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Hepatites Virais

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Por:   •  14/10/2013  •  3.661 Palavras (15 Páginas)  •  867 Visualizações

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Hepatites virais

1.0 Introdução

As hepatites virais constituem um importante problema mundial de saúde pública com grande impacto econômico na sociedade. Podem ser agudas ou crônicas, com potencial evolutivo para cirrose e carcinoma hepatocelular. Os fatores socioeconômicos e culturais interferem na prevalência local da doença. Os vírus atualmente são: A, B, C, D, E.

1.1 Características clínicas e epidemiológicas

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo fígado, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a magnitude varia de região pra região, de acordo com os diferentes agentes etiológicos.

1.2 Agente etiológico

Os agentes causadores mais relevantes do ponto de vista clínico e epidemiológico são designados por letras do alfabeto vírus A, B, C, D, E. Estes vírus tem em comum a predileção para infectar os hepatócitos (células hepáticas). Existem alguns outros vírus que também podem causar hepatite, por exemplo: TTV, vírus G, SEV-V. Todavia, seu impacto clínico e epidemiológico é menor. No momento, a investigação destes vírus está basicamente concentrada em centros de pesquisa.

1.3 Reservatório

O homem é o único reservatório com importância epidemiológica. Os outros reservatórios apresentam importância como modelos experimentais para pesquisa básica em hepatites virais.

2.0 Desenvolvimento

2.1 Hepatite A

As principais vias de transmissão da Hepatite A são fecal-oral, por água e alimentos contaminados e de pessoa pra pessoa, a transmissão parenteral é rara e está relacionada à carga viral. Contribuem para transmissão: a estabilidade do vírus da Hepatite A (HAV) no meio ambiente e grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados.

A endemicidade é diretamente proporcional a qualidade de saneamento básico da população. Nas regiões menos desenvolvidas, as pessoas são expostas ao HAV em idades precoces, crianças em idade pré-escolar e escolar.

A doença pode ocorrer de forma esporádica ou em surtos e, pelo fato de a maioria dos casos cursar sem icterícia e com sinais e sintomas pouco específicos, ela pode passar despercebidas, fornecendo ou não identificação da fonte de infecção.

2.2 Hepatite B

A transmissão dessa hepatite, pode se dar por via parenteral, quando ocorre exposição ao sangue ou secreções de um infectado, vertical (mãe/filho) e, principalmente sexual, sendo transmissível (DST). A partícula viral integra foi visualizada pela primeira vez por Dane (1970) sendo identificado o antígeno de superfície (HBsAg) e um componente central, o antígeno do núcleo (HBsAG). A hipótese de transmissão sexual da hepatite B foi em pacientes heterosexuais portadores de DST’s, entre parceiros sexuais portadores do vírus e descrita sua presença em sêmen e secreção vaginal.

Pode ocorrer também entre pessoas domiciliares, no caso de doença crônica, no compartilhamento de escova de dente e lâminas de barbear e navalhas. Na realização de tatuagens, piercings ou acupuntura por agulhas contaminadas e entre usuários de drogas que compartilham a mesma seringa e agulha.

Grupos populacionais com risco acrescido de hepatite B são profissionais de saúde, comunicantes domiciliares e portadores de HBsAg, pacientes em hemodiálise, politransfundidos, talassêmicos, hemofílicos, portadores de anemia falciforme, neoplasias, HIV, entre outros.

2.3 Hepatite C

Existe uma importante variabilidade do seu genoma, que ocorre como consequência das várias mutações durante o processo de replicação viral. Tanto a infecção crônica quanto a aguda pelo HCV são usualmente assintomáticas e raramente diagnosticadas. Entre as pessoas infectadas pelo HCV, apenas 15 a 20% eliminam espontaneamente o vírus e os 80 a 85% restantes evoluem para a cronicidade. O período da evolução é estimado em 20, 30 anos, sendo que cada organismo reage diferentemente. Quando evolui pra cirrose de 1 a 4% dos doentes evoluem pra parte mais grave da doença.

2.4 Hepatite D

O vírus da hepatite D ou Delta é satélite do HBV, sendo imprescindível do HBsAg para sua replicação. A distribuição mundial é bastante irregular, é endêmico na Itália, na Inglaterra e em algumas regiões da África e no Brasil, na região amazônica. Na Amazônia ocidental, onde ocorre maior endemia de HBV, encontra-se numa prevalência do HDV de 40% na faixa etária de 10 a 19 anos e 60% de 30 a 39 anos. Por ser dependente do vírus B, o vírus D apresenta a mesma foram de transmissão.

2.5 Hepatite E

Este vírus foi identificado em 1990 e era anteriormente considerado o principal agente causador da hepatite não A e não B, de transmissão entérica. É frequente em áreas sem saneamento básico e em instituições fechadas com baixo padrão de higiene. No Brasil, até o presente momento, não existem relatos de epidemias causadas pelo vírus da hepatite E. Os dados disponíveis são escassos e incompletos, embora demonstrem a ocorrência da infecção. Inquéritos sorológicos no Brasil têm registrado que há circulação viral (FOCACCIA 2007). A doença é benigna, mas pode apresentar formas clínicas graves principalmente em gestantes.

2.6 Hepatite G

O vírus da hepatite G (HGV) ainda é pouco conhecido em relação a sua importância clínica e epidemiológica. Esse tipo de hepatite foi descoberta em 1995 e é causada pelo vírus HGV, estimando-se 0,3% das causas de hepatites virais. O HGV é um vírus ARN de cadeia simples, pertencente à família Flaviviridae (ZUCKERMAN, 1996) e estão descritos até então 4 genótipos. A infecção pelo HGV pode muitas vezes ocorrer simultaneamente com o HCV, mas os estudos feitos até agora permitem concluir que a hepatite G não agrava a hepatite C Em 80% dos portadores do vírus G é transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas endovenosas e receptores de múltiplas transfusões (ALTER, 1997).

2.7 Diagnóstico diferencial das hepatites virais

As hepatites confundem com uma série de patologias que apresentam manifestações clínicas semelhantes, sejam infecciosas ou não. O perfil epidemiológico da macrorregião e a sazonalidade devem orientar na suspeita do diagnóstico.

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