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Por:   •  1/11/2013  •  Seminário  •  432 Palavras (2 Páginas)  •  185 Visualizações

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O Globo nem mesmo se dá ao trabalho de dissimular sua posição: abre a página

explorando contradições entre integrantes do governo sobre o salário que os médicos

cubanos irão efetivamente receber. No quadro em que o jornal costuma emitir sua

opinião, fica claro que seus editores se alinham com o viés mais reacionário das

entidades médicas: o texto afirma que “como existe um eixo Havana-Brasília,

assentado em simpatias ideológicas, é preciso atenção redobrada na qualidade da

prestação de serviço dos companheiros cubanos”.

Assim, em linguagem quase chula, o jornal carioca apoia a ideia de que os médicos

cubanos estão sendo trazidos para fazer “pregação comunista”, como entende o

presidente do Conselho Federal de Medicina.

A Folha de S. Paulo se destaca por abrir um pouco mais o leque de alternativas do

leitor, informando na reportagem principal que o Ministério Público do Trabalho vai

investigar as condições da contratação de médicos cubanos. Em outra página,

também com destaque, publica a posição do governo brasileiro, manifestada pelo

secretário nacional de Vigilância Sanitária e pelo ministro das Relações Exteriores. Há

também um perfil dos médicos cubanos que já atuam no Brasil, material acompanhado

por um infográfico que mostra a distribuição desses profissionais em todos os estados.

Mas o diferencial da Folha é uma análise produzida pelo jornalista Marcelo Leite (ver

aqui), na qual ele observa que Cuba forma milhares de médicos por mês, “como

produto de exportação”. O autor explica que o governo cubano montou uma

verdadeira indústria de profissionais de saúde, a maioria deles com especialização em

medicina preventiva. Esse seria o segredo principal das realizações do regime cubano

na área da saúde, como uma taxa de mortalidade infantil inferior à dos Estados

Unidos. A ilha comandada pelos irmãos Castro desde 1959 produziu a partir de então

124.789 médicos e se destaca pela prevenção de doenças, diz o articulista.

Esse é o ponto central da polêmica: ao trazer 4 mil médicos de Cuba, o governo

brasileiro está sinalizando que sua estratégia para suprir as deficiência da saúde nos

lugares mais pobres vai se basear no atendimento preventivo, que reduz

sensivelmente os custos do sistema e diminui a dependência em relação às empresas

do setor

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