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O Milagre de Berna

Por:   •  9/2/2017  •  Artigo  •  1.883 Palavras (8 Páginas)  •  199 Visualizações

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PRÉ JOGO

Após a volta da copa do mundo depois da Segunda Grande Guerra Mundial, no Brasil em 1950, era vez da Europa, devastada pelo sangrento conflito, voltar a realizar a competição novamente.

A Copa do Mundo de 1954 teve como sede a Suíça, sede da FIFA. A escolha do país foi polêmica, a Suíça, por se manter neutra durante a guerra, não estava devastada como a maior parte das nações do velho continente, além disso, o ano de 1954 era importante para a FIFA, pois a organização completaria cinquenta anos desde sua fundação em 1904.

Diante do disso, o Congresso da FIFA em 1946 escolheu a Suíça como sede da Copa de 1954, competição esta que contaria com 16 equipes, dentre elas a seleção da Hungria e a seleção da Alemanha.

A Alemanha não tinha a tradição que hoje possui, na verdade, era uma seleção sem grande expressão em cenário mundial, possuindo menos força que Itália, Hungria e mesmo Áustria. Além disso, a Alemanha vinha da destruição total na segunda guerra mundial, a seleção sob o comando do lendário Sepp Herberg não figurava entre as favoritas, suas aspirações eram conseguir passar para a segunda fase do campeonato mundial. Para isso, confiava nos talentos dos grandes Fritz Walter e Rahn.

Já a Hungria tinha perspectivas totalmente opostas, nada além do título satisfaria os Magiares, nome pelo qual aquela excepcional seleção era chamada. Os húngaros vinham da conquista da medalha olímpica em 1952, além disso, acumulavam quatro anos de invencibilidade e não com quaisquer jogos, mas com partidas fantásticas e verdadeiras humilhações perante outras equipes imponentes da época. O mundo dava como favas contadas a conquista do mundial pelos húngaros comandados pelo divino Ferenc Puskás e que ainda possuía nomes como os grandes Kocsis, Czirbor e Hidegkuti.

Ironicamente as finalistas daquela edição caíram no mesmo grupo na primeira fase da competição, grupo 2 e que ainda possuía Turquia e Coréia do Sul. A seleção alemã iniciou a trajetória vencendo a Turquia por 4 a 1, enquanto a Hungria massacrou a Coréia por singelos 9 a 0, prova do vasto poderio daquela equipe magica. A segunda rodada colocaria frente a frente as duas equipes, sabendo da grande diferença entre as equipes, o técnico da seleção alemã resolveu poupar o time para evitar o desgaste em uma partida já perdida, além disso, adotou como estratégia uma verdadeira caça ao grande jogador da época e um dos maiores de todos os tempos, Puskás. O time alemão não desceu a lenha no lendário húngaro. O placar da partida registrava um massacre, 8 a 3 para os húngaros, quando, como resultado dessa estratégia covarde, o zagueiro Liebrich acertou violenta entrada no camisa 10 Magiare que lesionou seu tornozelo e o deixou fora de muitos jogos daquela copa.

A Alemanha venceu novamente a Turquia e se classificou para a próxima fase. Na segunda fase a Alemanha deu sorte também, caiu numa chave mais acessível que os húngaros. Venceu a Yuguslávia nas quartas de finais, 2 a 0, e goleou a Áustria nas semifinais, 6 a 1. Por outro lado, a Hungria caiu em uma chave complicadíssima e sem o seu grande nome, Puskás. Nas oitavas, mesmo sem o Major Galopante, venceu o Brasil, então vice campeão do mundo, por 4 a 2, em um jogo marcado por uma grande pancadaria e briga generalizada no fim do jogo. Nas semifinais outra batalha, ainda sem Puskás, o esquadrão mágico dos húngaros veio a vencer os uruguaios por 4 a 2 na prorrogação. Destaque para nova briga generalizada ao fim do jogo.

O JOGO

A manhã do dia 4 de julho de 1954 nascia com o céu totalmente escuro, nublado e carregado. Pouco tempo depois começou a chover de forma inacreditável, caia uma chuva torrencial, um verdadeiro dilúvio sobre a capital Berna. Seria um sinal do que estaria para ocorrer? Bom, a lenda diz que o técnico Sepp Herberg havia tido uma premonição dias antes, dizem que ele sabia que haveria uma chuva torrencial e que consequentemente deixaria o campo deveras prejudicado para a prática do refinado estilo de jogo dos Magiares.

Do lado húngaro, havia o mistério sobre a participação ou não do legendário Ferech Puskás, machucado ainda na primeira fase pela violenta tática de caça ao camisa 10 húngaro, uma vez que o gênio não teria condições plenas de atuar devido a problemas no tornozelo. No entanto, o Major Galopante não deixaria em hipótese alguma de jogar este confronto, mesmo não estando em sua plena forma. As fontes dizem que Puskás não possuía mais que 50% de suas plenas condições físicas. A chuva e a lesão de Puskás, dois pontos que poderiam influir no jogo, mas para falar a verdade isso não importava, o mundo sabia que a Hungria venceria, o que restava é saber de quanto.

Como era de sua tradição, os húngaros aqueciam dentro do campo, algo que servia para entrarem já ambientados com o clima do jogo. Logo de inicio já dava para ver que os Magiares teriam no campo um forte adversário. Pois bem, as duas equipes entram em campo exatamente às 17h, horário local, o estádio estava lotado e a atmosfera era de total certeza na vitória do lendário esquadrão húngaro.

Puskás e Fritz Walter se cumprimentam e logo tem inicio a partida. Os húngaros, mostrando toda sua superioridade e desejo pela vitória, partem para cima e logo aos seis minutos abrem o placar. Puskás, aos seis minutos, aproveita chute de Czirbor e fuzila o goleiro alemão Turek em chute cruzado com aquela mágica canhotinha. O placar estava aberto e o destino se encaminhava para a tão segura vitória dos Magiares. Dois minutos depois o placar seria ampliado. Os alemães estavam atordoados, os húngaros avançavam como uma avalanche, mas o gol não nasceu de uma jogada trabalhada pelo forte esquadrão Magiar e sim de uma falha terrível do goleiro alemão Turek e o zagueiro Kohlmeier, que deixou a bola nos pés Czirbor, sem goleiro, para ampliar o placar, 2 a 0. A final parecia encaminhada, mas no mundo do futebol as vezes acontecem surpresas e de tempos em tempos acontecem tragédias, milagres ou seja lá como preferirem definir.

Eis que o time alemão bate o ponta pé para iniciar o jogo, troca passes até a bola ir parar na esquerda, quando vem um chute de muito longe, fraquinho, despretensioso, mas a bola inexplicavelmente passa por debaixo das pernas do lateral direito húngaro e ainda por cima o zagueiro central falha ao afastar a bola, Morlock, que não tinha nada haver com isso, de carrinho coloca a bola para o fundo das redes. A Alemanha diminuía, mas a confiança era plena nos húngaros.

O gol deu um novo ânimo ao time alemão, que partiu pra cima dos fabulosos Magiares. Numa espécie de blitz o time alemão teve duas ocasiões que se não foram claras levou certo perigo a meta do goleiro Grosics. Desses lances resultou um escanteio. Fritz Walter cobra no segundo pau, Grosics sai seguro de que a bola seria dele, mas o goleiro fora tocado pelo atacante alemão Schafer, o juiz não marca falta e a bola sobra para Rahn que só tem o trabalho de empurrar a bola para as redes. O mundo estava surpreso, os húngaros levavam um susto inesperado e os alemães ganhavam confiança.

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