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Inflação No Brasil

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Por:   •  3/10/2013  •  1.988 Palavras (8 Páginas)  •  350 Visualizações

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Inflação no Brasil

Existem várias definições a respeito da inflação, mas a mais simples e clara define-a como a elevação contínua do nível de preços, isto é, uma taxa contínua de crescimento dos preços em um período determinado. Sendo que, a inflação na sua essência constitui um desequilíbrio entre a procura e a oferta e cria uma tensão nas estruturas produtivas.

Em economia, inflação também é a queda do valor de mercado ou do poder de compra do dinheiro. Essa queda do poder aquisitivo da moeda é equivalente ao aumento no nível geral de preços, basicamente estimulada pela lei da oferta e procura. Econômica e matematicamente, quanto maior é a procura por um determinado produto, maior é seu preço. Analisando o mercado externamente, a inflação se traduz mais por uma desvalorização da moeda frente à outra. Portanto, após esclarecermos algumas definições encontradas, teremos a seguir a abordagem dos temas propostos: “A inflação no Brasil” e “Aplicação: O regime de metas de inflação no Brasil.”.

A Inflação no Brasil

A inflação, definida como um aumento contínuo e generalizado no índice de preços se tornou um problema bastante característico da economia brasileira principalmente a partir da década de 1950, época da política de industrialização promovida por Juscelino Kubitschek de Oliveira (Governo JK), sendo mais controlada somente após a implantação do Plano Real, em 1994.

No período de 1950 e início dos anos 1960 ocorreu a típica inflação de demanda: quanto mais dinheiro corria na economia, maiores eram as compras e os investimentos, num momento em que a economia ainda não estava preparada para produzir algo correspondente ao aumento de demanda. Já entre 1964 a 1973, na primeira fase (1964-1966) a política de combate caracterizou-se por meio de uma rígida política monetária, fiscal e salarial classificada como tratamento de choque, e no período de 1967 a 1973 houve uma política gradualista que correspondeu ao combate por etapas planejadas. A decisão por um tratamento gradual resultou da evidência que países em desenvolvimento, como o Brasil, dificilmente podem suportar o custo social advindo de uma redução de crescimento e aumento de desemprego, que costumam se originar de uma política de tratamento de choque, como ocorreu na primeira fase de combate anti-inflacionário.

Em 1973/74 e 1979, as crises do petróleo trouxeram grandes repercussões sobre a economia brasileira e mundial. Desde aquela ocasião, até 1994, o Brasil apresentou taxas crescentes de inflação, sendo que os elevados gastos públicos com programas de substituição de importações na área de energia aço, bens de capital e minerais não ferrosos ocorridos no governo Geisel também contribuíram para a aceleração do processo inflacionário.

Houve a corrente inercialista na qual consideravam que, desde que equacionada a questão do desequilíbrio do setor público, o processo inflacionário só seria contido pela eliminação do mecanismo de indexação. Essa proposta foi base do chamado Plano Cruzado, implantado em fevereiro de 1986 e concebido a luz à de um diagnóstico inercialista, tendo como característica principal ou congelamento de preços e salários.

Existiram também outros planos que utilizaram o congelamento de preços e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro; Plano Bresser, Plano Verão (ambos no governo Sarney) e mais tarde Plano Collor. Todos esses planos falharam ao relegar políticas ortodoxas de controle de demanda, em especial na questão o déficit público mesmo partindo de uma avaliação relativamente correta do processo inflacionário brasileiro.

Plano Real

Implantou-se o Plano Real no governo Itamar Franco em 1994, tendo como Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, o referido plano representou um avanço em relação aos planos anteriores em sua operacionalização. Na primeira etapa, através do Fundo Social de Emergência buscou equilibrar o orçamento público de um lado, desvinculando as Receitas Federais das destinações para gastos específicos (substituído pelo Fundo de Estabilização Fiscal e atualmente pela DRU – Desvinculação de Receitas da União); por outro lado, pela criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira – IPMF, que incidia sobre as transações bancárias, e de outro. Na segunda etapa houve a mudança da moeda passando do Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor (URV) e desta, para a nova unidade monetária o Real, ou seja, ocorreu a quase total desindexação da economia, sendo que o imposto sobre movimentação financeira foi mantido, mas passou a denominar-se CPMF – Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira.

O Plano Real, sem dúvidas foi um sucesso no combate a inflação, além disso, proporcionou uma melhoria do padrão de vida dos trabalhadores de baixa renda, pois a taxa de inflação que girava anteriormente em quatro dígitos anuais e dois mensais passou para um dígito anual. A política antiinflacionária, após a reforma monetária concentrou-se nas chamadas âncoras monetária e cambial. A âncora monetária consistiu no estabelecimento da taxa de juros e da taxa do compulsório sobre depósitos a vista relativamente elevadas, para controlar a demanda agregada. A âncora cambial consistiu na valorização do real associada ao regime de câmbio fixo.

A política de apreciação cambial permitiu um crescimento nos níveis de produtividade da economia brasileira, ao estimular as importações, entretanto o Plano Real e a referida política ao mesmo tempo em que estimulou as importações, representou um entrave às nossas exportações, ocasionando déficits persistentes na balança comercial entre 1995 e 2000, aumentando a dependência de obtenção de recursos financeiros externos. Com as sucessivas crises financeiras do México em 1995, no Sudeste da Ásia em 1997, e na Rússia em 1998 a vulnerabilidade externa aumentou e para defender-se dos ataques especulativos gerados por essas crises que obrigaram a uma elevação das taxas de juros internas, o Brasil teve que recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para evitar um colapso cambial.

Porém, a política de estabilização continuou sendo aprimorada no segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso mesmo com esses problemas. Visto que, já havia estabelecido, após as âncoras monetária e cambial que permaneceram até janeiro de 1999, um novo regime cambial de câmbio flutuante e a adoção de metas de inflação (onde se estabeleceu uma banda (limites superior e inferior) para inflação

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