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Mundo Urbano

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Por:   •  7/11/2013  •  5.550 Palavras (23 Páginas)  •  247 Visualizações

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URBANIZAÇÃO

Neste início de século XXI, a humanidade está cruzando um marco para o qual caminhou por milhares de anos, desde o surgimento das primeiras cidades: no ano passado, a maioria dos 6,6 bilhões de seres huma¬nos vivia em cidades, segundo cálculo do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (UN Habitat). Isso ocorre pela primeira vez na história, e a população urbana não vai parar de aumentar. Ela cresce em todo o mundo a uma taxa quase duas vezes maior que a do crescimento da população em geral: 1,8% contra 1% ao ano.

O lado positivo dessa constatação é que pessoas que vivem em cidades possuem, em princípio, mais acesso a empregos, ele¬tricidade, transportes, escolas, hospitais, cultura e lazer. Em relação à população rural, quem vive nas cidades obtém renda maior e escolaridade mais elevada. O lado negativo é que o crescimento das cidades atualmente é muito maior nos paises po¬bres que nos ricos. O resultado é que está ocorrendo rapidamente um aumento de necessidades em cidades que não têm boas condições para abrigar mais gente, resul¬tando em colapso dos serviços urbanos e na piora das condições de vida.

Um em cada três moradores de cidades nos países em desenvolvimento mora em bairros pobres ou miseráveis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). São justamente as nações que dispõem de menos recursos para resolver seus problemas. É um dado preocupante, pois sinaliza que muitos dos principais desafios que já estamos vivendo desde o século xx tenderão a se agravar no século XXI se não forem adotadas providências: pobreza, fome e doenças transmissíveis, criminalidade e violência social, escas¬sez e contaminação de água, poluição ambiental e aquecimento global. Com mais pessoas em cidades despreparadas, esses problemas se agravam. No dia a dia, isso se traduz em notícias sobre mortes

De cada dez pessoas, apenas UMA morava em área urbana

Fonte: Divisão de População das Nações Unidas

por falta de atendimento em postos de saúde lotados, engarrafamentos de trân¬sito, protestos com incêndio de ônibus, enchentes dramáticas, racionamentos de água ou de eletricidade, confrontos entre policiais e criminosos que dominam favelas, entre outros temas frequentes na TVe nos jornais.

Atração constante

As cidades atraem as pessoas por ofe¬recer mais oportunidades de trabalho e estudo, saúde e conforto. Por isso mesmo, é a migração para as cidades que faz a taxa percentual média de crescimento popula¬cional nas cidades ser maior que as taxas de áreas rurais. Nos países muito pobres e também nos em desenvolvimento, a falta de ampla reforma agrária para fixar as famílias no campo, a agropecuária intensiva em grandes propriedades para exportação e a mecanização da produção no campo, entre outros fatores, levam ao êxodo rural: uma fuga constante e acentuada dos moradores rurais para as cidades, em busca de novos meios de vida Pode-se dizer que, nos países pobres, as pessoas estão se amontoando nas cidades. "Em 1950, um terço das pessoas do mundo vivia em cidades. Apenas 50 anos depois, isso aumentou para 50%, e continuará a crescer até alcançar dois terços, ou 6 bilhões de pessoas, em 2050", destaca a ONU, em relatório sobre o assunto.

O crescimento da importância das cidades levou a ONU a realizar, em 1976 uma conferência sobre o tema, chamada Habitat I, e a criar uma agência para cuidar dessa área. Em 1996 é realizada a Habitat lI, que aprova uma convenção (documento) com diretrizes sobre o tema apoiada e assinada por 171 países.

Outra iniciativa internacional de im¬portância chama-se Urban Age (Era Urbana). Trata-se de uma articulação promovida por entidades da Alemanha e do Reino Unido que realizará uma ro¬dada de seis conferências internacionais anuais, de 2005 a 2010. Nelas, urbanis¬tas, arquitetos, médicos, ambientalistas e profissionais de governos discutem problemas urbanos de algumas das prin¬cipais megalópoles globais e apresentam propostas para enfrentá-los, com foco em desenvolvimento sustentável. A conferência de 2008 foi realizada em São Paulo e a de 2009 está marcada para novembro, em Istambul, na Turquia.

Implicações

A urbanização, tal como ocorre atualmente, é um fenômeno contemporâneo cujas características se ligam à Revolução Industrial na Europa (a partir do século XVIII), nos Estados Unidos e no Japão. A industrialização cria empregos dire¬tos nas zonas urbanas, em construção, comércio e serviços.

Na Europa, o desenvolvimento da in¬dústria durou muito tempo e levou a uma urbanização lenta, que permitiu maior pla¬nejamento no crescimento das cidades, seja

no projeto de áreas residenciais, seja na construção de redes de água e esgoto, de eletricidade, de ruas e avenidas, de linhas de trem e metrô, além de serviços públicos como escolas, hospitais etc.

Mas, nos atuais paises em desenvolvimen¬to, a industrialização ocorreu de forma mais acelerada apenas após a II Guerra Mundial, como é o caso do Brasil, e provocou maior urbanização nos últimos 60 anos.

As nações ricas já estão muito urbani¬zadas, com pelo menos 75% da população morando em cidades. Mas nos países em desenvolvimento, na África e Ásia, 60% da população ainda é rural A América Latina e o Caribe são uma exceção, pois apresentam taxas de urbanização tão elevadas quanto as dos países desenvolvidos.

Como resultado dessa diferença no pro¬cesso histórico, a vida urbana nos países de¬senvolvidos traz um acesso maior e melhor a recursos, mas não é o que ocorre necessariamente nos países em desenvolvimento. O amontoamento de

pessoas em cidades sem infraestrutura adequada agrava os problemas, pois a ampliação dos serviços públicos não pode ser feita tão rapidamente quanto necessário.

Conceitos e critérios

Um ponto a ficar claro é que "urbanização" é um termo que indica dois sentidos diferentes:

Em demografia, é sinônimo do crescimento da população que mora em uma cidade e distingue essa população da que vive em áreas rurais.

Em arquitetura e urbanismo, refere-se aos recursos que a cidade oferece, como água encanada,- asfaltamento, aterro sanitário e transportes públicos. Nesse sentido, urbanizar é dotar uma área de infraestrutura urbana.

Há outra diferença importante de con¬ceitos a observar na hora de contar a população urbana. Veja:

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