Educação PCN

Resenha crítico-informativa dos PCNs de Ensino Fundamental – Língua Estrangeira.

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 120 p.

1. Parâmetros curriculares nacionais. 2. Ensino de quinta a oitava séries: língua estrangeira.

Resumo: Parar para refletir sobre os PCNS do terceiro e quarto ciclo do Ensino fundamental, faz parte que qualquer pessoa que está ingressando na função de professor ou que nela já esteja, é uma ferramenta relevante na prática docente, qual deveria ser estudado por professores e pela comunidade escolar, pois seu referencial teórico é importante para a formação do professor e para uma prática pedagógica de qualidade. Assim como, a teoria nem sempre se aplica a prática, há ponderações a fazer a respeito de algumas propostas.

O PCN seja para o EF ou EM, não foi elaborado para ser visto como um instrumento de regras a serem seguidas a rigor, mas sim como instrumento norteador, apoio e de discussão quanto ao desenvolvimento dos projetos educacionais dentro das escolas com gestores e professores e da sociedade em geral.“(...)Esperamos que os Parâmetros sirvam de apoio às discussões e ao desenvolvimento do projeto educativo de sua escola, à reflexão sobre a prática pedagógica, ao planejamento de suas aulas, à análise e seleção de materiais didáticos e de recursos tecnológicos ”(PCN EF,1999,p.5). Para os professores, os PCNs podem fundamentar e orientar sua prática, seus planos de concretização curricular, seus projetos, planos das disciplinas e das aulas e o ensino na sala de aula. O docente adéqua as orientações políticas governamentais e ideológicas na forma de ensino.

O conceito de linguagem que aborda o PCN EF é de natureza sociointeracional “(...)A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a auto percepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar- se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social.” (PCN EF,1999, p.15). A partir do momento em que o aluno se sente parte integral de uma sociedade em constante mudanças, em poder acompanhar e participar destas mudanças, este será ativo socialmente e também um cidadão pleno. Então, não há como ir em discordância da justificativa social para a inclusão de Língua Estrangeira no ensino fundamental argumentada no PCN. O documento em questão, não produz formulas, mas a efetivação desta concepção sociointeracional da aprendizagem se dá através interação com os colegas, professores e outros membros da comunidade, o aluno não pode ser visto com um agente passivo, mas sim ser encorajado a desenvolver uma postura autônoma, estimulando o a buscar novas oportunidades de uso do idioma fora da sala de aula.

O PCN deixa claro que é necessário observar alguns fatores para que se escolha uma língua estrangeira à ser inserida no currículo, tais como fatores históricos; fatores relativos às comunidades locais e fatores relativos à tradição. Neste aspecto tenho algumas considerações a fazer; se a Língua Inglesa é difundida como uma língua mundialmente falada e utilizada industrialmente, então porque escolher o Alemão na região sul, por exemplo, já que todos os fatores desta região levaria à esta escolha. A Língua inglesa é uma língua internacional, é a língua oficial ou semioficial em mais de setenta países, e falado por milhões de pessoas como primeira língua, Apesar do Brasil não ter ao seu redor países vizinhos falantes do inglês, não deixamos de sofrer influencias desta língua trazida pelos filmes, televisão, internet, e estrangeirismos presente cada vez mais em nosso meio, então o inglês é uma porta de comunicação entre todos os povos.

A relação entre língua estrangeira e língua materna na aprendizagem que tem como linhas gerais: “(...)aumentar o conhecimento sobre linguagem que o aluno construiu sobre sua língua materna, por meio de comparações com a língua estrangeira em vários níveis; possibilitar que o aluno, ao se envolver nos processos de construir significados nessa língua, se constitua em um ser discursivo no uso de uma língua estrangeira.” (PCN EF,1999, p.28,29). Se excluirmos o uso da língua materna nas atividade didáticas utilizadas nas aulas de LE, estaríamos ignorando uma importante ferramenta de comparação e de aprendizado dos alunos, inclusos nos conhecimentos sistêmicos, do mundo e da organização textual, conhecimentos de grande relevância para a construção dos significados de uma LE; contudo o uso da língua materna deve ser consciente, limitado a algumas atividades e deve ser reduzido gradualmente para que os alunos tornem-se aos poucos, menos dependentes do apoio da língua materna.

(...) construir conhecimento sistêmico, sobre a organização textual e sobre como e quando utilizar a linguagem nas situações de comunicação, tendo como base os conhecimentos da língua materna; (...) PCN EF, 1998, p.67

“(...)A Língua Estrangeira no ensino fundamental tem um valioso papel construtivo como parte integrante da educação formal. Envolve um complexo processo de reflexão sobre a realidade social, política e econômica, com valor intrínseco importante no processo de capacitação que leva à libertação. Em outras palavras, Língua Estrangeira no ensino fundamental é parte da construção da cidadania.” (PCN EF, 1998, p.41). O ensino de língua inglesa compreende, portanto, um processo educacional mais amplo, que deve possibilitar a expansão dos conhecimentos de mundo do aluno, sem desrespeitar a individualidade de cada um. Saber utilizar de maneira correta outra língua possibilita o acesso a novas tecnologias e a diferentes meios de comunicação, que podem auxiliar no aprendizado de diversas áreas do conhecimento, e desta maneira, o aluno terá condições de compreender melhor a sociedade em que vive e a importâncias dos valores culturais que a compõe. Por meio da linguagem, seja ela verbal e não verbal, podemos transmitir e adquirir conhecimentos, e desta maneira, agirmos autonomamente em nossa sociedade.

O PCN descreve qual o olhar que o professor deve ter com relação ao aluno, para que ocorra uma interação em todos os aspectos na construção do conhecimento.

Quanto a proposta, do documento em questão, de interação e configuração espacial em sala de aula, “(...) É útil pensar na organização espacial da sala de aula de outras formas que facilitem a força catalisadora do discurso na construção da