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Ed. Ambiental

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Por:   •  26/10/2014  •  2.660 Palavras (11 Páginas)  •  288 Visualizações

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PERSPECTIVAS E LIMITAÇÕES

Profa. Dra. Paulina Barbosa

Depto. de Biologia Geral (ICB-UFMG)

HISTÓRICO

As questões ambientais começaram a se apresentar pelos idos de 60-70 com manifestações contra a contaminação do ar em Londres e Nova York, intoxicação por mercúrio no episódio de Minamata, morte de pássaros e redução da vida aquática por contaminação por DDT e outros pesticidas. Estes acontecimentos tiveram ampla divulgação e apontavam para a irracionalidade do modelo de desenvolvimento capitalista, fazendo com que os países desenvolvidos temessem que a contaminação já estivesse pondo em risco o futuro do homem.. Em 1962 Rachel Carson publica o livro Primavera Silenciosa que enfoca a questão da perda da qualidade ambiental em várias partes do mundo, a extinção de espécies por destruição e/ou contaminação do habitat, e a exploração predatória dos recursos naturais. A preocupação com a forma de utilização, e conservação destes recursos se intensifica após o alerta lançado pelo livro.

Vários movimentos ambientalistas surgem, com uma preocupação inicial de proteção de determinados recursos naturais, contra a exploração abusiva e destruidora, mas embasados principalmente nos aspectos éticos ou estéticos. O desenvolvimento do conhecimento científico apontava no entanto, para a emergente globalização dos problemas ambientais. Os movimentos ambientalistas passam a dar maior enfoque à violação dos princípios ecológicos, que colocavam em jogo a possibilidade de sobrevivência a longo prazo de toda a humanidade.

Envolvidos por este cenário, cientistas dos países desenvolvidos se reúnem em Roma (1968) tendo como pauta a discussão do consumo e as reservas de recursos naturais não renováveis, e o crescimento populacional até meados do séc. XXI. O "Clube de Roma", como ficaram conhecidos, conclui sobre a necessidade urgente de buscar meios para a conservação dos recursos naturais, controlar o crescimento da população, e investir numa mudança radical na mentalidade de consumo e procriação. Pela primeira vez a problemática ambiental é colocada a nível mundial.

Como conseqüência desta reunião, a ONU organiza em Estocolmo (1972) a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente, que reconhece a necessidade de envolver o cidadão na solução dos problemas ambientais e estabelece uma série de princípios norteadores para um programa internacional. A Educação Ambiental passa a ser vista como elemento auxiliar no combate da crise ambiental. A UNESCO (órgão da ONU) responsável pela divulgação e realização desta nova perspectiva educativa, realiza vários seminários regionais em todos os continentes, procurando estabelecer os fundamentos filosóficos e pedagógicos da Educação Ambiental. O principal objetivo da Educ. Ambiental é a proteção do ambiente.

Em 1975 realiza-se em Belgrado a primeira reunião de especialistas em educação e áreas afins (Encontro Internacional de Educação Ambiental), para definir os objetivos, conteúdos e métodos, e orientação para um Programa Internacional de Educação Ambiental. É formulada a Carta de Belgrado que alerta sobre as conseqüências do crescimento tecnológico e econômico sem limites. A Educação Ambiental é citada como um dos meios de se combater com maior eficiência e velocidade a crise ambiental do mundo. Em 1977 realiza-se em Tbilisi (Georgia - antiga URSS) o Primeiro Congresso Internacional de Educação Ambiental onde foram apresentados os primeiros trabalhos, ainda propostas dos governos. Foram definidos os objetivos e estratégias a nível nacional e internacional. e acrescentados aos princípios básicos da Carta de Belgrado, que a E. A. deve ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais e desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para a resolução dos problemas, utilizar diferentes ambientes e métodos educativos para a aquisição de conhecimentos, sem esquecer a necessidade de realização de atividades práticas e valorização das experiências pessoais. Maior importância é dada às relações natureza-sociedade, originando mais tarde a vertente sócio-ambiental da Educação Ambiental. Em 1987 realiza-se em Moscou o 2o Congresso Internacional sobre a Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente onde é colocada a necessidade de formação de recursos humanos nas áreas formais e não-formais da E.A., e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino. Em 1984 e 1988 realizam-se Primeiro Encontro Paulista de Educação Ambiental (onde se reúnem pela primeira vez aqueles que praticavam e pesquisavam sobre a Educação Ambiental) e o Primeiro Encontro Nacional de Educação Ambiental.. Em 1992 realiza-se a Conferência Rio-92 enfocando os problemas ambientais globais e o desenvolvimento sustentável. Nesta conferência é produzida a Carta Brasileira de Educação Ambiental elaborada pela Coordenação de Educação Ambiental do MEC, onde é avaliado o processo de Educ. Ambiental no Brasil e se estabelecem as recomendações para a capacitação de recursos humanos. É aprovado no Brasil o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) que prevê ações nos âmbitos de E. A. formal e não formal.. À partir daí, várias organizações estaduais de meio ambiente e ONGs implantam programas de E.A. e os municípios criam as secretarias municipais de meio ambiente, que têm como uma de suas funções, o desenvolvimento de atividades de E.A. AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL ?

Uma das maiores dificuldades tem sido chegar a um consenso quanto a uma definição para Educ. Ambiental. Na Conferência de Tbilisi E. A. foi definida como "uma dimensão que deveria ser dada ao conteúdo e prática educacional, buscando a resolução dos problemas do meio ambiente via enfoques interdisciplinares, e de uma uma ativa e responsável participação de cada indivíduo e da coletividade como um todo". Segundo Reigota (1994) a E.A. "deve ser entendida como educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania social, nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza". Deve portanto incentivar o indivíduo a participar ativamente da resolução dos problemas no seu contexto de realidades específicas. Reigota (1995) reconhece que a E.A. não é necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia, mas trata-se de uma educação que visa não só a utilização racional dos recursos naturais, mas a participação dos cidadãos

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