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Estação Ecológica de Taimsk

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Por:   •  26/3/2014  •  Artigo  •  3.824 Palavras (16 Páginas)  •  200 Visualizações

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Estação Ecológica do Taim

TAIM | LAGOA DO PEIXE | ARACURI | TURVO | APARADOS | ESPINILHO | MATA ATLÂNTICA

A vida no paraíso

Escuta-se o grito ao longe: é alto e estridente. O do macho corresponde mais ou menos a tahã, enquanto o da fêmea é mais compreensível -- tahim, tahim.

Tachã, é a sua denominação geral. Embora alguns digam que os primeiros exemplares migraram do Uruguai, esta teoria não tem unanimidade. Essa ave, pouco maior que uma galinha, mas imponente e arisca, é da própria região. Dos banhados do Taim, cuja denominação teria se originado do grito da fêmea.

A outra versão para a origem do nome desses banhados vincula-se a seus antigos ocupantes, os índios. Contam as lendas que havia uma deusa, de nome Itaí, que, popularizado, terminou se transformando em Taim.

Embora esse sempre tenha sido um vazio econômico, a sua história é rica.

Quando as coroas portuguesa e espanhola disputavam o sul do atual Brasil, essa era a Terra de Ninguém, que não pertencia nem a uma e nem a outra coroa, até porque, toda em banhados, não despertava maior interesse econômico.

Mas foi naquelas imediações que se travaram sangrentos combates, inclusive envolvendo os índios guaranis das reduções jesuíticas do noroeste do atual Rio Grande do Sul, que reconquistaram Montevidéu para a coroa espanhola, no século XVIII.

Mais tarde, por tratar-se de uma área isolada, mafiosos italianos refugiaram-se em suas terras, em busca de proteção, chegando a construir uma sede social em Santa Vitória do Palmar, que ainda existe e está sob os cuidados do Consulado da Itália em Porto Alegre.

Ocupação econômica

A ocupação dessas terras que se deu após tantos conflitos, chegou aos tempos atuais na forma de grandes fazendas de produção de arroz, para aproveitamento das águas das lagoas da faixa costeira, e de criação extensiva de gado.

Mas a partir de todos os meses de agosto, até o fim do verão, a monotonia dos campos sempre foi quebrada pela presença de lindas aves, que percorrem milhares de quilômetros para alcançar a região, onde encontram tranquilidade para procriar e alimentação para enfrentar o período distante dos habitats naturais, onde essa época é muito fria. Por que isso acontece?

Cadeia Alimentar

A Estação Ecológica do Taim é estratégica para o equilibrio ambiental em todo o continente. Os seus banhados são utilizados para alimentação e reprodução de aves tanto do Hemisfério Norte quanto do extremo-sul da América. Veja por que aves de vários pontos do continente procuram o Taim:

O lôdo, limo e algas dos banhados e lagoas, servem de alimentação para um caramujo conhecido como pomácea. Este caramujo, por sua vez, serve de alimento para diversas aves, como o marrecão, que vem, a exemplo do cisne-do-pescoço-preto, dos lagos gelados da Patagônia. E também a alguns mamíferos.

As aves, que também se alimentam de pequenos peixes das lagoas e até dos filhotes de capivaras e ratões do banhado (caso do gavião carcará), servem, por sua vez, de alimento para outros animais, entre os quais o gato palheiro, graxaim, mão-pelada, que disputam o mesmo espectro de animais com outros carnívoros, como o furão, zurrilho, jacaré-do-papo-amarelo, os gaviões cara-cara, chimango do mangue e com o corujão e a coruja branca de igreja, entre outros.

As Aves do Taim

Com seus ecossistemas muito equilibrados, o Taim é, em todo o sul do país, um dos lugares mais importantes para a preservação da flora e da fauna do continente.

Num cadastramento realizado nos anos de 1985 e 1986 pelas Universidades Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Santa Maria e a Fundação Zoobotânica, verificou-se que vivem em seus banhados e campos ao menos 211 aves, das quais 50 migratórias. Dessas, 10 procediam do sul do continente, entre flamingos, marrecas, passarinhos diversos, o gavião cinza e o cisne-do-pescocó-preto.

Do Hemisfério Norte (Canadá e Estados Unidos), procediam 27: falcão peregrino (que percorre longas distâncias pelo mundo afora), diversos maçaricos, gaviões e a marreca colorada, além de tesourinhas e cinco espécies de andorinhas.

Foram encontrados ainda 59 répteis, incluindo jacarés (sendo mais popular o do papo amarelo), cobras, lagartos e minhocões; 26 anfíbios (sapos, rãs, pererecas e outros); 37 mamíferos, como as capivaras ou capinchos, ratões, preás, gambás e outros roedores; e mais 50 variedades de peixes.

história das aves

Coscoroba, Coscoroba

Pouco se conhece sobre a coscoroba, coscoroba, também chamada de capororoca. É, juntamente com o cisne-do-pescoço-preto, um dos cisnes mais bonitos do Taim. Todo branco e com o bico vermelho, também procede dos lagos gelados da Patagônia, mas vem um pouco mais tarde, entre setembro e outubro.

Procria na zona de lagoas e banhados, fazendo os ninhos no alto dos barrancos. De cada ninhada saem três a quatro filhotes, que também são cuidados pelo macho, que imita um bonito costume do pato arminho: voa com eles no dorso, quando sente algum perigo.

Marrecão

O marrecão, que somente procria esporadicamente na região, parece vir ao Brasil para ser caçado. Chega aos milhares e fica de junho a agosto. Circula entre a Patagônia, o Rio Grande do Sul e o Chile.

Come as sobras da colheita de arroz, camarões, peixinhos pequenos e, além da reserva da Estação Ecológica do Taim, se concentra na região do Salso, em Santa Vitória do Palmar, nas proximidades da Lagoa Mirim.

Marreca do Pé Vermelho

A marreca do pé vermelho é do Chile e migra até o Canadá. A viagem de retorno é feita através do Taim, onde chega em outubro, ficando até o fim do verão. Procria nos banhados, em ninhos flutuantes.

Gavião Peregrino

Dentre os gaviões, o peregrino, originário dos Estados Unidos, é o mais famoso. Vive dando voltas pelo mundo. A exemplo dos gaviões do mangue e caramujeiro, vindos da Argentina, procria na estação ecológica. O gavião pombo é do norte do país e passa algum tempo no Taim, sem se saber até o momento com que objetivo.

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