EJA Educação De Jovens E Adultos

INTRODUÇÃO

A Educação de Jovem e Adultos (EJA) é modalidade específica da educação que se propõe a atender a um público ao qual foi negado o direito à escola durante a infância e/ou adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis.

Trata-se de um público-alvo diverso e considerando a heterogeneidade desse público, seus interesses, identidades, suas preocupações, necessidades, expectativas em relação à escola, suas habilidades, enfim suas vivências, torna-se de uma suma importância a construção de uma proposta pedagógica com metodologia diferentes a fim de que esse público alvo seja atraído e motivado.

O trabalho é resultado da pesquisa de campo desenvolvida em uma Escola urbana da rede Estadual de Ensino na Educação de Jovens e Adultos 1º etapa.

O objetivo foi investigar sobre as práticas de leitura e letramento dos alunos da EJA e município de maués.

Ao analisar o contexto histórico da modalidade de ensino EJA percebeu-se a carência de atenção por parte das políticas educacionais, pois somente de algumas décadas para cá, esta modalidade de ensino foi reconhecida na Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases (LDB), quando afirma o direito à Educação, incluvise àqueles que não a tiveram oportunidades de frequentar a escola na idade própria.

A partir de então, surgiram fóruns de debates mais intensos para a resolução de problemas referentes a este ensino que carece ainda de maior atenção das políticas públicas, pois, a modalidade EJA não possui uma formação especifica e normalmente, os profissionais que nela trabalham não tiveram escolha, ou seja, assumiram por não ter outra alternativa.

Consideramos aqui como fundamental as pesquisas que possam auxiliar na qualidade do ensino na EJA, pois hoje o problema maior não é trazer o aluno de volta à escola, mas sim fazer com que este permaneça, pois, só um ensino de qualidade, voltado as necessidades reais dos alunos será capaz de cativar e de manter estes alunos na escola.

O educador passa a ter a responsabilidade direta na luta pela permanência do aluno e isto só será possível se houver a preocupação constante com a qualidade na aprendizagem aos que fazem parte dessa modalidade de ensino.

As práticas de leitura favorecem o letramento dos alunos da EJA primeira etapa?

Também foram considerados alguns questionamentos que nortearam a pesquisa:

Os gêneros textuais estão presentes na práticas pedagógicas durante as aulas de Língua Portuguesa nesta sala de aula?

A prática realizada com os gêneros textuais vem ao encontro da visão sóciointeracionista da linguagem?

O fato dos alunos observados afirmam serem leitores de vários gêneros que circulam nos ambientes em que eles frequentam, como igreja, associações, escola, lar e outros, demonstra claramente que a escola precisa trabalhar concatenada com as práticas já existentes nas vidas de seus alunos, ou seja, é de fundamental importância o professor conhecer bem seus alunos e procurar, através do trabalho sistematizado com a leitura e a escrita, aprimorar as próprias práticas dos alunos jovens e adultos.

Desta forma é possível a busca de ações entre educandos e educadores para os fins sociais que sonhamos, queremos e acreditamos. Através da Educação voltada para a melhoria das práticas sociais, os resultados se voltarão aos cidadãos que desempenharão melhor seus efetivos papéis sociais em busca da realização plena e comunitária.

[...]” é na pluralidade que se configura a vida cotidiana e a escola é, por excelência, o local onde o plural emerge mesmo que haja imposição de normas” (2005, p. 24)

Foi então neste ambiente de pluralidade que adentramos em uma escola estadual e durante o período entre os meses de Março e Junho permanecemos 60 horas semanais instituição de ensino para observar, ouvir e refletir sobre o trabalho com a leitura desenvolvida pela turma da EJA primeira etapa.

Durante a pesquisa foram observados mais especificamente, as aulas de Lingua Portuguesa, pois, o maior objetivo da pesquisa estava voltada às práticas de leituras e o desenvolvimento.

No Brasil, entretanto, as efetivas educacionais na defesa da escola pública de EJA passaram por muitos processos. A legislação e os discursos políticos assumem , endossam e veiculam a ideia de que a educação é um direito inalienável de todos os membros da família humana conforme está expresso na Declaração dos Direitos Humanos proclamada.

No entanto, persistem ao altos índices de analfabetismo, denunciando a injustiça social e a pouca eficiência dos projetos educacionais.

[...] a escola não chegou a todos os brasileiros devido a uma longa história que começa com o desapreço dos colonizadores para com a leitura e a escrita a ser dada aos habitantes desse país. Tem a ver, também, distribuir suas riquezas de modo que todos possam ter acesso aos bens sociais e necessário a uma participação política consciente, bem como um determinado topo de escola que ainda não conseguiu entender os deficientes perfis de alunos. Cury (2005, p. 41)

Atualmente, num contexto de extrema velocidade de produção de novos conhecimentos e difusão dos mesmos, ser analfabeto significa permanecer excluído de um direito legítimo de participação em todos os âmbitos da sociedade.

Por intermediário de um trabalho comprometido com a valorização e o comprimento das confianças e a autonomia, próprias de uma educação inclusiva, contribuindo para a construção de uma sociedade igualitária, e, também, para o pagamento da grande divida social brasileira no que se refere ao processo histórico já citado de exclusão educacional.

FACILIDADE E DIFICULDADES DA PESQUISA

Durante o trabalho, fatores favores e desfavoráveis foram surgindo durante o desenvolvimento da pesquisa.

Nas atividades desenvolvidas em sala de aula observamos que a linguagem foi o mecanismo fundamental de comunicação e de inserção prática nas atividades comunicativas humanas.

O aluno jovem e adultos vem à escola com o domínio da linguagem, pois