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Educação Fisica

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Por:   •  30/5/2013  •  2.266 Palavras (10 Páginas)  •  558 Visualizações

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O Contexto da Educação Física Escolar

1.1 Abrindo o Cenário: Algumas Questões da Educação Física na Escola ao Longo do Século XX

Oficialmente a Educação Física chega às escolas brasileiras no século XIX. Com o passar do tempo foram aprimorando, junto com as reformas educacionais ( 1854) dentre elas a ginástica e a dança passam a ser disciplinas obrigatórias na escola, mas com obstáculos a serem enfrentados.

Em 1882 uma nova reforma foi implantada para que as práticas dessas duas atividades físicas ocorressem para ambos os sexos nas escolas. Mas é partir de 1920 que os Estados começam a incluir a Educação Física, com o nome de ginástica.

Na década de 30 novas concepções aparecem visando a higienização e saúde, com isso valorizando o físico e a moral a partir do exercício físico.

Em 1946 na Educação Física os acontecimentos fluem ainda melhor, os educadores da escola nova dando prioridade as crianças e por fim, a educação física é vista e considerada como meio de educação chamada “Educação Integral”.

Aos poucos foram mudando as práticas e posturas entre alunos e professores. Nessa época o governo militar era predominante (tempos de guerra). Passaram acreditar e investir alto no esporte, uma estratégia política no sentido de construir novos pensamentos e objetivos para a cabeça dos jovens, tirando o foco deles que eram: as revoluções estudantis, sócio políticas.

Em 1992 a influência do esporte na Educação Física foi bem aceita e produtiva. Nessa fase o professor é treinador e não mais instrutor. Deixando mais seguro para o desenvolvimento da prática do esporte, sendo criticada em relação a metodologia, pois apresentava pouco conteúdo.

Professores e alunos passaram a ter uma maior necessidade de aprimoramento do esporte passando a valorizar mais a teoria do que o treinamento.

Nos anos 80 a perseguição continua bastante grande principalmente pelos acadêmicos, por outro lado a Educação Física evolui na valorização e conhecimento científico. Dando oportunidade de mestrados em sua área tendo dois valores importantíssimos primeiro diz respeito ao modelo educacional formando homem consciente do tempo que vive. E segundo é seu melhor desempenho produtivo.

1.2 Algumas Abordagens Pedagógicas da Educação Física Escolar

Em oposição ao modelo existente esportivo e biologista, surgem novos movimentos a partir da década de 70. Essas abordagens serão analisadas a seguir.

1.2.1 Abordagem Desenvolvimentista

Nesse período desenvolvimentista no Brasil Tani e Manuel autores, abordaram obras representativas na Educação Física escolares desenvolvimentista. Onde a conscientização é clara e objetiva na certeza de um desenvolvimento fundamental para educação física escolar proporcionando crescimento físico, fisiológico, motor, cognitivo e efetivo social.

É convicto de duas ideias principais, meios e fim da educação física, tendo habilidades motoras um dos conceitos mais importantes. Oferecendo experiências de movimentos advogados no seu nível de crescimento e desenvolvimento.

Desde cedo a criança aprender a se movimentar corretamente alcançando o objetivo de um bom desenvolvimento de coordenação motora valorizando sua locomoção como andar, correr, saltar etc.

Ressaltando a importância do professor em observar sistematicamente atitude e comportamento do aluno. O professor observa os erros gentilmente oferece informação para que não ocorra mais, é importante que o mesmo conheça as etapas das habilidades motoras básica.

Desenvolvimento motor estrutura-se também com o conhecimento de outras áreas como coordenação e suas habilidades oferecendo experiências de movimentos adequadamente ao seu nível de conhecimento e desenvolvimento, para que sejam alcançadas.

Tendo em vista a adequação do conteúdo de suas etapas obedecendo a uma sequencia no modelo de taxionomia para o desenvolvimento motora proposta ampliada por Manuel (1994). A fase dos movimentos fetais, fase dos movimentos espontâneos reflexos, fase dos movimentos rudimentares; fases a serem cumpridas seguindo uma ordem da mais simples a complexa.

Habilidades básicas classificadas: habilidades locomotoras (andar, correr, pular etc.), habilidades manipulativas (arremessar, chutar, rebater, receber), habilidades de estabilização (girar, flexionar, realizar etc.).

Todas elas relacionadas à prática dos esportes, jogo, dança enfim seus diferentes níveis. Sendo colocadas as questões de habilidades entre meninos e meninas exemplo:

- Chutar é mais propício para meninos

- Dançar para meninas, e as culturais do nosso país como futebol. Em cidades do litoral por ser plana facilita a caminhada, pedaladas enfim a importância sócio cultural o desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível de desenvolvimento real que se determina através da solução independente de polemicas.

Manoel (1994) ressalta que o patrimônio cultural deve ser adaptado ao nível e interesse do aluno.

