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Fibromialgia: Uma Abordagem Teórica

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Por:   •  17/11/2014  •  9.256 Palavras (38 Páginas)  •  327 Visualizações

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FIBROMIALGIA: UMA ABORDAGEM TEÓRICA

São Paulo

2003

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO

1

2- HISTÓRICO

2

3- EPIDEMIOLOGIA

3

4- PATOGENIA

5

5- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

17

6- DIAGNÓSTICO

17

7- MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS

25

8- TRATAMENTO

28

9- CONCLUSÃO

36

10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

37

1- INTRODUÇÃO

A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica de etiopatogenia desconhecida, que acomete preferencialmente mulheres, sendo caracterizada por queixa dolorosa músculoesquelética difusa e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas (WOLFE et al., 1990; MARTINEZ, 1998).

Outras manifestações, que podem acompanhar o quadro, são fadiga crônica (WOLFE, 1986; MOLDOFSKY et al. 1975; YUNUS et al. 1981), distúrbio do sono, rigidez muscular, parestesias, cefaléia, síndrome do cólon irritável, fenômeno de Raynaud, assim como a presença de alguns distúrbios psicológicos, em especial ansiedade e depressão (WOLFE, 1986; BENGTSSON & HENRIKSSON, 1989).

Trata-se de um problema freqüente na prática clínica, sua prevalência se situa em 2% de todas as pessoas adultas (3.4% das mulheres e 0.5% dos homens), sendo que a prevalência aumenta com a idade. Ocupa 10-20% das consultas de reumatologia e de 5-7% de consultas de atenção primária. É a causa mais freqüente de dor musculoesquelética crônica generalizada.

Apesar de ser uma síndrome dolorosa freqüente e de ter sido descrita há mais de 150 anos, o seu estudo esteve prejudicado, por muito tempo, devido à confusão existente na terminologia e à sobreposição a outras síndromes dolorosas. Apenas nas últimas décadas é que o conceito da fibromialgia tem evoluído e, atualmente, difere da visão que se tinha há 20 - 50 anos (KELLY, 1946; KRAFT, JOHNSON, LA BAN, 1968; REYNOLDS, 1983). Em parte, isto se deve ao esforço para se estabelecer os critérios diagnósticos que definiram melhor esta entidade.

São inegáveis os progressos obtidos, por esta linha de pesquisa, no sentido de se esclarecer os mecanismos envolvidos nas síndromes dolorosas crônicas, assim como aprimorar as técnicas de abordagem dos pacientes. Esses aspectos são reconhecidos inclusive por autores que ainda questionam a existência da fibromialgia, não valorizando seus critérios diagnósticos (BLOCK, 1993).

2- HISTÓRICO

Desde os meados do século XIX já eram reconhecidas manifestações clínicas que sugeriam o diagnóstico de fibromialgia. Em 1850, FRORIEP publicou casos de pacientes que apresentavam contraturas musculares e dor a digitopressão em diversas regiões anatômicas, sem, no entanto, caracterizar a presença de pontos dolorosos. Em 1904, GOWERS propôs o termo fribrosite para designar síndromes dolorosas sistêmicas, ou regionais, nas quais observou uma sensibilidade dolorosa aumentada em determinadas regiões anatômicas, com ausência de manifestações inflamatórias, sendo que a fadiga e distúrbios do sono eram, por vezes, relatados.

No mesmo ano, STOCKMAN descreveu alterações inflamatórias no tecido colágeno dos pacientes, o que não foi confirmado por estudos posteriores (SLOCUMB, 1943). Em 1939, LEWIS & KELLGREN reproduziram o quadro de dores musculares referidas, infetando solução salina hipertônica no tecido muscular profundo. Durante as décadas de 50 e 60 o termo fibrosite foi utilizado de forma pouco específica, havendo diversos relatos de dores musculares referidas, uniformes quanto ao padrão das queixas, porém diferindo quanto aos locais acometidos.

Muitos autores consideravam a fibrosite como uma causa freqüente de dores musculares, enquanto outros acreditavam tratar-se de um reumatismo psicogênico relacionado à tensão emocional.

A fibromialgia não era considerara uma entidade até a década de 70, quando MOLDOFSKY et al. (1975) publicaram os primeiros relatos dos distúrbios do sono e dos achados polissonográficos, que deram margem a novas vertentes na investigação etiopatogênica. O termo fibromialgia foi proposto em 1976 por HENCH, e em 1977, SMYTHE & MOLDOFSKY propuseram critérios para o seu diagnóstico. Os diversos estudos que surgiram, a partir de então, observaram que uma grande parte dos pacientes com fibromialgia apresentava, em comum, regiões anatômicas mais dolorosas salientando-se o epicôndilo lateral, a região costocondral e os grupamentos musculares da região cervical.

Na década de 80, a questão dos critérios diagnósticos foi bastante debatida (YUNUS et al., 1981; CAMPBELL et al., 1983; WOLFE et al., 1985; GOLDENBERG, FELSON, DINERMAN, 1986; YUNUS, MASSI, ALDAG, 1989) e consagrou-se a fibromialgia como uma entidade clínica.

Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia publicou um estudo multicêntrico, realizado em 16 centros especializados nos Estados Unidos e Canadá, por um período de 4 anos, que envolveu 293 pacientes com fibromialgia e 265 controles, que apresentavam condições clínicas facilmente confundíveis com a fibromialgia (WOLFE et al., 1990). Foram propostos, como critérios diagnósticos para a fibromialgia, a presença de queixas dolorosas difusas, abrangendo as regiões acima e abaixo da linha da cintura, bilateralmente, por um período maior do que 3 meses e a presença de dor em pelo menos 11 de 18 pontos anatomicamente padronizados. Considerou-se positivo um ponto, quando era referido desconforto doloroso no local, após digitopressão com intensidade de força equivalente ao limite de 4 Kgf/cm2 com o uso de dolorímetro.

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