Fundamentos Sociológicos Da Educação

Universidade Anhanguera – UNIDERP

Centro de Educação à Distância

FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

BAURU/SP

2012

QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO COTIDIANO DA SOCIEDADE ATUAL?

A educação brasileira está inserida em um contexto onde o sistema capitalista mundial atualmente se encontra em um grande revés financeiro. A compreensão da crise, que tanto foi falada nos últimos tempos, sugere um projeto pedagógico, que por consequência também é político. Para isso faremos uma breve análise histórica.

Nas sociedades ditas primitivas, o modo de produção era comunal. Isso significava que tudo era de todos e não existiam classes sociais, por assim dizer. Entretanto isso logo foi rompido pelas sociedades escravocratas da Antiguidade, onde o escravo realizava o trabalho mais árduo e a posse de um ser humano como “coisa” era vista como normal.

Com o advento da Idade Média, os servos, que constituíam a camada pobre da sociedade feudal, lavravam a terra enquanto os ricos donos das terras se enriqueciam à custa do trabalho servil agrícola. Lembrando que muitos donos destas terras também eram ligados à Igreja, que também procurava retirar o máximo que podiam das camadas mais pobres da sociedade.

Mas o grande BUM foi quando a nova classe conhecida como burguesia, que ao romper com as tradições feudais, instaurou um regime de trabalho em que as relações eram totalmente sociais e não mais consanguíneas, onde a única alternativa do trabalhador era vender sua força de trabalho.

Esse novo modo de produção denominado capitalismo e sustentado pelas ideologias de ordem liberal, sofreu algumas alterações com o passar do tempo desde então, todavia, não mudou a essência das relações de exploração. Quando Karl Marx nos presenteia com um termo: a exploração do homem pelo homem. Essa exploração que como vimos começou há muito, hoje em dia ainda permanece, entretanto é vista como normal. Esse é o papel da ideologia. Mas o que vem a ser ideologia? Idéia ou discurso que age persuadindo e transformando uma idéia que é de uma classe social em uma idéia geral, alienando a consciência humana maquiando a realidade.

O homem contemporâneo não consegue idealizar uma vida que vá além do trabalho. Muitas vezes trabalha em algo que não lhe dá prazer, mas vê nisso a única forma possível para prover a ele e a sua família, muitas vezes com coisas nas quais nem precisa.

Constatamos então que uma classe social controla a outra através da imposição de sua ideologia e para que serve a escola, senão para propagar essa idéia de dominação e exploração?

A escola não é neutra. As classes sociais mais abastadas sabem que para manter o status vigente, deve atuar na educação daqueles que são explorados. A educação no sistema capitalista serve a esse propósito nefasto. Nada foge a isso. É só nos recordarmos da educação vigente no período da Ditadura Militar no Brasil, onde a educação visava a formação “moral e cívica”. Hoje se fala muito em competências e habilidades no âmbito educacional. Essa idéia foi tirada do mundo do trabalho, onde a reflexão sobre a mudança para uma sociedade mais justa foi deixada de lado, a fim de transformar o aluno em uma “peça” no mercado de trabalho.

A desigualdade econômica é tão grande que as cinco pessoas mais ricas do mundo têm mais do que as 50 nações mais pobres. A educação tem o dever de denunciar essa realidade e além de tudo buscar alternativas para que a humanidade possa enfim se emancipar.

Todavia a única saída para que pensemos de forma diferente, para agirmos e provocarmos uma mudança também se dará na própria escola. Para que a escola possa mudar a sociedade e o mundo, ela terá que mudar a si própria. E nós enquanto profissionais, devemos promover essa mudança de mentalidade ou aceitar que devemos explorar e ser explorados.

Filme: “Entre os muros da escola”

(Entre les Murs, França- 2007)

O premiado filme “Entre os muros da escola”, nos conta uma história que, apesar de se passar em um ambiente escolar de um subúrbio em Paris, revela as dificuldades do processo de ensino-aprendizagem atuais. Qualquer professor da rede pública de ensino consegue se familiarizar com o filme, seja pela indagação dos alunos frente à importância da matéria lecionada, seja pela pluralidade de culturas dos alunos, seja pela dificuldade de se exercer a autoridade em sala de aula.

O professor de francês, que é o protagonista da história, tenta buscar através do diálogo a solução para o problema disciplinar da sala de aula. O professor tenta mediar frente à realidade conflitante a fim de expandir os conhecimentos e gerar neles algum senso ético e político.

Analisando o filme sobre

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