1.2.2– Abordagem Construtivista Interacionista

A proposta Construtivista Interacionista é vista como opção metodológica oposta as linhas anteriores da Educação Física na escola. Ela aborda o aluno respeitando suas experiências anteriores, não só buscando selecionar os alunos mais habilidosos para competir em esporte de alto nível como é a proposta mecanicista.

Ela se baseia nos trabalhos de Jean Piaget, possibilitando uma integração com a proposta pedagógica ampla e integrada com a Educação Física.

A proposta construtivista busca valorizar as experiências do aluno, sua cultura é uma alternativa aos métodos diretivos. O aluno constrói seu conhecimento a partir da interação com o meio resolvendo problemas através de jogos e brincadeiras, assimilando conceitos de forma lúdica e prazerosa.

1.2.3- Abordagem Crítico Superadora

A Educação Crítico superadora utiliza o discurso da justiça social como ponto de apoio. É baseada no marxismo e neomarxismo tendo recebido na Educação Física grande influência dos educadores José Libâneo e Dermerval Saviani.

O trabalho mais marcante foi publicado em 1992 no livro “Metodologia do Ensino de Educação Física”, por um coletivo de autores.

Sua pedagogia leva em consideração questões de poder, interesse, esforço e construção. Acredita-se a pedagogia mais apropriada deve envolver não só questões de como ensinar, mas também como adquirimos esse conhecimento valorizando contextualização dos fatos e do resgate histórico. Possui características específicas, é diagnóstica porque pretende ler os dados da realidade, interpretá-los e emitir um juízo de valor, julga os elementos da sociedade, através de uma determinada classe social.

Também é político, porque encaminha propostas em determinada direção que possibilita a reflexão sob a ação dos homens na realidade. Quanto às aulas de Educação Física os adeptos propõe que se considere a relevância social dos conteúdos, na contemporaneidade e sua adequação as características sócio-cognitivas dos alunos.

A Educação Física é entendida como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominada cultura corporal, que tem como temas o jogo, ginástica, e esporte. No contexto escolar a avaliação em Educação Física é duramente criticada porque vem estimulando uma prática discriminatória dos interesses da classe trabalhadora. É um processo que seleciona os alunos para competições e apresentações.

1.2.4– Abordagem Sistêmica

Outra concepção de Educação Física escolar que vem sendo elaborada por Betti é uma abordagem sistêmica. Ele considera a teoria de sistemas, como um instrumento conceitual e um modo de pensar a questão do currículo de Educação Física.

O autor ressalta que a função da educação física na escola não está restrita ao ensino de habilidades motoras. Os conteúdos oferecidos na escola devem integrar e introduzir o aluno na cultura corporal, movimento que não difere o jogo, o esporte, a dança e a ginástica.

O princípio mais importante é o da não exclusão segundo o qual nenhuma atividade pode excluir qualquer aluno das aulas de Educação Física. Com isso tenta garantir o acesso de todos os alunos nas aulas de Educação Física.

Outro princípio é o da diversidade que propõe que a educação física na escola proporcione atividades diferenciadas e não privilegie apenas uma modalidade, por exemplo, futebol ou basquete.

Garantir a diversidade é proporcionar vivências nas atividades rítmicas e expressivas vinculadas a dança e ginástica. A aprendizagem de conteúdos diversos está vinculada ao tempo livre de lazer, buscando alcançar a cidadania.

1.3 – Uma Complementação às Abordagens Pedagógicas da Educação Física na Escola

Após a análise e comparação de concursos públicos para ingresso do professor na Educação Física na rede Estadual de São de Paulo. É possível verificar novas formas de organização do pensamento pedagógico na Educação Física escolar. Por esse motivo inclui outras abordagens a serem discutidas.

É importante analisar os pressupostos pedagógicos em que os professores de Educação de Física tem norteado seu ensino, geralmente não há só uma perspectiva pedagógica, mas a mistura de várias linhas pedagógicas. O professor apoia-se numa determinada concepção de aluno e ensino, construindo seu papel, o do aluno em função da escola e conteúdos a sem trabalhados.

1.3.1 – Abordagem da Psicomotricidade

A psicomotricidade é o primeiro movimento articulado que surge a partir de década de 70 em oposição aos modelos anteriores. Nele a Educação Física está envolvida no que diz respeito ao desenvolvimento da criança, como ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, visando garantir sua formação integral (Soares, 1996). Essa fase inaugura uma nova concepção o professor de Educação Física agora não leva só em conta limites biológico e rendimento corporal, passa incluir e a valorizar o conhecimento de origem

A psicomotricidade foi e é indicada não só na área de Educação Física, mas também para outros profissionais que trabalham junto com as crianças (psicólogos orientadores educacionais…).

Na área de Educação Física podem obervar a psicomotricidade como disciplina de cursos superiores, utilizando-a como referência na prática escolar. Tem sido marcada pelo termo “psico” entre os professores de Educação Física alertando-os para sua função.

