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O legado da escravidão

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Por:   •  23/10/2013  •  Resenha  •  727 Palavras (3 Páginas)  •  335 Visualizações

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O legado da escravidão[editar]

A venda de indivíduos na condição de escravos organizada por europeus uniu a África e as Américas, da mesma maneira que a escravidão havia atraído povos africanos para a órbita islâmica.

Em termos demográficos, o Brasil foi redesenhado nos três séculos de tráfico de escravos. É claro que a escravidão deixou um legado de inúmeros problemas. O preconceito racial, o desdém pelo estudo da história africana, e até mesmo o desprezo pelo trabalho por aqueles que estão no topo da pirâmide econômica.

Estimulada por novos "preceitos da ciência", como o darwinismo social, a discriminação racial se acentuou no XIX e, mais de um século após a abolição da escravatura no Brasil, a maior parte das escolas particulares desses país ainda têm mais brancos do que negros. São os brancos que alcançam os melhores postos de trabalho e os salários mais elevados. E, para agravar a situação, a população negra do Brasil experimentou um processo de assimilação. A miscigenação, que se verificou desde o tempo colonial (e não ocorreu nas regiões americanas colonizadas por ingleses, franceses e espanhóis) se tornou uma forma de ascensão social e inibiu movimentos de afirmação de um povo que sempre foi majoritário no país – e nunca alcançou o poder.

Atualmente, numa iniciativa que visa à redução das distorções históricas, estão sendo estabelecidas cotas para garantir o acesso de todos à educação, à saúde e ao trabalho. São de se ressaltar também a lei 9 394, segundo a qual "O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia”, e a lei 10 639, sancionada em 2003 e ainda não implementada, que inclui no currículo oficial dos estabelecimentos de ensino básico das redes pública e privada o estudo obrigatório de história e cultura afro-brasileira.

Na África, o resultado do sistema escravagista foi devastador. Comunidades que antes conviviam pacificamente se militarizaram e travaram guerras infindáveis. Enquanto durou a escravidão, os escravos, assim "produzidos", eram vendidos em feiras e exportados. Depois, os antagonismos étnicos entre os capturados e os captores se acentuaram, de forma que mesmo após a retirada dos últimos colonizadores, já no final do século XX, as guerras continuaram ocorrendo.

Houve mais interferências externas. O empresário inglês Cecil Rhodes, por exemplo, investiu largamente em mineração, e fundou o estado da Rhodésia, depois dividido em Rhodésia do sul e Rhodésia do norte, hoje Zâmbia e Zimbábue. Queria formar um império inglês. Mais tarde, o problema foi agravado, e generalizado, pelo fato de a África ter sido dividida em países artificiais, forjados pela régua dos burocratas da Organização das Nações Unidas (ONU) após a Segunda Guerra Mundial. Sem levar em conta a cultura local, a ONU subjugou ao tacão de líderes não reconhecidos como tal, povos com hábitos, idiomas e economias diversas.

Outras circunstâncias contribuíram para que a África chegasse ao século XXI como o continente mais pobre, injusto e desigual do planeta. Uma delas foi a introdução de mercadorias estrangeiras, ainda no tempo colonial, que provocou a ruína do sistema de produção local.

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