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Garanhuns

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Por:   •  28/9/2014  •  Tese  •  5.675 Palavras (23 Páginas)  •  218 Visualizações

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Infância

Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, consta como cidade natal de Lula em sua certidão de nascimento; porém, Caetés, local de origem do ex-presidente, foi desmembrado de Garanhuns, e passou a ser oficialmente o seu município de nascimento.

Luiz Inácio da Silva (Loudspeaker.svg pronúncia (ajuda·info)) é o sétimo dos oito filhos de um casal de lavradores analfabetos que vivenciaram a fome a miséria na zona mais pobre de Pernambuco,12 Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo. Nasceu em 27 de outubro de 1945 em Caetés, que à época era um distrito do município de Garanhuns, interior de Pernambuco. Faltando poucos dias para sua mãe dar à luz,13 seu pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos, levando consigo Valdomira Ferreira de Góis, uma prima de Eurídice, com quem formaria uma segunda família (com Valdomira, Aristides teve dez filhos, fora alguns que possam ter morrido. Contando os 12 que teve com Eurídice – quatro morreram ainda bebês – a família conta que Aristides teve pelo menos 22 filhos conhecidos).14 15

Em dezembro de 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Eurídice decidiu migrar para o litoral do estado de São Paulo com seus filhos para se reencontrar com o marido (acreditando que seu marido fizera esse pedido, quando na verdade seu filho Jaime, que já morava com o pai, escreveu dizendo que esse era o desejo de Aristides). Após treze dias de viagem num transporte conhecido como "pau-de-arara", chegaram ao distrito de Vicente de Carvalho (àquela época denominado Itapema), no município de Guarujá, onde tiveram que dividir a convivência de Aristides com sua segunda família (Aristides já os havia visitado no nordeste em 1950, quando inclusive apresentou seus novos filhos para sua primeira família). A convivência difícil com Aristides (que era extremamente rigoroso com seus filhos) levou Eurídice a sair de casa com os filhos, morando inicialmente em uma casa precária muito perto da de Aristides e, mais tarde, em 1954, mudando-se para a capital, onde foi viver num cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro da cidade de São Paulo. Lula e seu irmão José Ferreira de Melo – o Frei Chico – ficaram morando algum tempo ainda com o pai, junto com sua segunda família, mudando-se para São Paulo em 1956. Após a separação, Lula quase não se reencontrou mais com seu pai, que morreu em 1978, sendo enterrado como indigente (Lula e seus irmãos só souberam da morte do pai vários dias após o enterro).15

Educação e trabalho

Memorial aos retirantes no Parque Dona Lindu, parque localizado no Recife, projetado por Oscar Niemeyer, que recebeu esse nome em homenagem à mãe de Lula. O memorial, concebido pelo escultor pernambucano Abelardo da Hora, representa Dona Eurídice e seus oito filhos.

Durante o período em que as duas famílias de seu pai conviveram, Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias, apesar da falta de incentivo do pai, analfabeto, que entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Ainda quando morava no Guarujá, aos 7 anos, trabalhou vendendo laranjas no cais. Tinham que andar quilômetros para buscar água de poço para a segunda mulher de Aristides. Aos domingos, era obrigado pelo pai a ir ao mangue para retirar lenha, marisco e caranguejo.15 16

Já em São Paulo, a fim de contribuir na renda familiar, começou a trabalhar, aos doze anos, em uma tinturaria. Durante o mesmo período também trabalhou como engraxate e auxiliar de escritório. Aos catorze começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Colúmbia, onde teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez,17 permanecendo ali por seis meses. Com esta idade, se viu obrigado a deixar a escola e foi trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos.12 Foi ali que, em 1964, em um torno mecânico esmagou seu dedo, tendo que esperar por horas até o dono da fábrica chegar e levá-lo ao médico, que optou por cortar o resto do dedo mínimo da mão esquerda. A mutilação lhe deixou alguns anos com complexo. Ficou 11 meses na empresa e, devido ao acidente, ganhou uma indenização de 350 mil cruzeiros, utilizado para comprar móveis para sua mãe e um terreno.15 18 19

Trabalhou então na Frismolducar por seis meses, sendo demitido porque se recusou a trabalhar aos sábados. No ano de 1965 ficou muito tempo desempregado, assim como seus irmãos, época em que passaram por privações, sobrevivendo de trabalhos eventuais ("bicos"). Em 1966 foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.20 21 Em 1973, fez um curso na AFL CIO nos Estados Unidos sobre sindicalismo.22

Operário e sindicalista

Em 1968, durante a ditadura militar, filiou-se ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.12 Lula relutou em filiar-se e candidatar-se, pois à época tinha uma visão negativa do sindicato e seu grande hobby era jogar futebol. Apesar de não ter qualquer vivência sindical, já era apontado como uma pessoa com espírito de liderança e com carisma. Convencido a integrar a chapa, sob influência de seu irmão, José Ferreira da Silva - conhecido como Frei Chico, militante do Partido Comunista Brasileiro23 e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul24 Lula foi eleito, em 1969, para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade, dentre os suplentes,25 continuando a exercer suas atividades de operário.

Em 1972, foi eleito como 1º secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema,26 continuando a exercer suas atividades de operário. tendo sido criada, no sindicato, uma Diretoria de Previdência Social e FGTS, que lhe foi atribuída.[carece de fontes] Ao ser eleito, ficou à disposição do sindicato, cessando suas atividades de operário. Sua atuação na diretoria lhe deu grande destaque, sendo então eleito presidente do mesmo sindicato em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar a reivindicação em 1977 da reposição aos salários de índice de inflação de 1973, após o próprio governo reconhecer que aquele índice havia sido bem maior que o inicialmente divulgado e então utilizado para os reajustes salariais. Apesar de ampla cobertura na imprensa, ainda na vigência do AI-5, o governo não cedeu aos pedidos. Reeleito em 1978, passou a liderar as negociações e as greves de metalúrgicos de sua base que passaram a acontecer em larga escala a partir de 1978 e que haviam cessado de ocorrer desde o endurecimento repressivo da ditadura militar na década anterior.15

Por liderar as greves dos metalúrgicos do Região do ABC no final dos anos 1970 e início

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