Psicomotricidade defende uma ação educativa que deve ocorrer a partir dos movimentos espontâneos da criança e atividades corporais, favorecendo o corpo, núcleo central da personalidade.

Na opinião do autor a educação psicomotora é a formação básica indispensável a toda a criança normal ou com problemas, responde a duas finalidades: assegurar o desenvolvimento funcional e o equilíbrio através do contato com meio ambiente.

No discurso da psicomotricidade na Educação Física o professor deve se sentir com responsabilidades escolares e pedagógicas e não mais como esportista.

1.3.2 – Abordagem Crítico Emancipa tória

A partir da década de 80 surgem os primeiros pressupostos num referencial crítico de tendência marxista.

Essa abordagem passa a criticar o caráter alienante da Educação Física na escola, propondo um modelo de superação das contradições sociais, econômicas e políticas tendo em vista superação das desigualdades sociais.

Para o autor o ensino na concepção critico emancipa tória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões, interesses e desejos criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir do conhecimento. Dessa forma o ensino escolar baseia-se numa concepção crítica.

O autor contesta também na perspectiva critico superadora a utilização da expressão cultura corporal na definição de uma área de conhecimentos específicos da Educação Física. Ele entende que o Coletivo de Autores estaria reforçando o dualismo de corpo e mente.

Do ponto de vista das orientações didáticas o papel do professor na concepção critico emancipa tória confronta o aluno com a realidade do ensino. Através da manifestação pela linguagem e apresentações cênicas os que aprenderam, com isso aprendem o significado cultural da aprendizagem.

1.3.2 -Abordagem Cultural

A abordagem cultural foi sugerida por Daólio (1993) em critica a perspectiva biológica que ainda domina a Educação Física.

Com enfoque antropológico busca justificar que cada grupo, sociedade tem seus próprios padrões, não existe o certo ou errado e sim diferenças. O autor sugere para o ponto de partida da Educação Física o repertório corporal que o aluno traz quando chega a escola, uma vez que toda técnica corporal é uma técnica cultural não existe técnica melhor ou mais correta.

Desse ponto vista a Educação Física na escola não considera o mais forte, rápido, inteligente e sim que há diferenças, que não devem ser encaradas como inferioridade.

1.3.3 - Abordagem dos Jogos Cooperativos

Essa perspectiva para a Educação Física está apoiada na valorização da cooperação em oposição à competição. Brotto sugere os jogos cooperativos, como transformação que dão prazer, é divertida ao contrário dos jogos competitivos que há sempre derrota e exclusão por falta de habilidades.

Para Brown a partir dos jogos cooperativos é possível construir uma sociedade mais solidária e justa. Apesar da proposta, ser interessante ainda não há nenhum modelo voltado para cooperação.

1.3.4 - Abordagem da Saúde Renovada

Nessa abordagem a Educação Física é vista como meio de promoção da saúde na escola, tentando levantar alternativas que possam reverter o alto índice de distúrbios orgânicos associados a falta de atividade física. Os autores baseados em trabalhos americanos entendem que a prática da atividade física na infância e adolescência é importante no desenvolvimento de atitudes, habilidade e hábitos que podem auxiliar num estilo de vida saudável na vida adulta.

A proposta de saúde renovada sugere que o objetivo da Educação Física é ensinar conceitos básicos em relação atividade físicos, aptidão física e saúde, procurando atender os que mais precisam como os sedentários, obesos, de baixa aptidão física e portadores de deficiência.

As adoções de estratégias de ensino abordam não só aspectos práticos, mas teóricos que proporcionem informações aos alunos, para que possam tomar decisões a seguirem hábitos saudáveis e atividade física por toda a vida.

1.3.5 - Abordagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais

De acordo com os PCNs a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos que sejam capazes de participar de atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade, adotando hábitos saudáveis e relacionando os com sua saúde e melhoria da saúde coletiva, beleza e desempenho que nos existem diferentes grupos, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais e de lazer.

Três princípios são propostos: inclusão, dimensões de conteúdos e os temas transversais. A inclusão que nenhum aluno seja discriminado. Articulação entre fazer e porque está fazendo relacionando com as dimensões de conteúdo, integrando o cidadão na cultura corporal através do que denominam temas transversais.

1.4 - Considerações Finais sobre as abordagens

Essas abordagens vista tem em comum a tentativa de romper o modelo anterior. Elas abordam pontos de vistas diferentes, mas mesmo assim ainda há práticas vinculadas ao modelo esportivo ou recreacionista. A introdução dessas abordagens na Educação Física propôs uma ampliação da área, revendo seus parâmetros iniciais, aluno não é mais visto só como um possível atleta, mas como um indivíduo em todas as suas dimensões ( sociais, psicológicas, biológicas, culturais..).

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