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Ford - O Homem E A Maquina

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Por:   •  21/5/2014  •  1.692 Palavras (7 Páginas)  •  338 Visualizações

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O Apóstolo da Produção em Massa

Há muito tempo Henry Ford e o modelo T são símbolos da moderna era industrial. Até mesmo o posterior crescimento e o sucesso da General Motors, rival da Ford, deveu-se em grande parte à necessidade de a GM encontrar uma resposta inovadora ao Modelo T. A abordagem gerencial de Henry Ford, bem como suas preferências sobre a teoria da administração, são um paradigma do que havia de construtivo – e de imperfeito – nas abordagens iniciais da administração.

Filho de um imigrante irlandês pobre, Henry Ford nasceu em 1863 e cresceu numa fazenda no estado de Michigan. Era fascinado por equipamentos mecânicos e tinha grande habilidade em consertar e melhorar quase qualquer máquina. Ele fundou a Ford Motor Company em 1903, e por volta de 1908 o primeiro Modelo T foi fabricado.

Quando surgiram, no início do século passado, os automóveis eram símbolo de status e fortuna, quase uma exclusividade dos ricos. Ford pretendeu modificar isso: o modelo T seria feito para as massas – um carro que virtualmente qualquer pessoa pudesse comprar. Ele entendia que a única forma de fabricar um carro assim era produzir em grande quantidade e o baixo custo. Ford concentrou seus esforços em sua fábrica na eficiência, mecanizando sempre que possível e dividindo as tarefas em seus menores componentes. Um

trabalhador faria a mesma tarefa sempre e sempre, produzindo não uma peça inteira, mas apenas uma das operações necessárias à produção do todo; a peça incompleta seria então passada a outro trabalhador, que contribuiria com a operação seguinte. Ford conseguiu atingir uma eficiência notável. Embora o primeiro modelo T tenha levado mais de 12 horas e meia para ser produzido, apenas 12 anos mais tarde, em 1920, a Ford produzia um Modelo T por minuto. Em 1925, no auge da sua popularidade, um Modelo T saía das linhas de montagem da Ford a cada 5 segundos.

Entretanto, a mecanização da fábrica teve alguns efeitos adversos. Quanto mais Ford pressionava seus empregados, mais descontentes eles ficavam. Em 1913 a rotatividade de mão-de-obra chegou a 380 por cento, e Ford teve de contratar dez vezes mais empregados do que precisava, só para manter a linha em movimento. Numa ação sem precedentes na época; Ford simplesmente decidiu dobrar os salários para conseguir as melhores pessoas e motivá-las a trabalhar ainda mais. Nos dias seguintes ao anúncio de que os salários estavam sendo dobrados, milhares e milhares de homens chegaram à fábrica da Ford procurando trabalho. A polícia precisou ser chamada para controlar a multidão.

O estilo de administração de Ford era o lado negro de sua personalidade inovadora, e levou ao caos a hierarquia da

gerência. Ford não aceitava bem as críticas, especialmente as feitas ao Modelo T. Quando seus melhores engenheiros sugeriam mudanças, eram ignorados e alguns até mesmo demitidos. Por causa disso, competidores como a Chevrolet, fizeram grandes progressos no mercado de automóveis. Além disso, Ford gostava de jogar um subordinado contra o outro, a ponto de nomear dois para o mesmo cargo para ver qual (o mais fraco, segundo Ford) iria recuar primeiro. Gerentes competentes abandonaram a empresa, que ficou excessivamente dependente do irascível Ford.

Quando morreu, em 1945, Ford possuía mais de 600 milhões de dólares. Ele deixou uma marca indelével tanto na indústria quanto na sociedade americana. Seu nome é sinônimo de produção em massa e do desenvolvimento da moderna teoria da administração.

Seguindo o conselho do especialista em eficiência Walter Flanders em 1908, Ford comprou terrenos em Highland Park, onde pretendia empregar as idéias mais modernas sobre produção, particularmente as de Frederick Winslow Taylor. Segundo profetizara Taylor, aquelas idéias trariam uma absoluta racionalidade ao processo industrial. A idéia era partir para cada função em unidades muito menores, de modo que cada uma pudesse ser mecanizada e acelerada e eventualmente passar a fluir numa linha de produção de pequenas peças que se tornassem cada

vez maiores – a continuidade acima de tudo. O processo começou a mudar na primavera de 1913. A primeira peça da moderna linha de montagem foi o conjunto da bobina do magneto. No passado, um trabalhador – necessariamente um operário qualificado – fazia um magneto de volante do início ao fim. Um bom empregado poderia fazer 35 a 40 por dia. Agora, entretanto, havia uma linha de montagem para os magnetos, dividida em 29 operações diferentes realizadas por 29 homens diferentes. No velho sistema, demorava-se 20 minutos para fazer um magneto; agora, demorava-se 13.

Ford e seus auxiliares logo se movimentaram para trazer a mesma racionalidade ao resto da fábrica. Rapidamente, impuseram um sistema comparável para os conjuntos de motores e transmissões. Então, no verão de 1913, partiram para a montagem final que, devido à aceleração do resto do processo, havia se tornado um gargalo apertado. Os trabalhadores agora moviam-se o mais rápido possível ao redor de um objeto estacionário de metal, o carro que estava sendo montado. Se os homens pudessem permanecer parados enquanto o carro inacabado passasse por eles, através da linha, menos tempo dos trabalhadores – ou seja, tempo de Ford – seria desperdiçado.

Charles Sorensen, que havia se tornado um dos mas graduados homens de produção da Ford, iniciou a linha de montagem puxando

lentamente por um guincho um chassis de Modelo T, através de 73 metros do solo da fábrica e cronometrando concomitantemente o processo. Atrás dele andavam seis trabalhadores, pegando peças de pilhas cuidadosamente espaçadas no chão e montando-as no chassis. ...Logo as soluções espetaculares vieram cada vez mais rápido. ... Instalando uma correia transportadora automática, Ford, em dado momento, conseguiu montar um carro em 93 minutos. ... Apenas alguns anos antes, na época da montagem com o chassis estacionário, o melhor tempo de montagem de um carro fora 728 homens-hora. Os executivos de topo da Ford celebraram sua vitória com um jantar em um hotel de Detroit. Adequadamente prenderam uma correia transportadora simples a um motor de cinco HP, usando uma correia de bicicleta, para servir o jantar ao redor da mesa. Isto caracteriza o espírito, a camaradagem e a confiança dos primeiros tempos.

Dezenove anos, e mais de quinze milhões de carros mais tarde, quando Ford relutantemente chegou à conclusão de que teria de parar de fabricar o Modelo T, o balanço da empresa era de 673 milhões

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