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O Uso Do Crack: Um Problema Social Restrito às Metropoles

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Por:   •  23/3/2015  •  667 Palavras (3 Páginas)  •  519 Visualizações

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A droga é um problema que deve ser tratado com repressão policial apenas

quando se trata de enfrentar e coibir o tráfico – e, mesmo assim, com estratégias

inteligentes que impeçam os traficantes de dominar áreas da cidade e ameaçar as

pessoas.

A ação articulada entre a Prefeitura e o governo de São Paulo para acabar com a

Cracolândia conseguiu a façanha de ser unanimemente rejeitada. Sociedade civil

organizada, movimentos sociais, Ministério Público e Igreja Católica já se posicionaram

contra o fato de a operação no centro de São Paulo tratar uma questão tão delicada e

dolorosa como o consumo do crack como um mero caso de polícia.

A droga é um problema que deve ser tratado com repressão policial apenas quando se

trata de enfrentar e coibir o tráfico – e, mesmo assim, com estratégias inteligentes que

impeçam os traficantes de dominar áreas da cidade e ameaçar as pessoas. Neste caso,

a repressão policial pela polícia é admissível – jamais para enfrentar usuários

NOPAR VIRTUAL

Serviço Social

miseráveis e desarmados. O padre Júlio Lancelotti esclarece muito bem essa questão

quando afirma que tratar o usuário das drogas como criminoso é a mesma coisa que

tentar resolver o problema alcoolismo prendendo dependentes do álcool. A

dependência química é uma doença e precisa ser tratada como tal.

Qual a linha terapêutica que sustenta a crença das administrações públicas de São

Paulo de que a dor, o sofrimento e até a humilhação levarão os usuários a buscar

tratamento? Existem pesquisas que corroboraram essa tese estapafúrdia? Ao contrário

disso, o que se sabe é que as crises de abstinência sem acompanhamento adequado

podem gerar ataques de violência e expor ainda mais a população a um problema que

precisa ser enfrentado por meio de intervenção intersetorial.

A extinção da Cracolândia só é possível se os usuários de droga puderem ser

recuperados. Fora isso, o problema só estará sendo deslocado. Isso é viável por meio

de uma intervenção intersetorial que combine a recuperação oferecida pela rede de

saúde pública com oportunidades nas áreas de educação e cultura. A inclusão social

poderá também ser feita por meio do trabalho e, para isso, deveria ser criada uma

política municipal de apoio e fomento a projetos de geração de renda. Seria uma

contrapartida ao programa do governo Federal prometido para abril, que se propõe a

enfrentar o crack por meio de uma abordagem de saúde pública.

Também seria importante construir consultórios de rua, cujos recursos já foram

liberados pelo Ministério da Saúde. Criados em Salvador nos anos 1990, esses

escritórios são uma fórmula de sucesso porque os profissionais envolvidos se

aproximam da população usuária de drogas nas ruas, convivem com ela até ganhar

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