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Espécies Nativas Na Piscicultura Brasileira

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Por:   •  24/1/2015  •  6.119 Palavras (25 Páginas)  •  294 Visualizações

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CURSO DE AQUACULTURA

AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL, SOCIALMENTE JUSTA E ECONOMICAMENTE VIÁVEL

DISCIPLINA: ATIVIDADES INTEGRATIVAS I

TRABALHO INTEGRADOR – ESPÉCIES NATIVAS NA PSICULTURA BRASILEIRA

Abordagem integrativa dos temas “Pesca e aquicultura no Brasil”, “Transposição do Rio São Francisco” e “Muitas espécies, pouco foco” apresentados nesta mesma disciplina do curso de aquacultura da UFMG, durante o segundo semestre de 2014.

ALUNO: José Antônio da Conceição

Outubro de 2014

ESPÉCIES NATIVAS NA PISCICULTURA BRASILEIRA

INTRODUÇÃO

Falar das espécies nativas na piscicultura brasileira assemelha-se com a tentativa de estudar, relatar e provar a existência de água líquida no único satélite natural do terceiro planeta. Algo que possa ser definido como absolutamente escasso pode induzir o ser humano ao erro de considerá-lo inexistente ou quase inexistente e, em consequência, afirmar que aquela coisa ou objeto não existe. Paralelamente é necessário observar que expressiva maioria das informações e dados com os quais lidamos neste princípio de século, exigiram muito estudo e pesquisa antes de ficarem visíveis nas páginas dos livros didáticos e integrarem os currículos das diversas disciplinas, ou serem disponibilizados nos espaços outros que também armazenam o conhecimento humano construído até então.

Diante disso, aquele que afirmar que não existem espécies nativas sendo cultivadas na piscicultura brasileira pode estar mentindo ou relatando a mais pura verdade, tudo depende do nível de conhecimento de quem fizer tal afirmação, do contexto em que a afirmação for proferida, das referências apresentadas, dos fatos comprobatórios que ancorem e confirmem a estabilidade e a confiabilidade da afirmação.

A carne do peixe é consumida pelo ser humano desde eras remotas. Na bíblia hebraica encontramos relatos deste consumo e do ofício do pescador, aquele que buscava nas águas um dos componentes que integrava a alimentação da população. O piscicultor, antigamente apenas “criador de peixes” e também o pescador são citados em vários escritos antigos.

A Ilíada e a Odisseia de Homero, escritas aproximadamente em 750 – 725 ac. são as primeiras obras literárias surgidas no continente europeu. Na Odisseia encontra-se este trecho citando “pescadores”:

“... Enquanto tomavam a refeição na sala, a Fama, rápida mensageira, correndo pela cidade, divulgou a morte dos pretendentes e seu honroso destino. Os cidadãos, ao ouvirem tal nova, acorrendo de todos os lados, se congregaram, gemendo e gritando, em frente ao palácio de Ulisses. Uns levavam os cadáveres de seus mortos para os enterrarem; quanto aos mortos de outras cidades, colocaram-nos em ligeiras naus e encarregaram pescadores que os transportassem, a cada um deles, para a terra de sua naturalidade.” [1]

(GRIFO E SUBLINHADO NÃO PERTENCEM AO TEXTO ORIGINAL)

Em Georg Fohrer [2] quando ele fala da atuação dos profetas no antigo oriente médio e no antigo Israel, encontramos o seguinte trecho:

"Fala ao meu senhor: Assim diz o teu servo Itur-asdu: no dia em que enviei esta minha carta ao meu senhor, Malik-dagan, um homem de Sakka veio a mim e contou-me o seguinte: "Em meu sonho, eu e um homem do distrito de Sagaratum, na região alta, o qual estava comigo, desejávamos ir a Mari. Em minha visão, fui para Targa e imediatamente entrei no templo de Dragan e prostei-me diante de Dragan. Quando estava de joelhos, Dragan abriu a boca e falou-me como segue: "Têm os xeques (reis)...

... "Manda-me teus emissários e dá-me um relato completo. Então prenderei os xeques dos benjaminitas numa armadilha de peixe e os colocarei diante de ti". Foi isso que o homem viu em seu sonho e me contou". [2]

(GRIFO E SUBLINHADO NÃO PERTENCEM AO TEXTO ORIGINAL)

Se pescadores e peixes são citados em escritos tão antigos, pode-se inferir que a presença do peixe na alimentação do ser humano seja muito mais antiga. Provavelmente este hábito alimentar teve início em tempos impossíveis de serem datados com precisão.

O peixe-panga (Pangasius bocourti e Pangasius hypophthalmus) é cultivado em lagoas ao longo do rio Mekong, no sudeste asiático com água do próprio rio, há mais de 1000 anos. O Pangasius hypophthalmus, atualmente criado por piscicultores, é exportado pelo Vietnã para diversos países do mundo.

A dependência que o ser humano sempre teve dos recursos hídricos, norteou suas viagens exploratórias em terra firme e definiu os lugares onde o homem primevo resolveu se fixar e construir suas vilas, povoados e cidades fortificadas. Margens de rios, lagos e proximidades das nascentes sempre foram sítios escolhidos como um bom local para se fixar, morar, plantar e colher, caçar e criar pequenos ou grandes animais.

BREVE HISTÓRICO DA PISCICULTURA

A piscicultura, enquanto atividade humana exercida no sentido de criar peixes em cativeiro é atividade muito antiga. Era praticada em nações do oriente desde eras muito remotas. Relativamente recente é a mesma atividade, conduzida dentro de processos de racionalização capitalista, com o objetivo de suprir a oferta de proteína animal na alimentação humana a custos compatíveis. Esta necessidade surgiu no momento em que as instituições nacionais e internacionais que cuidam da segurança alimentar do planeta perceberam a baixa dos estoques naturais de pescado nos rios, lagos e mares, devido à atuação agressiva da pesca extrativista e também por causa da poluição lançada nos corpos d’água pela atividade antrópica, inibindo a procriação das espécies e a reposição dos estoques na natureza.

O homem moderno, principalmente após a revolução industrial, ampliou a mineração, aumentou o uso de combustíveis fósseis, abriu fronteiras agrícolas provocando desmatamento de áreas de cerrado, pampas e florestas, aumentou a frota marítima movida a petróleo, fabricou agroquímicos e defensivos agrícolas, construiu barragens para gerar energia elétrica, lançou toneladas de poluentes e metais pesados nos corpos d’água. Toda esta atividade antrópica causou e ainda causa sérios danos ao meio ambiente. Esta atividade excessivamente baseada

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