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Doces bonitos da Amazônia

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Por:   •  2/12/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.210 Palavras (9 Páginas)  •  233 Visualizações

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Bombons Finos da Amazônia

O empreendedor por necessidade que deu a volta por cima no Amazonas

A empresa onde Jorge Alberto da Silva trabalhava atravessou uma grande crise em 1992. A forma que os gestores encontraram de resolver o problema foi demissão de vários profissionais que detinham os maiores salários. Entre esses, Jorge também foi selecionado. Da noite para o dia, deixava de ser funcionário e estava sem alternativas de trabalho... A dificuldade de conseguir um novo emprego era grande e sempre esbarrava em questões como idade, salário pretendido, entre outros aspectos. Empreender não estava em seus planos, mesmo porque não havia histórias na família de pessoas envolvidas com o próprio negócio. Porém, havia uma pessoa, grande entusiasta, que incentivou Jorge a pensar na criação de um negócio, sua mulher Lúcia, a principal responsável pelo início do primeiro e do segundo negócios de ambos.

“Com os recursos da rescisão compramos um prédio comercial com o negócio já montado e funcionando, tratava-se de um minimercado chamado Serve Bem. O negócio estava indo a todo vapor. Um ano depois, montamos uma pequena distribuidora próximo ao minimercado. Nossa meta era repor todo o dinheiro investido, cerca de R$300 mil, em apenas dois anos. Porém, começamos a sofrer assaltos e roubos, ao todo cinco assaltos e três roubos por arrombamento em cinco anos de trabalho. Com isso perdemos muito dinheiro, já que não recuperamos os produtos, dinheiro, equipamentos, e outros materiais levados. Além disso, houve uma significativa redução dos negócios pelo afastamento dos clientes...”

Com isso, Jorge e sua mulher Lúcia tiveram que vender o prédio, equipamentos, móveis, produtos e veículos para quitar todas as dívidas assumidas. Pouco havia sobrado para a manutenção da casa, escola das crianças (são quatro filhos) e demais despesas. A descontinuidade do negócio, que para muitos representaria um momento de tentar retomar a carreira como empregado em outra empresa, não fez Jorge conter o desejo de continuar a atuar por conta própria. Mas desta vez, tudo seria feito evitando riscos não calculados e planejando o que seria a nova empresa que viria a criar.

Jorge achou prudente buscar auxílio através de cursos de gestão, principalmente no Sebrae, com destaque para o Empretec, um programa de desenvolvimento de habilidades empreendedoras. Com formação superior em Farmácia e Bioquímica e especialização em alimentos, Jorge sabia que precisava também de outros conhecimentos relacionados a administração de empresas. Este conjunto de conhecimentos adquiridos se tornaria essencial para o sucesso do novo negócio.

“Minha esposa Lúcia foi quem identificou a oportunidade. Estávamos discutindo qual negócio montar e ela lembrou que deveríamos produzir bombons regionais de cupuaçu e outros com frutos da Amazônia. Na época eu contestei, já que no Amazonas muitas pessoas produzem esses produtos e eu não acreditava que seria algo viável. Mas Lúcia insistiu e me convenceu de que com minha experiência e formação na área de alimentos, poderíamos criar uma empresa com diferencial e crescer frente à grande concorrência.”

Ambos partiram então a pesquisar o mercado em detalhes, analisando amostras de vários produtos que eram vendidos na região, e perceberam que havia alguns aspectos que precisavam ser aperfeiçoados naquele tipo de negócio, mais precisamente a qualidade e apresentação dos produtos, o período que os bombons ficavam disponíveis nas prateleiras e a variedade e quantidade da oferta dos produtos. “Parecia existir claramente uma oportunidade de atacar estes pontos e criar um negócio com diferencial, destacando-nos da concorrência. Ficamos animados com os resultados de nossas análises...”

A partir daí, Jorge e Lúcia desenvolveram um planejamento detalhado, com foco operacional, buscando melhorar a embalagem dos produtos para torná-la mais funcional e bonita, padronizar o produto (tamanho, cor, cobertura e recheio), aumentar o prazo de validade inicialmente para 7 dias, depois 30, 90, para os atuais 180, e no futuro 360 dias, e massificar a venda do produto tornando-o acessível a todas as classes e idades. Para isso, não bastava apenas trabalho árduo, mas tecnologia de alimentos aplicada à produção e venda dos bombons. E disso Jorge entendia.

“Durante 25 anos atuei na administração da produção. Doze anos em um grupo americano e treze em um grupo japonês. Neste último galguei vários postos de trabalho, tendo começado como supervisor de produção, sendo promovido a subgerente, gerente, superintendente, e então diretor de produção. Isso ajudou muito na criação dos processos, produtos, embalagens, no desenvolvimento de fornecedores e clientes, na definição da melhor opção de compra com reduções significativas no custo do produto, adequando-os à melhor logística.”

O negócio Bombons Finos da Amazônia foi criado com pouco investimento, menos de R$3mil – sobras da venda do minimercado. Com este recurso e financiamentos, Jorge e Lúcia compraram um fogão industrial de duas bocas, matéria-prima para cobertura, polpa de fruta, e açúcar para o doce. E também embalagens existentes no mercado. “Usamos uma pequena área nos fundos de nossa residência, cerca de 9 metros quadrados, para instalar a produção.” Era o início de um negócio promissor...

A produção teve início em 6 de julho de 1998. Um dia antes do aniversário de Jorge. “Dia 9 de julho tivemos nosso primeiro cliente. Tratava-se também de um minimercado chamado Mercadinho Dona Maria. No início da nossa atividade fiz planejamento de abordagem de diversos segmentos de mercado: minimercados, lojas de conveniência, lojas de artesanato, restaurantes por peso, entre outros.”

Jorge não tomou a decisão de abordar todos estes segmentos por acaso. Ele sabia o que estava fazendo: “Escolhi os restaurantes por peso porque normalmente o cliente se serve, pesa, come, depois vai ao caixa pagar e nessa hora vê o bombom de cupuaçu.” Já no caso dos hotéis, houve uma peculiaridade: “Quando eu informei que uma de nossas metas era vender para a rede de hotéis e em particular ao Hotel Tropical Manaus, que é o topo da hotelaria amazonense, disseram que eu estava louco. Retruquei que apesar de ser um sonho, eu faria de tudo para alcançá-lo. Hoje vendemos para todos os hotéis cinco estrelas, e alguns deles utilizam nossos produtos para recepcionar hóspedes ilustres.”

A Bombons Finos da Amazônia já possui cinco lojas próprias. Além disso, seus produtos estão disponíveis em mais de 100 pontos de venda em Manaus, incluindo revendedores e distribuidores, e cerca de 10 distribuidores são responsáveis pelas vendas em outras capitais.

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