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O Inteligibilidade na Tele Colaboração

Por:   •  7/9/2020  •  Relatório de pesquisa  •  2.093 Palavras (9 Páginas)  •  94 Visualizações

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unesp [pic 1] UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

       “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Faculdade de Ciências e Letras

Campus de Araraquara - SP

RODRIGO FERRACINI DE GÓES

  1. INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA:

  2.  inteligibilidade na telecolaboração

[pic 2]

ARARAQUARA – S.P.

2019


PLANO DE ATIVIDADES

Inglês como Língua Franca: inteligibilidade e telecolaboração

Introdução

                   Hoje em dia, o estudo do idioma inglês abraça diversas perspectivas sobre a língua, dentre elas: como língua nativa, como segunda língua em países do Círculo Interno (KACHRU 1985), como língua estrangeira em países do Círculo Externo, e em países do Círculo em Expansão como língua policêntrica, desenvolvendo-se em dialetos e variedades como o World Englishes e como uma língua franca global (ILF – Inglês como Língua Franca). Este último, compreende o inglês como uma língua de contato usada entre duas pessoas que não compartilham de uma mesma língua materna. O ILF vem sendo objeto de estudos que está ganhando cada vez mais espaço na Linguística Aplicada.

Sendo um dialeto monocêntrico (JENKINS 2007), isto é, um dialeto que busca estabelecer uma única norma da língua franca a qual todos os falantes devam se orientar, o ILF enfrenta diversas interpretações errôneas em relação à sua natureza. Um erro comum entre estudiosos que deram seu parecer sobre o tema, é que o ILF não é uma forma reduzida de inglês que aceita erros de todos os tipos, pelo contrário: ele valoriza a língua em sua forma puramente pragmática, levando em consideração o falante e o contexto social em que ele está inserido. Erros na língua franca não podem ser determinados a partir de erros do inglês como primeira língua, portanto, o nível de proficiência dos falantes não deve ser julgado em relação ao inglês nativo.

        Seidlhofer (2006) aponta que o inglês como língua nativa (EFL – English as a First Language) e o ILF são línguas muito distintas em seus conceitos. A autora sugere que que o ILF deve ser abordado direcionando o falante a entender o papel global do inglês, e o esforço que todos precisamos fazer para conseguirmos uma comunicação global de sucesso. Ainda sobre a temática, B. Seidlhofer diz que os falantes do ILF, ao apropriar a língua para seus propósitos, as palavras naturalmente são combinadas em frases do interesse da comunicação efetiva. Essas frases são tipicamente co-construídas no momento da comunicação e não precisam corresponder à forma convencional que o falante nativo seguiria. A respeito disso, Seidlhofer apresenta o conceito de open-choice principle (SEIDLHOFER 2009). A transformação idiomática on-line pode ser vista como um meio pelo qual os falantes do ILF usam o inglês como recurso comunicativo comum para se acomodar uns aos outros e cooperar desenvolvendo expressões idiomáticas em favor dos mesmos. Essas frases servem para facilitar a convergência cooperativa no significado compartilhado. No entanto, eles também servem para estabelecer o rapport, para identificar os falantes como membros do grupo aqui e agora, e a esse respeito também são marcadores de território compartilhado, expressivo de compreensão e atitude comuns.

A partir deste ponto de vista podemos entender que os estudiosos do ILF não buscam subjugar os falantes tentando fazem com que eles aprendam uma nova forma de inglês, mas sim dar a eles a possibilidade de usar essa variedade do inglês, atendendo o contexto em que eles estão inseridos, é de fato, uma questão de escolha de quem está falando.

O ILF não tem relação alguma com uma pedagogia per se, não busca métodos específicos a serem aplicados no ensino de idiomas, mas a partir de reflexões sobre o tema podemos alterar os rumos e decisões que tomamos em sala de aula.

Por exemplo, acredita-se que algumas características da pronúncia do inglês não devam ser focadas em sala de aula, embora isso não exclua o fato de que o falante tenha que estar apto a receber esse tipo de informação. Isso se deve ao fato de que o falante, por meio do seu sotaque, entoação, ritmo e outros elementos da fala, expressa a sua identidade.

Os elementos acima demonstram, uma característica inerente a cada pessoa: de onde ela vem, a qual comunidade ela pertence, sua idade, e o seu contexto sociocultural. Quando falando de uma tomada diferente de decisões em sala de aula, focaríamos, ao invés de ensinarmos o modelo de entoação oriundo do inglês americano ou inglês britânico, accomodation skills, na qual o aluno aprenderia a expressar sua identidade através de sua fala e entender cooperativamente como estabelecer a comunicação com o outro. Esbarramos aqui na contribuição de Jenkins para o inglês como língua franca. Em seu livro The phonology of English as an International Language, Jenkins escreve sobre maneiras de como utilizar o Inglês como Língua Franca, incluindo uma vasta pesquisa sobre os aspectos da pronúncia que são importantes para se produzir e também, investigar e efetivamente compreender qual é o objetivo do aprendente, que pode não ser soar como um nativo mas sim se comunicar de modo inteligível com outro não-nativo.   Um dos resultados da pesquisa foi o ‘Lingua Franca Core’ (LFC). O LFC é uma lista que procura mapear os elementos que são cruciais na comunicação inteligível dos falantes do ILF. Ao ensinar recursos fora do "núcleo" de forma receptiva, em vez de produtiva, os alunos ainda podem entender outros acentos do inglês e manter características do seu sotaque da sua língua materna (L1), entendendo que esta é uma parte essencial da sua identidade.

Em vista disso, questões pertinentes ao ensino e aprendizagem de línguas também devem ser levantadas de maneira que se considere o componente telecolaborativo e sua relevância na formação de conceitos do falante do ILF.

Esta pesquisa tem como foco analisar a produção oral de alunos de três países (Brasil, França e Taiwan) que usaram o inglês como língua franca no projeto realizado via Skype: Three Continents.

Este projeto faz parte do Programa BraVE,

O objetivo do programa BraVE (Brazilian Virtual Exchange) é criar na UNESP uma modalidade de aprendizagem colaborativa on-line que promova o contato intercultural e o intercâmbio de ideias ao conectar os alunos com estudantes de diferentes instituições de ensino superior do mundo. Diretamente relacionada a um dos objetivos estratégicos da atual gestão da faculdade de desenvolver um programa de Intercâmbio Virtual, essa iniciativa segue as tendências atuais na educação que visam fomentar atividades de internacionalização em casa aos estudantes.

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