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Dragão Cavaleiro Branco é Muito Forte.

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Por:   •  28/5/2014  •  2.536 Palavras (11 Páginas)  •  216 Visualizações

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DISTINÇÃO ENTRE SINDICATO E SINDICALISMO

Deve-se ressaltar que enquanto o sindicato é o órgão representativo da classe trabalhadora, regido pelo Estado, o sindicalismo tem como ponto fundamental uma ideologia política de controle e domínio social, oriundos do sistema capitalista.

Nos países onde o "sindicalismo" se encontra em seus estágios primários, os objetivos do sindicato são frequentemente de natureza econômica, visando melhorar o nível de vida dos trabalhadores. Neste esquema, o sindicato que perceber melhor a mecânica da lei de oferta e procura, tanto de emprego como de recursos humanos existentes na sociedade, obterá do empregador maiores vantagens econômicas.

Em países ocidentais mais desenvolvidos, onde o sindicato apresenta um grau de maturidade relativamente avançado, os objetivos são estendidos de outra maneira. Para começar, o sindicato é visto como uma entidade política que opera um ambiente econômico, cujos processos internos de decisão, só podem ser explicados politicamente. Assim, o principal objetivo do sindicato seria permanecer uma posição de liderança e, para atingir tal objetivo, deve reconciliar pressões conflitantes.

A proposta do sindicalismo visa o desenvolvimento revolucionário da sociedade, que evolui em estágios marcados pela luta de classes: os capitalistas e trabalhadores.

No fim, as classes trabalhadoras reorganizarão a sociedade e "derrubarão" os governantes capitalistas, substituindo o capitalismo pelo comunismo. Numa etapa intermediária, porém, os trabalhadores devem lutar por seus direitos contra o capital.

Sindicalismo e sindicato são dois conceitos distintos, mas necessariamente consistentes entre si. Na prática, esses conceitos influenciam-se mutuamente, contudo sem fazer com que as dissinâncias desapareçam por completo.

De fato, o sindicalismo surgiu no século XIX como proposta doutrinária de tendência socialista. Em certo sentido, promulgava-se uma revolução do proletariado, mas um proletariado economicamente ativo e organizado. Organizado politicamente em torno da defesa dos interesses de uma classe social, os assalariados, mas livre da ingerência de partidos. Pretendia-se, de imediato, harmonizar o regime capitalista e, no futuro, ganhar o poder e mudar a estrutura do Estado e da sociedade.

Assim sendo, enquanto o sindicalismo visa a futura apropriação do poder social, por parte dos trabalhadores organizados, cabe ao sindicato obter determinadas conquistas trabalhistas "aqui e agora". As diversificadas posturas sociais adotadas pelo sindicalismo pode ter diversas explicações ideológicas, baseadas nas seguintes teorias: Marxista, Corporativista, Americana e Sócio-Psicológica.

Para o sindicalismo é mais fácil ser revolucionário e promover mudanças a nível da sociedade global, enquanto que o sindicato cabe avaliar sua atuação e apresentar resultados, o que o faz reconhecer a força de seu "oponente", exigindo mudanças mas reconhecendo as resistências, o sindicato "exige, mas não domina".

EDUCAÇÃO SINDICAL NO BRASIL

Os movimentos de educação popular compõem, para bem ou para mal, os antecedentes do quadro atual da educação sindical no Brasil.

Tais movimentos serão estimulados no pós-guerra pelo próprio Estado e vão ganhar intensidade na década de 50. São exemplos marcantes de iniciativa estatal nessa área, a implantação da extensão rural, as campanhas do MEC, de alfabetização, de educação rural, assim como as campanhas de saúde.

Na segunda metade de década de 50, numa clima de democracia e desenvolvimento, quando o populismo vai ter de enfrentar maiores reivindicações trabalhistas, irão crescer em importância outros agentes no campo da educação popular. Alguns governos estaduais, igreja e partidos políticos irão ocupar os espaços nessa área.

Ganhará a força a concepção de que a educação popular deve girar em torno de problemas concretos e de que não deve escamotear seu conteúdo político, seja qual for a orientação.

A igreja emerge, na época, como principal agente do Estado na disputa com partidos políticos no campo da educação popular. A CNBB cria o movimento de educação de base, que terá ramificações nos sindicatos, com especial vigor na sindicalização rural no Nordeste, visando competir com as ligas camponesas. Itensificam-se as projeções ideológicas, ficando em plano secundário a capacitação de quadros sindicais, principalmente no sentido de ganharem autonomia na condução de seus próprios programas educativos.

Em síntese, o interregno democrático, do pós-guerra a 1964, foi rico em experiências educativas voltadas para as organizações populares, inclusive para a ação sindical. No entanto, a longa tradição de tutela ainda prevaleceu, mesmo quando essa não fosse a intenção dos agentes que atuavam no meio sindical. Não se pode descartar a hipótese de que a atuação das entidades que disputavam entre si a hegemonia no meio sindical exerceu um papel inibidor de sua autonomia.

Será a partir de meados da década passada, principalmente depois das greves de 78 e 79, que irá crescer a preocupação sindical com a formação sistemática de seus quadros. O III Congresso de Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, em 1978, incluiu entre suas resoluções, a promoção de "cursos permanentes de capacitação sindical, visando a preparação dos quadros necessários à formação das comissões de empresas". Outros exemplos irão se seguir, como veremos adiante. No entanto, apesar de avanços, a educação sindical ainda não constitui, hoje, uma atividade prioritária para uma parcela significativa do movimento sindical brasileiro.

CONSEQUÊNCIAS DO ATRASO EM PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO SINDICAL

A deficiência reflete-se nas próprias direções sindicais. Embora estejam cada vez mais preparadas para disputar eleições, ou seja, buscar representatividade, legitimar-se pelo voto, de modo geral enfrentam dificuldades no exercício dos cargos. A fim de conduzir com eficácia uma estratégia, uma negociação com o patronato, exige-se mais que representatividade, intuição e combatividade. A falta de capacitação para o exercício dos cargos de direção pode conduzir a fracassos desnecessários assim como à delegação de responsabilidades indevidas a assessores ou à burocracia sindical.

A falta de informação ainda é grande entre as lideranças, seja ao nível de política econômica,

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