magma incandescente continuava a ser queimado, com isso podendo ocasionar uma enorme explosão.

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