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HOMEM E SOCIEDADE

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Por:   •  21/5/2014  •  4.638 Palavras (19 Páginas)  •  297 Visualizações

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Noções básicas de conservação de livros e documentos por Maria Aparecida de Vries Mársico.

Introdução: a ordem dos fatores altera o produto

Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas soltas, lombadas danificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que devemos fazer primeiro para salvar estes materiais?A primeira coisa que vem a nossa mente é a necessidade de consertar o que está danificado, ou seja, restaurar o material degradado. Pensamos a partir da seguinte lógica: devemos restituir a integridade física destes materiais para que de novo possam estar acessíveis à pesquisa e ao estudo. Seguindo este raciocínio teríamos a seguinte seqüência de trabalho: primeiro restaurar o material, depois conservá-lo e assim estaríamos preservando a informação para o futuro. Será que procedendo deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos danificados? Aparentemente sim, a curto prazo. No entanto, caso não identifiquemos os fatores que causaram a sua degradação, estaremos apenas nos iludindo, e, infelizmente, reduplicando o mesmo dano em um futuro próximo. O que fazer, então?Diante de um acervo danificado e em risco de perda, a primeira providência a ser tomada é efetuar um minucioso diagnóstico dos motivos que levaram à sua degradação, estancar ou minimizar estes agentes agressores. Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e atinjam outros livros ou documentos. Por mais paradoxal que possa parecer, diante de um acervo em risco, a primeira atitude efetiva a ser tomada é conservá-lo. Inverte-se, portanto, a seqüência restauração, conservação e preservação e adotamos uma nova seqüência: preservação, conservação e restauração. Preservar para não restaurar, eis a questão. A restauração é uma atividade técnica muito onerosa, pois exige equipamentos e materiais de alto custo além de mão de obra especializada. Ao término do trabalho de restauração, todo o benefício do tratamento volta-se para um único objeto. Se este livro restaurado retornar ao mesmo local de guarda e ao meio ambiente que causaram o seu dano, o dispêndio de energia e de recurso financeiro foram em vão. Para termos um procedimento efetivo e duradouro benéfico ao acervo a logo prazo, devemos criar uma política de preservação voltada para a realidade do acervo de cada Instituição ou Biblioteca. Ao estabelecermos critérios para o tratamento de um acervo, estamos criando prioridades e implantando uma política de preservação, escalonando as atividades técnicas a serem desenvolvidas e dotando o local de guarda do acervo com as condições ambientais favoráveis à sua conservação. A partir deste recorte e das metas a serem atingidas, passamos à ação física de conservação preventiva, que nada mais é que a atualização prática das metas desta política de preservação. Neste instante toda a relação custo/benefício estará voltada para o acervo de modo integral, isto é, benefício partilhado por todos, custo dividido entre vários livros.Diferentemente do trabalho de restauração, a conservação preventiva é uma atividade técnica de baixo custo financeiro e de fácil implementação. O conhecimento do motivo que causou a degradação de um acervo e a utilização de materiais alcalinos para a guarda são fundamentais para o trabalho de conservação preventiva.Apresentaremos a seguir os principais fatores de degradação de material bibliográfico. Procuramos especificar os procedimentos técnicos necessários para minimizar e controlar estas fontes de degradação.Conservação PreventivaA meta principal da Conservação Preventiva é o estudo e o controle das principais fontes de degradação do papel. Constitui-se, na realidade, em uma série de medidas preventivas contra a ação dessas fontes de degradação, com a finalidade de evitar o alastramento e a disseminação de seus efeitos danosos. Em linhas gerais, os principais agentes de destruição de acervos podem ser divididos em três categorias: fatores internos de degradação; fatores externos ou ambientais de degradação; ação do homem sobre o acervoFatores Internos de DegradaçãoOs fatores internos de degradação são males inerentes à própria estrutura do papel e se originam do processo de feitura a que foi submetido. Dependem basicamente da qualidade da fibra e do tipo de encolagem utilizados na confecção do papel. Sendo assim, o único meio de minimizar esses fatores é através da estabilização das condições ambientais do local de guarda e do manuseio do públicoFatores Externos de DegradaçãoÉ consenso entre os conservadores que a permanência e a durabilidade de livros e documentos estão diretamente relacionadas às condições ambientais em que esses materiais estão guardados. Em outras palavras, há uma estreita relação entre a longevidade ou durabilidade do papel e as condições ambientais do acervo. Um controle racional e sistemático do meio ambiente não apenas diminui os problemas dos fatores internos de degradação do papel, como principalmente evita o seu alastramento.Os principais fatores externos de degradação são os seguintes: umidade, temperatura, luz, poluição atmosférica, insetos, roedores, fungos e bactérias.Umidade e TemperaturaEsses dois fatores de degradação de acervos são extremamente comuns a nossa realidade de país de clima tropical. A umidade é o conteúdo de vapor d’água presente no ar atmosférico, resultante da combinação dos fenômenos de evaporação e condensação d’água, que estão intrinsecamente relacionados à temperatura ambientalIndependentemente do tipo de fibra, todo o papel possui uma característica comum, o seu caráter higroscópio, ou seja, toda a fibra de papel absorve água e perde água de acordo com a taxa de umidade existente no local em que está sendo mantido.Essa oscilação de umidade faz com que as fibras se dilatem ao absorver excesso de umidade e se contraiam ao perder umidade. Esse movimento brusco de contração e dilatação ocasiona rupturas na estrutura do papel, causando o seu enfraquecimento. A temperatura elevada aliada à umidade excessiva e à falta de aeração são os fatores básicos para a proliferação de esporos de fungos e bactérias. O controle da umidade sefaz através de desumidificadores, para locais úmidos, e de umidificadores, para locais secos. A temperatura é controlada através de aparelhos de ar refrigerado. A taxa adequada para a manutenção de um acervo é a seguinte: temperatura de 22º a 25ºC, umidade relativa de 55%. A medição da temperatura se faz com o uso de termômetros, e a de umidade com higrômetros, podendo-se utilizar também o termoigrômetro (junção dos dois equipamentos).Além dessas constantes contrações

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