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MANIFESTAÇÕES NO BRASIL

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Por:   •  9/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  184 Visualizações

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RESUMO

O presente trabalho aborda o tema baseado nos recentes movimentos sociais no Brasil ocorridos no primeiro semestre de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos de livre manifestação. Em virtude da grande repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos meios de comunicação em massa. Foi possível também averiguando o Brasil como um todo, comparando e percorrendo seus Estados em uma análise percentual, colocando em pauta o salário mínimo focando o quanto a inflação influencia nos impactos das tarifas nas famílias. Explorando, no entanto, as propostas para a melhoria de mobilidade e repensando a estrutura de financiamento de custos do transporte publico.

1. INTRODUÇÃO

Em junho de 2013, movimentos sociais culminaram na presença da população nas ruas do Brasil, motivadas pela indignação com o aumento abusivo das tarifas das passagens de ônibus. Milhares de pessoas uniram-se em prol de um manifesto de descontentamento ao governo e às empresas responsáveis pelo transporte em diversas cidades. Diante deste fenômeno pretende-se compreender neste trabalho as razões que fizeram deste tema uma ferramenta crucial para o engajamento político da população, que ocasionou as manifestações de junho.

Para refletir sobre a expansão e a popularidade dos manifestos, é fundamental avaliar qual foi o fator determinante para que milhares de pessoas se reunissem de forma ordenada e organizada nas ruas de todo o país, pode ser apontado como elemento responsável por tornar esse processo viável e por ser o item fundamental para a mobilização da juventude brasileira em prol de seus direitos.

Este trabalho apresenta grande importância para a análise do comportamento político e da relação estabelecida na sociedade. Depois de décadas de apatia política, a sociedade brasileira deu um grande passo rumo para mudar a confortável condição em que estava condicionada desde a queda de Fernando Collor da Presidência da República.

2. O QUE ESSAS MANIFESTAÇÕES POPULARES QUEREM DIZER EFETIVAMENTE?

O que aconteceu para que mais de um milhão e meio de pessoas em 19 capitais e mais de 100 cidades brasileiras saíssem às ruas protestando? Qual é a natureza e o sentido das manifestações que tomaram o país, configurando o maior movimento popular da história do Brasil? Para qual direção apontam? São perguntas que persistem duelando com nossas inteligências. Como fenômeno social complexo, os atuais movimentos sociais intrigam analistas que aspirem às interpretações definitivas, haja a vista que a velocidade vertiginosa dos acontecimentos impede inferências sobre as tendências futuras. De todo modo, é intrigante refletir sobre os constrangimentos e as perspectivas abertas pela dinâmica dos movimentos neste tempo de redes sociais ativas.

Em Brasília, quando manifestantes violentamente chutaram o prédio do Congresso Nacional, espectadores pareciam torcer para que o mesmo não resistisse aos golpes e caísse de podre. Se as coisas por lá não estão podres, ao menos fedem muito. O descontentamento com o cenário nacional levou às ruas sujeitos de diferentes percursos sociais. O Movimento Passe Livre São Paulo (MPL) chamou mesmo foi para ir até ali na esquina, em passeata pela revogação do aumento da tarifa de ônibus. Mas, a multidão que se foi constituindo nas avenidas vinha com mais fome que os pobres que tem fome na rua. Uma fome velha, sentida, batida, dobrada e redobrada por respeito aos direitos de cidadania plena, pela partilha nas decisões do Estado, por uma vida civil com saúde, trabalho, moradia e educação e, sobretudo, fome de doer entranhas pela moralização na administração política da coisa pública.

Como lembra Todorov (2010), as guerras civis são o resultado da intolerância dos dominadores. O povo descontente tomando as ruas aos borbotões, a ameaça de generalização dos quebra-quebras, a violência desferida contra os espaços de poder constituídos, entre outras coisas, obrigou a imprensa a um movimento de câmera mais solidário com o povo. Diante dos fatos, era preciso soprar com calma a fogueira explosiva em que se transformou o Brasil, de 10 a 21 de junho de 2013. Veículos de comunicação reacionários, como a Veja, apoiaram as manifestações, difundindo temores de ordem persecutória. Muitos aventaram a hipótese de golpe de Estado e a direita provou, mais uma vez, sua inegável inteligência e habilidade para produzir a acomodação das massas. Ainda assim, o povo saia às ruas.

A emergência dos acontecimentos, tendo lugar no contexto global da sociedade em rede, foi fartamente favorecida pelos usos sociais das redes sociais. A constituição de uma nova cultura tecnológica e suas formas correlatas de relações sociais em rede teve papel decisivo no desenho, curso e desdobramentos dos ocorridos.

3. E PRATICADA A JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL?

No Brasil, a expressão “justiça social” é empregada além da conta. Políticos, jornalistas, professores, comentaristas, não se cansam de usá-la. Às vezes de maneira adequada, mas, na maioria das vezes, de forma simplista e demagógica. Há muito esta expressão vem sendo repetida por todos aqueles que de alguma forma se julgam possuidores da fórmula mágica para se acabar com o drama da desigualdade que atinge o país, e querem fazer com que o povo acredite neles. Mas “justiça social” nunca foi tão usada quanto ago. O problema é que da palavra à ação vai uma grande distância, pois nunca também, como agora, os índices de desenvolvimento humano estiveram tão baixos, apesar de a propaganda governamental insistir em dizer o contrário. Com isso o espírito de insurreição de massas humanas está varrendo o mundo todo, ocupando o único espaço que lhes restou: as ruas e as praças. O movimento está apenas no começo.

Ninguém se reporta às clássicas bandeiras do socialismo, das esquerdas, de algum partido libertador ou da revolução. Todas estas propostas ou se esgotaram ou não oferecem o fascínio suficiente para mover as massas. Agora são temas ligados à vida concreta do cidadão: democracia participativa trabalha para todos, direitos humanos pessoais e sociais,

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