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LIBRAS AULA TEMA 3

Trabalho Universitário: LIBRAS AULA TEMA 3. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/2/2014  •  1.069 Palavras (5 Páginas)  •  480 Visualizações

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Conforme narrado por Moura (2000, p. 17), Pedro Ponce de Léon foi o primeiro

professor de surdos da história. Por ter vivido em um mosteiro beneditino, alguns autores

como Carvalho (2007, p. 19) e Choi et. al. (2011, p. 7) acreditam que Ponce de Léon conhecia

os gestos manuais utilizados pelos monges que faziam voto de silêncio e os aproveitou para

criar um alfabeto manual empregado na soletração de palavras pelos alunos surdos.

Assim que a sociedade percebeu que os surdos eram sujeitos aptos a aprendizagem,

surgiram inúmeros educadores e diversos métodos; a maioria se norteava pela escrita,

oralidade, alfabeto manual e sinais. Como tais profissionais eram contratados especialmente

pelas famílias mais abastadas, não demorou muito e uma disputa entre métodos foi

instaurada. Além de manter suas práticas em segredo, os educadores da corrente oralista

iniciaram um movimento contra o método baseado nos sinais. Entre os discursos oralistas,

Konrad Amman afirmava que os surdos que não falavam (oralmente) eram como animais

e que o uso de sinais atrofiava a mente e o desenvolvimento da fala e do pensamento

(CARVALHO, 2007, p. 23).

Apesar dos ataques oralistas, a educação baseada nos sinais recebeu grande

notoriedade com as contribuições do Abade Charles Michel L’Épée. Segundo Choi et.

al. (2011, p. 8), o abade se destacou por aprender a língua de sinais francesa com os

surdos que habitavam as ruas de Paris e utilizá-la em prol da instrução dos próprios surdos.

Essa iniciativa marcou a passagem de individual para coletiva da educação de surdos, ao

transformar sua própria casa na primeira escola para surdos do mundo (LANE, 1984, p. 49).

Conhecida como a “Era dourada na educação de surdos” (LANE, 1984, s/p; CHOI et.al.,

2011, p. 8), o ensino através dos sinais propiciou a formação de numerosos educadores

surdos, que se tornaram multiplicadores do método francês de L’Épée e fundaram escolas

para surdos em diversas partes do mundo, como por exemplo, os surdos franceses Laurente

Clerc nos Estados Unidos e E. Huet no Brasil.

No Brasil, Huet foi convidado pelo Imperador Dom Pedro II, em 1857, para inaugurar

o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, escola que funciona até hoje no Rio de Janeiro, sendo

atualmente denominada Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). A influência dos

sinais franceses trazidos por Huet foi mesclado com a língua de sinais utilizada pelos surdos

brasileiros da época, formando a língua brasileira de sinais (CHOI et. al., 2011, p. 14). Além

dos sinais franceses, Huet importou o método francês de L’Épée e os materiais didáticos

de seu mestre.

Contudo, apesar do sucesso internacional, o método francês do abade L’Épée

enfrentou a resistência oralista, não apenas no Brasil, como em várias partes do mundo. Na

Inglaterra, Thomas Braidwood fundou a primeira escola para correção da fala da Europa,

onde ensinava os alunos surdos, por meio da escrita, seguida da articulação das letras

e da pronúncia das palavras. Na mesma época, o alemão Samuel Heinicke inaugurou o

Oralismo Puro, cuja abordagem negava o uso de qualquer recurso manual. Assim como

Konrad Amman o fez anteriormente, Heinicke alegava que o uso de sinais era prejudicial ao

desenvolvimento da fala oral. Surgiu então, o método alemão de Samuel Heinicke, também

denominado “escola alemã” (CHOI et. al., 2011, p. 8-9).

Com o avanço da tecnologia eletroacústica, tornou-se possível aferir o resíduo

auditivo das pessoas surdas, bem como amplificar o som através de aparelhos auditivos.

A promessa da “cura” da surdez parecia uma realidade cada vez mais próxima para os oralistas, que se apoiavam nos aparelhos de amplificação sonora associados ao treino da

fala e da leitura orofacial.

A rivalidade entre o método francês e o método alemão convergiu para o encontro dos

principais educadores de surdos do mundo no Congresso Internacional de Milão, realizado

em 1880. Sem convidar os surdos nem tampouco considerar a opinião deles, os educadores

ouvintes reunidos no Congresso de Milão decidiram pela proibição da língua de sinais em

prol do método oral na comunicação e educação de surdos.

Os prejuízos

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