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HUMANIZA SUS Profa. Enfa. Magali Regina Reis

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Por:   •  4/10/2013  •  Artigo  •  3.641 Palavras (15 Páginas)  •  529 Visualizações

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HUMANIZA SUS Profa. Enfa. Magali Regina Reis

A saúde é direito de todos e dever do Estado”. Essa é uma conquista do povo brasileiro. Toda conquista é, entretanto, resultado e início de um outro processo. Em 1988, votamos a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Com ele afirmamos a universalidade, a integralidade e a eqüidade da atenção em saúde. Com ele também apontamos para uma concepção de saúde que não se reduz à ausência de doença, mas a uma vida com qualidade.

Muitas são as dimensões com as quais estamos comprometidos: prevenir, cuidar, proteger, tratar, recuperar, promover, enfim, produzir saúde. Muitos são os desafios que aceitamos enfrentar quando estamos lidando com a defesa da vida, com a garantia do direito à saúde.

Neste percurso de construção do SUS, acompanhamos avanços que nos alegram, novas questões que demandam outras respostas, mas também problemas que persistem sem solução, impondo a urgência, seja de aperfeiçoamento do sistema, seja de mudança de rumos.

Especialmente num país como o Brasil, com as profundas desigualdades socioeconômicas que ainda o caracterizam, o acesso aos serviços e aos bens de saúde, com conseqüente responsabilização de acompanhamento das necessidades de cada usuário, permanece com várias lacunas.

A esse quadro acrescentam-se a desvalorização dos trabalhadores de saúde, a expressiva precarização das relações de trabalho, o baixo investimento num processo de educação permanente desses trabalhadores, a pouca participação na gestão dos serviços e o frágil vínculo com os usuários.

Um dos aspectos que mais tem chamado a atenção, quando da avaliação dos serviços, é o despreparo dos profissionais e demais trabalhadores para lidar com a dimensão subjetiva que toda prática de saúde supõe. Ligado a esse aspecto, um outro que se destaca é a presença de modelos de gestão centralizados e verticais, desapropriando o trabalhador de seu próprio processo de trabalho.

O cenário indica, então, a necessidade de mudanças. Mudanças no modelo de atenção que não se farão sem mudanças no modelo de gestão.

Queremos um SUS com essas mudanças.Para isso,estamos implementando a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde-Humaniza SUS.

Por humanização entendemos a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Os valores que norteiam essa política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a construção de redes de cooperação e a participação coletiva no processo de gestão.

-Queremos um SUS humanizado. Entendemos que essa tarefa convoca a todos: gestores, trabalhadores e usuários.

-Queremos um SUS em todas as suas instâncias, programas e projetos comprometido com a humanização.

-Queremos um SUS fortalecido em seu processo de pactuação democrática e coletiva.

Enfim, queremos um SUS de todos e para todos. Queremos um SUS humanizado!

O Ministério da Saúde entende que tem a responsabilidade de ampliar esse debate, promover o envolvimento de outros segmentos e, principalmente, de tornar a humanização um movimento capaz de fortalecer o SUS como política pública de saúde.

O SUS institui uma política pública de saúde que visa à integralidade, à universalidade, à busca da eqüidade e à incorporação de novas tecnologias, saberes e práticas. Apesar dos avanços acumulados no que se refere aos seus princípios norteadores e à descentralização da atenção e da gestão, o SUS atualmente ainda enfrenta uma série de problemas, destacando-se:

-Fragmentação do processo de trabalho e das relações entre os diferentes profissionais;

-Fragmentação da rede assistencial dificultando a complementaridade entre a rede básica e o sistema de referência;

-Precária interação nas equipes e despreparo para lidar com a dimensão subjetiva nas práticas de atenção;

-Sistema público de saúde burocratizado e verticalizado;

-Baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, especialmente no que se refere à gestão participativa e ao trabalho em equipe;

-Poucos dispositivos de fomento à co-gestão e à valorização e inclusão dos trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde;

-Desrespeito aos direitos dos usuários;

-Formação dos trabalhadores da saúde distante do debate e da formulação da política pública de saúde;

-Frágil controle social dos processos de atenção e gestão do SUS;

-Modelo de atenção centrado na relação queixa-conduta.

A humanização vista não como programa, mas como política que atravessa as diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, implica em:

-Traduzir os princípios do SUS em modos de operar dos diferentes equipamentos e sujeitos da rede de saúde;

-Construir trocas solidárias e comprometidas com a dupla tarefa de produção de saúde e produção de sujeitos;

-Oferecer um eixo articulador das práticas em saúde, destacando o aspecto subjetivo nelas presente;

-Contagiar, por atitudes e ações humanizadoras, a rede do SUS, incluindo gestores, trabalhadores da saúde e usuários.

Assim, entendemos humanização como:

-Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;

-Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos;

-Aumento do grau de responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;

-Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;

-Identificação das dimensões de necessidades sociais, coletivas e subjetivas de saúde;

-Mudança nos modelos de atenção e gestão, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção

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