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O CONCEITO DE REGIÃO COMO POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DOS DESLOCAMENTOS MIGRATÓRIOS NO MUNICÍPIO DE XINGUARA

Por:   •  3/4/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.948 Palavras (8 Páginas)  •  92 Visualizações

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GREOGRAFIA- LICENCIATURA

O CONCEITO DE REGIÃO COMO POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DOS DESLOCAMENTOS MIGRATÓRIOS NO MUNICÍPIO DE XINGUARA

Xinguara 2021

O CONCEITO DE REGIÃO COMO POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DOS DESLOCAMENTOS MIGRATÓRIOS NO MUNICÍPIO DE XINGUARA

PROBLEMÁTICA DE PESQUISA

Compreender a questão regional para além do recorte espacial, Xinguara fez/faz parte de uma dinâmica de cidades da região sudeste do Pará que se formaram a beira das rodovias por migrantes de diferentes estados e regiões do país. 

INTRODUÇÃO

A pesquisa que dá origem a este trabalho é o olhar geográfico de Xinguara, e cidades próximas que surgiram no mesmo período e contexto, interligadas e integradas em função do corredor migratório existente desde os anos 1970. Estas serão analisadas a partir do conceito de região, como um espaço de intensos movimentos migratórios. O método que será aplicado para essa pesquisa é o método quantitativo, que parte da concepção de análises de sistemas, fornece informações numéricas, obtendo uma previsão sem subjetividade. Dedicou-se a conhecer as formas de ocupação por migrantes na cidade de Xinguara P-A. Xinguara (denominada no início do entroncamento do Xingu) está situada nos entroncamentos das PA150 e PA279. Seu nome é oriundo dos rios Xingu e Araguaia, com início de povoação em 1973, recebeu gente de todas as regiões do país a procura de terras férteis, extração de madeira, garimpo de ouro além de busca por emprego nas grandes empresas situada na cidade como frigoríficos, curtumes e em outras cidades próximas a Vale como por exemplos em Canaã dos Carajás.

DESENVOLVIMENTO

A partir do conceito de região analisando categoria migratório, não se tem como analisar apenas a cidade de Xinguara, inclui-se, Parauapebas e Canãa dos Carajás, pertencente à mesorregião do Sudeste Paraense. Cidades que também receberem muitos emigrantes a busca de trabalho e melhores condições de vida e que até os dias de hoje se tem muitas oportunidades de emprego.

O município de Parauapebas, no sudeste do Estado do Pará, é um dos que apresentaram as mais altas taxas de crescimento demográfico entre os censos demográficos de 2000 e 2010. Segundo o IBGE em 2010 sua polução é composta, majoritariamente, por migrantes, sendo que os maranhenses representam um de cada três moradores-eles são quase 63 mil dos 177 mil cidadãos de Parauapebas. A partir de referências teóricos construídos em diversos estudos das áreas da Geografia Humana e Demográfica, é possível inferir que os trabalhadores maranhenses que vivem em Parauapebas foram atraídos por grandes projetos de mineração que se instalam desde a década de 1980 ou que se  no município na década de 1980 e que vem sendo executados pela mineradora Vale S.A.

A mineração é a principal atividade responsável pela construção do território no Sudeste do Pará. Ao logo das últimas décadas, importantes fluxos migratórios se direcionaram para essa região, atraídos pelas perspectivas de emprego e renda geradas pela implantação destes projetos.

Canaã dos Carajás-PA, possui em seu território uma das maiores jazidas de ferro e cobre do mundo, sendo explorada principalmente pela empresa Vale. Tal atividade domina a economia do município nessa segunda década do século XXI.

[pic 1] Canaã dos Carajás e Municípios Vizinhos (IBGE, 2006. DIAGONAL 2007).

Fonte: Plano municipal de Saneamento Básico de Canaã dos Carajás. https://images.app.goo.gl/vw5xvREpnGBAJrF1A

No sudeste do Pará, há aquelas cidades constituídas na década de 1970, às margens da PA-150, como Redenção e Rio Maria que liga a Xinguara, essas cidades foram formadas pelo impacto das migrações, foram então constituídas em corredor migratório para outras regiões do estado e da Amazônia, especialmente nas direções dos garimpos e florestas de Tucumã e são Felix do Xingu.        

 Para se entender o processo que ocorreu na construção da cidade de Xinguara é fundamental olhar o contingente humano que foi se construindo e estabelecendo-se historicamente o modo de vida dos habitantes que compõe esta cidade. O modo de vida foi se construindo uma forte correlação entre o urbano e o rural. Aglomerados de pessoas de muitos lugares se instalavam em alojamentos de empresas de construção de estradas e empresas madeireiras: a maioria turmas de homens que chegavam sem suas famílias para conhecer a região movidos pelas notícias de terras baratas e fáceis, trabalhos abundantes muita madeira e ouro. Os emigrantes ouviam notícias e eram movidos a buscar essas novas estradas recém abertas para a região norte afora, e mesmo com a construção das rodovias que atraiam pessoas para a região, muitos diziam que no percurso até aqui e no início, quando muitos se instalaram, as coisas não foram simples e nem fáceis.

Em 1977, quando entrei aqui pela primeira vez, quando eu cheguei, não era Xinguara, era o Entroncamento. Vim porque ouvia dizer que era bom para começar a vida, só que não foi fácil, não aqueles primeiros tempos. Tinha pouquinha casa, aqui tudo era só mata. Então, eu me considero em Xinguara um pioneiro, eu ajudei a construir Xinguara. Porque quando eu cheguei aqui era só mato (...) Tinha muita gente e tinha pouca casa. O povo vinha pra Xinguara porque tinha muita madeira, tinha muito ouro, muito trabalho, então o povo vinha para arriscar a vida para ver se ganhava dinheiro. Bom, aí o povo ia chegando. Quem tinha dinheiro ou trazia um suporte melhor já ia construindo suas residências melhores, mais seguras, mais organizadas. Quem vinha fraco de condições, ia se instalando nos barraquinhos do jeito que dava, quando isso aqui ainda era o Entroncamento do Xingu. Tinha muito daqueles barraquinhos, só de lona, ou só de palha de babaçu, improvisado mesmo, parece que todo mundo estava esperando para ver no que ia dar, não foi um tempo fácil, as coisas não eram nada fácies ...então as coisas eram assim (Sr. V. M.S., 78 anos, morador desde 1977, apud MARQUES, 2015, p. 3)

Os ciclos econômicos se desenvolveu em Xinguara de forma intensa e pareciam não acabar: A madeira que era explorada em grande quantidade, abriu frentes de trabalho com a instalação de muitas serrarias, destacando grandes empresas de madeiras como a marajoara, segundo pioneiros a primeira madeireira era a pagnocely entre outras, a maioria dos proprietários vieram da região sul do país, e movimentaram um enorme capital econômico que impulsionou a vinda de muitas famílias e comerciantes para Xinguara. A madeireira Karson foi a maior empresa de madeira na década de 1990, onde empregou uma maior quantidade de trabalhadores, inclusive trabalhou também como laminadora e na fabricação de grande quantidade de compensados, utilizando madeira de qualidade para importação.  

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