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Efetividade De Um Programa De Exercícios No Condicionamento Físico De Pacientes Hipertensos

Artigo: Efetividade De Um Programa De Exercícios No Condicionamento Físico De Pacientes Hipertensos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/10/2014  •  5.624 Palavras (23 Páginas)  •  496 Visualizações

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Efetividade de um programa de exercícios no condicionamento físico, perfil metabólico e pressão arterial de pacientes hipertensos Henrique L. Monteiro, PhD1, Lívia M.C. Rolim1, Daniela A. Squinca1, Fernando C. Silva1, Carla C.C. Ticianeli, MD2 e Sandra L. Amaral, PhD1

ARTIGO ORIGINAL

Palavras-chave: Pressão arterial. Treinamento físico. Perfil lipídico. Keywords: Arterial pressure. Exercise training. Lipid profile.

of the present study was to set up an individualized physical fit- ness program – Projeto Hipertensão – focused on hypertensive people, patients from a Health Basic Unit (HBU) and, after that, to investigate the effects of this program on physical fitness, meta- bolic profile and pressure levels. Methods: Sixteen hypertensive women (56 ± 3yrs) under regular pharmacological treatment un- derwent 4 months of a supervised aerobic and stretching exer- cise program (3 sessions/wk, 90 min/session, 60% of V O2 max). Several physical and metabolic variables were compared before and after 4 months of training. Results: Training significantly re- duced systolic arterial pressure (SAP, –6%), improved cardiorespi- ratory fitness (+42% of V O2 max), flexibility (+11%) and plasma glucose content (–4%). BMI and % fat did not change. Besides modifying metabolic profile, it was found that training presented significant correlations between individual initial values of choles- terol total level (CT), high density lipoprotein (HDL-C) and low den- sity lipoprotein (LDL-C) and its responses after exercise. Conclu- sions: The study shows that exercise programs can be personalized for hypertensive patients from a HBU and confirms the effective- ness of exercise on AP, physical fitness, flexibility and lipid profile on hypertensive patients. The expressive reduction of AP in hy- pertensive subjects suggests that this exercise intervention should be emphasized on other health centers which assist low-income population.

INTRODUÇÃO A pressão arterial alta (PA) é um fator de risco poderoso, inde- pendente e o mais importante para doenças cardiovasculares (DCV), além disso, se tornou a maior doença endêmica mundial(1- 4). Segundo o 7o Comitê Nacional em Prevenção, Detecção, Ava- liação e Tratamento da Pressão Arterial Alta(4), indivíduos com PA sistólica (PAS) de 120 a 139mmHg ou PA diastólica (PAD) de 80 a 89mmHg devem ser identificados como pré-hipertensos e reque- rem modificações que promovam saúde no estilo de vida para prevenir a progressão para hipertensão e DCV(4). Quando não tra- tada, a hipertensão pode causar sérios problemas como doença coronária, enfarte, doença congestiva do coração, doença renal, doença vascular periférica e doenças cerebrais, contribuindo as- sim para o aumento da taxa de morbidade e mortalidade no mun- do inteiro(1). Aproximadamente 20-30% dos brasileiros têm PA acima do nível recomendado(5), e suas conseqüências são respon- sáveis por 40% das aposentadorias precoces(6). Por esta razão, modificações no estilo de vida, incluindo alimentação e exercício físico, são as primeiras linhas de intervenção para o controle de PA alta, mesmo quando terapia medicamentosa é implementada.

RESUMO Histórico e objetivo: Tem sido mostrado que exercícios aeró- bios são úteis na redução da pressão arterial. Contudo, a efetivi- dade de um programa de exercícios ainda é controversa e não foi bem analisada em populações de baixa renda. O objetivo do pre- sente estudo foi estabelecer um programa de condicionamento físico individualizado – Projeto Hipertensão – focado em pessoas hipertensas, pacientes da Unidade Básica de Saúde (UBS) e, logo após, investigar os efeitos deste programa no condicionamento físico, perfil metabólico e níveis de pressão. Métodos: Dezesseis mulheres hipertensas (56 ± 3 anos) sob tratamento farmacológico regular foram submetidas a 4 meses de um programa de exercí- cios aeróbios e de alongamento (3 sessões/semana, 90 min/ses- são, 60% de VO2max.) Diversas variáveis físicas e metabólicas foram comparadas antes e depois de 4 meses de treinamento. Resultados: O treinamento diminuiu significativamente a pres- são arterial sistólica (PAS, –6%); melhorou o condicionamento car- diorrespiratório (+42% do VO2max), flexibilidade (+11%) e con- teúdo de glicose plasmática (–4%). IMC e % de gordura não tiveram modificação. Além de modificar o perfil metabólico, observou-se que o treinamento apresentou correlações significativas entre os valores iniciais individuais de nível de colesterol total (CT), lipopro- teína de alta densidade (HDL-C) e lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e suas respostas após exercício. Conclusões: O estudo mostra que programas de exercício podem ser personalizados para pacientes hipertensos da UBS e confirma a efetividade do exercí- cio na PA, condicionamento físico, flexibilidade e perfil lipídico em pacientes hipertensos. A redução expressiva de PA em sujeitos hipertensos sugere que esta intervenção de exercícios deve ser enfatizada em outros centros que assistam populações de baixa renda.

ABSTRACT Exercise program effectiveness on physical fitness, metabolic profile and blood pressure of hypertensive patients Background and objective: It has been shown that aerobic exercise is useful to reduce arterial pressure, however, the effec- tiveness of an exercise program is still controversial and not very well analyzed among populations with low-income. The objective

108 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 2 – Mar/Abr, 2007

Estudos epidemiológicos têm mostrado uma correlação negati- va entre atividade física e hipertensão, significando que pessoas ativas têm menos chances de se tornarem hipertensas. De acor- do com tal tese, Church et al. (7) analisando os resultados de 22.167 homens num acompanhamento de 23 anos, demonstraram que a taxa de mortalidade era maior entre aqueles com menor capacida- de física. Mais recentemente, Mokdad et al. (8) demonstraram que alimentação ruim e inatividade física eram responsáveis por 16,6% dos casos atuais de morte nos Estados Unidos, atingindo aproxi- madamente cerca de 15.000 mortes/ano. No Brasil, os números não são diferentes: o Sistema Nacional de Saúde, entre os anos de 2000-2001, mostrou que das 1.800.155 internações hospitala- res por DCV, 14,95% eram decorrentes de hipertensão. Para ou- tras causas de internações hospitalares, 80% eram relacionadas a níveis altos de pressão arterial. Alta morbidade, mortalidade e cus- tos elevados associados à drogas, patologia, radiologia e compli- cações devido a enfartes, doença coronária, doença renal, falha cardíaca e doença renal em estágio final, fazem da hipertensão um importante fator de risco médico modificável. Aproximadamen-

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